segunda-feira, 5 de março de 2012

COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE

COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE:
COMO ALCANÇAR AVERDADEIRA PROSPERIDADE

TEXTOÁUREO= Descansa no SENHOR e espera NELE; Não te Indignes por causa daquele que prospera emseu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos ( SL 37: 7 )

VERDADE PRÁTICA = A verdadeira prosperidade é ter asalvação de Deus em Cristo Jesus

Leitura Bíblica= SALMO 73.1-17

INTRODUÇÃO

O salmista teve a sua féduramente provada ao procurar entender porque os ímpios prosperam tanto,enquanto os justos, embora temam a Deus e pautem exemplarmente a sua vida,sofrem, às vezes, tremendos dissabores. Contudo, Deus é justo. Se nãoentendemos tudo o que acontece no mundo, um dia, quando chegarmos à divinapresença, compreenderemos todos os mistérios.

1. BOM É DEUSPARA COM ISRAEL

O salmo começa com uma conclusãoincisiva. O salmista previne o leitor: o que exporá com relação aos ímpios,refere-se a uma situação já superada. Essa conclusão é a razão de ser do Salmo73. Mais do que uma lamentação sobre a prosperidade dos ímpios, este salmo é umhino de fé e de confiança em Deus.

II. ASAFE E APROSPERIDADE DOS ÍMPIOS (vs. 4-12)

O salmista enfoca diversasfacetas da vida dos ímpios. Muito perturbado, refere-se a estes como sendo ospoderosos deste mundo. Parece esquecer-se dos ímpios que estão sempre marcadospela pobreza e miséria.

1.Não trabalham muito.Na realidade, pode-se perceber claramente que muitos homens abastados sãoímpios da pior espécie. Ganham dinheiro facilmente através de atividadesdesonestas tais como tráfico de drogas, prostituição (inclusive de menores).contrabando, extorsão etc. Há muita gente trabalhando para eles, de modo quenão precisam afadigar-se nem se consumir em suor.

2.São soberbos e violentos (v. 6). Asafe ressalta o fato de os ímpioscercarem-se de orgulho como de um colar; eles “vestem-se de violência como deum adorno”. A violência do ímpio, na prática, é uma atitude de defesa. A Bíbliadeclara que “a soberba do homem o abaterá...” (Pv 29.23).

3.Bem alimentados e criativos (v. 7). Na verdade, os ricos, que não têmcompromisso com Deus, vivem de banquetes e de festas, que são símbolo do poderhumano. Eles não encontram tempo para refletir acerca de seu destino eterno.

4.São corruptos e opressores (v. 8). Infelizmente, até no meio evangélico,há pessoas que procedem injustamente contra operários e trabalhadores. Não é àtoa que Tiago condena os ricos opressores (Tg 5.4).

5.São incrédulos e blasfemam contra Deus (vs. 9-11). Temos vistoexemplos marcantes de ímpios que se voltaram contra Deus e, hoje, encontram-seesmagados pela mão do Altíssimo. Eis o que Davi deixou-nos escrito: “Aquele quehabita nos céus se rirá.., o Senhor zombará deles” (Sl 2.4). E, na Epístola aosHebreus, encontramos esta advertência: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deusvivo” (Hb 10.3 1).

III. COMO ASAFESENTIU-SE ANTE A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS

1.Quase desviado (v. 2). Após afirmar que Deus é bom para com Israel, Asafepassa a narrar o que lhe sucedeu ao contemplar a prosperidade dos ímpios. Suamente ficou perturbada. Ele mesmo o confessa: “Quanto a mim, os meus pés quasese desviaram”.

2.Invejando os soberbos (v. 3). Como pode um homem de Deus, como Asafe,ser assaltado por um sentimento tão baixo quanto a inveja? Só o entenderemos,analisando sua crise a partir do prisma da fraqueza humana. Ele teve inveja dossoberbos “ao ver a prosperidade dos ímpios”.

3.Ficou perturbado.“Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado” (v. 16).

4.Ficou desiludido com a sua vida espiritual (v. 13-14). Diante detantas evidências quanto à prosperidade dos ímpios, o salmista concluiu que, emvão, havia purificado o seu coração e lavado as suas mãos na inocência.

5.O coração azedou (v. 21). Muitas pessoas deixam-se dominar por esse tipo deemoções e, como resultado, acabam acometidas por muitas doenças. O Dr. McMillen, PhD cristão, afiança que 90% das enfermidades são de origem emocional.Por isso, a Palavra de Deus recomenda: “Tendo cuidado de que ninguém se priveda graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, epor ela muitos se contaminem” (Hb 12.15).

IV. ENTENDENDO AVERDADEIRA PROSPERIDADE (vs 15-20).

O salmista, então, descobre queele próprio era próspero, e não o sabia. Por isso, glorifica a Deus.

1.Teve prudência no falar (v. 15). “Se eu dissesse: Também falarei assim;eis que ofenderia .a geração de teus filhos”. Mostra-nos isto que Asafe, emborahouvera pensado negativamente, a ninguém manifestou o teor de seu pensamento.Nada disse à esposa, nem aos filhos, ou aos amigos. Se o tivesse feito, teriapecado duas vezes. Uma, por achar que Deus era injusto. Outra, por abrir a bocae dizer coisas inoportunas.

2.Entrou no santuário de Deus (v. 17a). Ao invés de falar, de murmurar, comomuitos hoje em nossas igrejas, Asafe entrou no santuário para orar, buscar aDeus, e derramar, diante dEle, suas mágoas e frustrações.

3.Entendeu o fundos ímpios (v. 17b). Deus não revelou a Asafe o progresso,nem a prosperidade dos ímpios, mas o fim destes. O que estava acontecendo, osalmista já o sabia. Deus permite que o ímpio prospere. Mas só materialmente.Espiritualmente, o ímpio é um miserável.
Ele se gaba: “Rico sou, e estouenriquecido, e de nada tenho falta”. Todavia, a resposta de Deus logo vem: “Enão sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3.17).

O salmista, por conseguinte, teveuma visão do futuro dos ímpios, a partir do que acontece no presente:“...então, entendi eu o fim deles”. Meditemos no que o salmista entendeu:

a)Deus os põe em lugares escorregadios (v.18a). Refere-se isso à falta desolidez dos ímpios. Eles não têm base firme para suas vidas. Têm a casaedificada sobre a areia.

b)Deus os lança em destruição (v.. 18b). Por mais que prosperem, o fim dosímpios (se não se converterem) é a destruição. “Os ímpios serão lançados noinferno...” (Si 9.17a).

c)Eles caem em desolação e são consumidos por terrores (v. 19). Podem termuitas riquezas, mas, no final, serão atormentados (Ver Lc 16.19-31).

d)Deus despreza a aparência deles (v. 20b). A essa altura, orando no templo,o salmista já houvera entendido que a glória e a prosperidade dos ímpios sãoapenas aparentes.

4.A verdadeira prosperidade (vs. 23-28). Em sua estada no templo, o salmistateve profundas revelações. Não só quanto a falsa prosperidade dos perversos,mas, também, do que é ser realmente próspero.

a)É estar com Deus (v. 23a). “Todavia, estou de contínuo contigo”. A presença deDeus dá descanso (Êx 33.14). Na presença do Senhor há fartura de alegria(SI16.11).

b)É estar seguro por Deus (v. 23b). O salmista reconhece: “...me segurastepela mão direita”. Asafe, agora, reconhece que, na verdade, ele é quem estavaprosperando. Mesmo tendo sido tentado, o Senhor o sustentou em todas as coisas.

c)É ser guiado por Deus até a eternidade (v. 24). “Guiar-me-áscom teu conselho e, depois, me receberás em glória”. Quem é guiado por Deus temsegura prosperidade, principalmente no que tange às riquezas eternas.

d)É ser rico, espiritualmente, no céu e na terra (v. 25). “A quem tenhoeu no céu senão a ti?” Ele conclui que ninguém é mais valioso que o Senhor.Nenhuma riqueza material supera o fato de se ter Deus na vida. Isso contraria aidéia que muitos crentes alimentam quanto à prosperidade, que é vista do pontode vista utilitarista e material. Bens materiais são bênçãos de Deus para ocrente, mas a verdadeira prosperidade é a das riquezas espirituais e eternas.

e)É ter Deus como fortaleza e porção da vida (v. 26). O salmista, emsua oração, viu que a sua carne era fraca, mas Deus era a fortaleza do seucoração. E acrescentou que Deus é a porção da sua vida. Essa é a verdadeiraprosperidade.

f)É aproximar-se de Deus e confiar nEle (v. 28). Asafe conclui osalmo, dizendo: “Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus”. Ele não avaliavamais a prosperidade com ênfase na transitoriedade dos bens materiais, mas naprevalência do espiritual sobre o material e, principalmente, no relacionamentocom Deus. Por fim, ele coloca no Senhor a sua confiança para anunciar aosoutros as grandes obras de Deus.

A PALAVRA DE DEUS É A FONTE DAPROSPERIDADE

- Vistas as características dapromessa bíblica da prosperidade em relação à Igreja, temos, ainda, de indagarcomo obter esta promessa, já que, como vimos, trata-se de uma promessacondicional.

- Dissemos que a prosperidadeenquanto promessa para a Igreja como que se confunde com a bem-aventurança evimos que a primeira vez em que surge a expressão “bem-aventurado” nasEscrituras, ainda que dirigida a Israel, ressalta-se que a fonte destabem-aventurança é a salvação pelo Senhor (Dt.33:29). Assim, tem-se que a fonteda prosperidade está na salvação, salvação que, sabemos, se dá pela fé emCristo Jesus (Ef.2:8), fé que vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus(Rm.10:17).

- O salvo autêntico e verdadeirotem de ter raiz, tem de ter base na Palavra de Deus. Como diz o Senhor, só quemouve e pratica as Suas palavras pode vencer as dificuldades, as provações davida, os obstáculos que surgem na vida de cada um. Quem constrói a sua casasobre a rocha, os ventos, as tempestades e os rios não são capazes de destruira edificação (Mt.7:24,25). Construir a casa sobre a rocha é crescer na Palavrade Deus, pois a rocha aí é símbolo de Cristo, que é a Palavra (Jo.1:1).

- Pela botânica, sabemos que araiz é a parte do vegetal superior mais importante, porque é a que dá asustentação para o crescimento do vegetal e através da qual se vem aalimentação necessária para a sobrevivência. Uma planta que não tenha uma raizsuficiente, como Jesus disse na parábola do semeador, não resiste, morre. Umaplanta cuja raiz não tenha condições de continuar crescendo, levará à morte dovegetal, porque, mais cedo ou mais tarde, a planta será deslocada e, sem estarpresa ao solo, acabará por morrer, por maior ou mais antiga que seja.

Aliás,recentemente, vimos uma reportagem a respeito da quantidade de árvores antigasque estão caindo no Rio de Janeiro, precisamente por causa das instalações decabos, dutos e tubulações subterrâneas naquela cidade que comprometem apersistência do crescimento das raízes destas árvores, que passam a cair commuita freqüência, por qualquer abalo mais forte, como chuvas ou ventanias.

- A própria Bíblia, quando falado servo fiel, do homem bem-aventurado, ou seja, do homem mais do que feliz,que assim o é por ter comunhão com Deus, sempre o compara a árvores que têmraízes profundas, a indicar, portanto, ser indispensável que se tenha oconhecimento crescente, contínuo e profundo da Palavra de Deus para se ter umavida espiritual sadia.

- Em Nm.24:6, numa das profeciasde Balaão, Israel, o povo santo do Senhor, é comparado como “árvores de sândaloque o Senhor plantou, como cedros junto às águas”(ECA). Tanto o sândalo, quantoo cedro têm raízes profundas e muito eficientes. Os cedros são ditos junto àságuas, ou seja, possuem raízes que vão diretamente à fonte de água, a permitirum crescimento duradouro e bem grande.

Além do mais, pela sua altura (ocedro do Líbano tem entre 13 a 20 metros de altura), o cedro, necessariamente,tem de ter raízes bem profundas. Assim deve ser o crente: uma pessoa com raízesprofundas, ou seja, que se esmera no estudo e no conhecimento da Palavra deDeus, conhecimento que lhe permita levar até as águas vivas oferecidas porCristo Jesus (cf. Jo.4:10,11).

- No Salmo 1, temos uma das maisconhecidas referências dos salvos a árvores. O salmista diz que o varãobem-aventurado é como a árvore plantada junto ao ribeiro de águas, a qual dá oseu fruto na estação própria (Sl.1:3). Quem é este varão, que, por ser umaárvore planta junto a ribeiro de águas, tem a mesma estrutura do cedromencionado na profecia de Balaão? É o varão que tem seu prazer na lei do Senhore na sua lei medita de dia e de noite (Sl.1:2). Ser uma árvore plantada junto aribeiro de águas, com fortes e profundas raízes que asseguram um crescimentocontínuo e uma saúde tal que faz com que frutifique e frutifique no tempo certoé tão somente ter conhecimento da Palavra de Deus, é meditar noite e dia, dia enoite na Palavra do Senhor. Quer ser uma árvore desta natureza? Quer terfirmeza e saúde espiritual? Basta dedicar-se à meditação na Palavra de Deusdiariamente!

- Esta é a fonte da prosperidade.Tudo que se fizer será bom, trará bem-estar se fizermos de acordo com a Palavrade Deus. Muitos têm tudo, até dinheiro em demasia, mas não têm o bem-estar.Vivem inquietos, atribulados, apesar e por causa das muitas riquezas, não tendoqualquer alegria ou contentamento verdadeiros, porque não fazem as coisas deacordo com a sã doutrina. Ser próspero é ter bem-estar em tudo o que se faz,ago muito diferente e muito melhor do que possuir bens materiais.

- No Sl.52:8, o salvo é comparadoa uma “oliveira que floresce na casa de Deus”(ECA). A oliveira é uma árvore quetem cerca de 7 metros de altura, o que mostra ser também uma planta onde asraízes têm de ser profundas. Embora seu desenvolvimento seja lento, suas raízessão tão fortes que, mesmo havendo o seu corte, as raízes são capazes deproduzir até cinco troncos sucessivamente, não sendo difícil que oliveirassejam mantidas por séculos se não forem perturbadas. Temos, pois, mais umaárvore que se caracteriza pela profundidade e pela força de suas raízes. Ofruto da oliveira, a azeitona, dá-nos o azeite, que é um dos símbolos doEspírito Santo. O vigor das raízes da oliveira mostra-nos, assim, que uma vidade dedicação à Palavra de Deus produz uma ação vigorosa do Espírito Santo paratodos os que nos cercam. Não é à toa que a oliveira era, desde a mais remotaAntigüidade, um símbolo da amizade e da paz. Para que floresçamos na casa doSenhor, é indispensável que tenhamos raízes profundas, que conheçamos a Palavrade Deus.

- Neste florescer, além deembelezarmos o ambiente onde estivermos, também exalaremos o “bom cheiro deCristo” (II Co.2:14-16), contribuindo para o bem-estar de tantos quantos estãoà nossa volta e que têm a mesma esperança.
Verdade é que, por sermosprósperos, provocaremos a ira e a indignação dos que estão destinados àcondenação, pois o “bom cheiro de Cristo” para eles é cheiro de condenação, édenúncia de sua lamentável situação, mas, como temos o Espírito de Deus,teremos o devido consolo e alegria, pois sabemos que o nosso bem-estar é agarantia de que nos está reservado um galardão nos céus. Aleluia!

- No Sl.92:12-15, é dito que “ojusto florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano, plantados nacasa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darãofrutos, serão viçosos e florescentes, proclamando: o Senhor é reto, Ele é aminha rocha e nEle não há impiedade”(ECA). Ao comparar o justo à palmeira,vemos que se tem uma árvore alta, esguia, sem ramos, com um tufo de folhas de 2a 3 metros de comprimento a coroá-la.

Embora não seja tão alta como ocedro, a palmeira também possui raízes profundas e firmes, vez que,normalmente, seu tronco é flexível, resistente a ventanias, principalmente asespécies que surgem à beira-mar. A profundidade e firmeza das raízes uma vezmais se apresentam como característica do servo de Deus, que é uma demonstraçãode sua prosperidade, de seu bem-estar. Nesta passagem, o salmista ressalta acircunstância da perenidade. Quem está firmado na Palavra, nem mesmo o desgasteda idade física compromete a qualidade do seu fruto espiritual. Pelo contrário,este justo sabe que está firmado na Palavra, que tem sua base na rocha que é oseu Deus e que, quando se vive a Palavra de Deus, é-se consciente de que não sepode pecar, pois Deus não tem qualquer impiedade.

- O profeta Isaías diz que aspessoas alcançadas pela mensagem do Messias seriam chamadas de “árvores dejustiça”, “plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado” (Is.61:3″infine”). Quem aceita a Cristo tem de ser “árvore de justiça” e para que assim osejamos, faz-se preciso que sejamos “plantados pelo Senhor” e com o propósitode glorificá-lO. Ora, onde o Senhor nos planta? Já vimos no estudo destasreferências bíblicas que o Senhor nos planta “junto às águas”, ou seja, emCristo, na fonte de água viva, na rocha, na Palavra de Deus, pois, comosabemos, a água representa a Palavra do Senhor ( I Co.10:4; Ef.5:26).

É este o lugar em que somosplantados, é esta a fonte da verdadeira prosperidade e não poderia serdiferente, pois, para sermos “árvores de justiça”, temos de estar junto ao“justo” (I Pe.3:18) e é conhecendo a Palavra que a praticaremos e quem é apratica é justo, assim como Ele é justo (I Jo.3:7).

- O profeta Jeremias torna adizer que o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor é “como aárvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro. Nãoreceia quando vem o calor, suas folhas são sempre verdes. No ano da sequidão,não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jr.17:8). Mais uma vez vemos que osalvo em Cristo Jesus cresce espiritualmente em direção ao ribeiro, ou seja, emdireção à água, em direção à Palavra de Deus.

A verdadeira prosperidade gera umgenuíno crescimento espiritual, que é feito na Palavra do Senhor, sendo, pois,totalmente sem respaldo bíblico a tentativa de se construir uma espiritualidadeà margem da Palavra de Deus, com base em “revelações”, “novas unções”, “donsespirituais” ou misticismos da mais ampla variedade, como vemos nos nossosdias. O verdadeiro salvo cresce “para o ribeiro” e, ao crescer na Palavra, noconhecimento das Escrituras, esta Palavra vai sendo confirmada com amanifestação do poder do Senhor, com sinais, maravilhas e dons espirituais(Hb.2:3).

- O profeta Ezequiel, na suavisão do rio purificador, o rio que correrá em torno do templo do Milênio,observou que, ao lado deste rio, havia árvores tanto de um lado quanto deoutro, árvores que estavam à margem do rio. Esta visão, além do seu sentidoliteral, também nos traz uma figura do que é a comunidade que se encontra sob odomínio do Senhor, como será Israel na época milenial. A igreja da nossadispensação, o Israel de Deus (Gl.6:16) é formado unicamente por árvores que seencontram junto às águas, por pessoas que dão prioridade à Palavra do Senhor,que nela meditam e que a cumprem dia e noite, noite e dia. Ser prósperosignifica pertencer a este povo, não ao grupo dos “grandes mercadores” queanseiam e anelam servir ao Anticristo.

- O profeta Oséias, ao profetizarsobre a restauração espiritual de Israel, afirmou que Israel “florescerá como olírio e espalhará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seusramos, e a sua glória será como a da oliveira, o seu odor como um cedro doLíbano. Voltarão a habitar na sua sombra. Serão vivificados como o trigo eflorescerão como a vide, a sua memória será como o vinho do Líbano” (Os.14:6,7ECA). Aqui também se vê como o povo salvo é sempre um povo que tem raízes quese espalham, raízes que crescem e se desenvolvem.

- Ante tantas manifestaçõesbíblicas, podemos ainda ter alguma dúvida a respeito de que a verdadeiraprosperidade tem como fonte a Palavra de Deus? Podemos nos manter acomodadoscom a negligência que temos tido e assistido com relação ao ensino da Palavrade Deus em nossas igrejas locais na atualidade? A única forma de termos averdadeira prosperidade, de nos apossarmos desta promessa de Deus é voltando àPalavra de Deus, é deitando raízes na meditação das Sagradas Escrituras.

A VERDADEIRAFELICIDADE

“Feliz o homemconstante No temor de Deus”. Prov. 28:14

Muitas pessoas têm confundidofelicidade com aquilo que é apenas alegria, sucesso, ou bem-estar passageiro.Estão sempre à procura daquilo que já possuem, pois, são felizes e não o sabem.
Imaginam que riqueza e projeçãosocial podem levá-las ao auge do prazer e do contentamento. Isto, porquealmejam subir ainda mais nos seus anseios que podem não ter fim.

E a ambição, a causadora dasinsatisfações constantes. A felicidade não está nas coisas e nos anseios járealizados porque, com antecedência, já está dentro da pessoa, mesmo antes quelhe aconteçam o sucesso e a vitória. E um estado de espírito tranqüilo e manso.Pode-se até dizer que a felicidade é a roupagem da paz e do amor.

Talvez seja por isso que dizemos,quando estamos lendo a felicidade nos olhos de certa pessoa, que ela transmitea luz da alegria. A felicidade tem sido convidada a entrar na vida dos nossosmelhores amigos em ocasiões especiais. E ela que podemos almejar como nossabênção, a título de presente. Estamos empenhados em consegui-la e segurá-laantes que nos escape das mãos, indo pelos vãos dos dedos. Não nos dá o direitoa exclusividades. Qualquer pessoa pode usufruir desse maravilhoso sentimento deventura. Ainda bem que pelo menos as crianças a possuem com naturalidade.

A felicidade une aos que se amamardentemente, de poucos ou de longos anos; aos que na medida do possível queremficar sempre perto. Esta é a compreensão que podemos demonstrar como coisaelementar da vivência de cada um de nós. Mas na Bíblia, no Salmo I, averdadeira felicidade não se refere apenas ao cotidiano relacionado com o viversimplesmente; mas também à nossa maneira de ser e agir, coisas do interior,como querer e proceder.

Assim, a pessoa só poderá serfeliz, dentro do quadro que o salmo sugere: Bom caráter, o trilho certo, apercepção do certo e do errado. Na linguagem atualizada, revista e corrigida,está escrito: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, nãose detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”.(Salmo 1:1).

Na linguagem de hoje: “Felizaquele que rejeita os conselhos dos maus, que não segue o caminho dos pecadores,e não anda com os que zombam de Deus”. (Salmo 1:1).

Os maus, os pecadores, e os quezombam de Deus, dos nossos dias, não vêem estas palavras do salmista como umalerta para a felicidade. Antes, julgam que as pessoas que agem assim, sãocovardes, inibidas e atrasadas socialmente. Conforme o salmista sugere, paraestas pessoas a felicidade está à vista do que vêem e do que lhes é oferecidopelos desejos da carne.

Podemos sentir que, realmente, afelicidade está no fato desse homem do Salmo I vir comandando a sua vida,segundo o que Deus lhe apraz. Ele age, deixa de fazer, e escolhe o seu própriocaminho.
Se ouvir os conselhos dos maus;caminhar entre os praticantes do mal, e assentar-se no meio dos ímpios, tomandoparte ativa nas suas deliberações, e com gosto, então não deseja a verdadeirafelicidade que Deus tem para lhe dar. Assim tem-se confundido prazer momentâneocom satisfação permanente. Segundo o salmista que compôs a poesia do Salmo I,as pessoas que agem erradamente, não poderão ser felizes. Ele as classificacomo palha que o vento leva; serão condenadas e separadas. E o seu desígnio é aperdição. Não há aproveitamento algum.

No versículo dois, o salmista dizque o prazer da pessoa que é feliz deve estar, continuamente, na leitura da“lei do Senhor” e nela meditar dia e noite. Esta é uma afirmação, pois, apessoa é feliz porque faz isso; o meditar na palavra que aponta o farol queilumina o caminho trilhado. O aprendizado se faz a qualquer momento que elenecessitar. Pela manhã, à tarde ou à noite. A comunhão com o Senhor, às vezes,depende do que Ele tem para nos dizer.

O terceiro versículo diz que apessoa que assim procede, é semelhante a uma árvore plantada junto a correntede águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; etudo quanto ela faz será bem sucedido. Arvore forte, verde, frutífera, e quenão mente. Na estação ela dá o fruto esperado. Folhagem que não murcha, visualconstante, sadio, tem o bem sucedido. E estável e menos faltoso, não se podefugir desta realidade. Nós nos consideramos felizes à medida que formosconstantes no temor de Deus.

E um salmo que define afelicidade em relação à pessoa e a Deus. E uma boa receita para os que queremser agradáveis, e fazer as coisas se tornarem agradáveis também. Infelizmente,temos ouvido pessoas dizerem que a felicidade não existe, e somente momentosfelizes estão claros. Ora, sabemos que estes que assim se expressam, sãoignorantes em relação a verdadeira felicidade. São os desiludidos que não sabemdistinguir o sentido da felicidade, daquilo que atribuem como sendo a própriafelicidade.

O que acontece é que falham noamor, nos negócios, na vida e na fé. São fracassos e o problema é pessoal epassageiro. Uma vez passados os deslizes, a perda, a fé inconstante, tudo podeser superado. E o que aconteceu fica com o passado. Há pessoas que sendoinválidas, se declaram felizes, ignorando a dor e o sofrimento que a doençalhes tem causado.

A felicidade não é viver para sisomente, numa rotina de vida, sem procurar modificá-la para melhor. E tambémajudar, quando isto nos é permitido pelas possibilidades. Existem muitasmaneiras de sermos úteis e levarmos felicidade a outros. Crianças nosorfanatos, velhos nos asilos, doentes em casa ou nos hospitais, pessoas assentadasnas calçadas à espera de socorro, etc.

Eles esperam de nós a palavraamiga, simpática, que se transforma em carinho quando damos nossa atenção amais pobre destas criaturas. Nem sempre seremos bem recompensados se vivermosapenas em função de nós mesmos.

Não devemos nos esquecer que avida tem suas variações. Às vezes, é como lugar árido, sem flores, sem sombra eaté sem água. Vales e montes se nos deparam e somos obrigados a descer semajuda, escorregando e caindo. Ou então, temos de escalar montanhas cheias dedificuldades sem um único empurrão amigo. A felicidade não é visível, mas ésuave, não machuca, só faz o bem. E por isso devemos ter os pés no chão, olhospresos no futuro, e caminhar confiando no Senhor que possuem as melhoresbênçãos que conhecemos. Gozemos a paz,dediquemo-nos ao amor, e cultivemos a fé que significa a força e a ponte quenos leva ao nosso Deus.


Gênesis 50:25 E José fez jurar os filhos deIsrael, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meusossos daqui.
É comumque as pessoas tenham dificuldades para acreditar e esperar em promessas,especialmente em nosso Brasil, onde há muitos prometedores politiqueiros queusam até o nome de Deus mas que dificilmente cumprem suas promessas obrigandocada um a “se virar como pode”, a deixar tudo como está, a perder a esperançade mudanças, em fim perder a fé.
Josésabia que o povo de Israel poderia perder a fé na promessa de Deus, embora oSenhor não seja politiqueiro, por isso ele fez um pedido que reforçava sua féna promessa de Deus e que deveria ser lembrado pelo Povo de Deus. Ele pediu quequando o Senhor os tirasse do Egito, levassem seus ossos para serem sepultadosna terra Prometida por Deus a Abraão. Podemos ver nesse pequeno trecho que quemconfia na promessa de Deus sabe que nada poderá impedi-la, vejamos:

- O poderhumano não poderia impedir, e José sabia bem disso em sua própria história devida. Quanta vez esteve perto de perder tudo, ou melhor, perdeu, e Deus lherestituiu chegando a ser o homem mais importante no maior reino de sua época.José sabia que o mesmo Deus que levara seu povo para o Egito para livrá-lo damorte durante uma grande fome, pois o povo era ainda nômade ou semi-nômade enão tinha estruturas para enfrentar tal provação, além do mais, Faraó jamaisreceberia o Povo de Deus se não fosse em gratidão pelo livramento dado por Deuspelas mãos de José que previu e aprovisionou mantimento nos dias de farturapara os dias de penúria. O Deus que livrara o seu povo da força da natureza eda força de Faraó, não seria impedido por nenhum ser humano, por maisimportante e poderoso que fosse.


- Adistância e solidão também não podem impedir as promessas de Deus. José sabiaque o povo tenderia a se acomodar, mas que não se pode acomodar a acordos com ohomem ímpio. Fora da Terra Prometida, Israel era alguém sem posse, semidentidade de cidadão, entregue à própria sorte e aos possíveis caprichos ediscriminações dos senhores da terra, como ocorreu posteriormente.

Tiremoscomo lição de que por mais distantes que estejamos do cumprimento de promessasde Deus, nosso Senhor não está distante pois é onipresente e está conosco acada momento vendo o que fazemos de bom e mal. Vamos viver como quem temcerteza de que o provedor está conosco mesmo que a promessa esteja além dohorizonte.

- A mortee o mundo espiritual também não podem nos separar das promessas de Deus. Noteque numa cultura onde havia técnicas sofisticadas de mumificação com intençãode perpetuar os mortos pela preservação de seu corpo, e conceder com isso algumbenefício no porvir, José negou as práticas idolátricas dos Egípcios e disseque queria que o povo de Deus levasse seus ossos para Canaã.

Issosignifica que mesmo embalsamado como aponta o texto, este procedimento não foifeito com os requintes egípcios de preservação, provavelmente foi apenas um atode perfumar o corpo, prepará-lo para suportar o tempo suficiente para serchorado por todo o povo visto que se tratava de alguém extremamente queridotanto pelos judeus quanto por aquela geração de egípcios. José não seprecipitava pois ele sabia que a morte e qualquer força espiritual não pode nosafastar do cumprimento das promessas de Deus e de sua Salvação. A morte tem nospreocupado? O mundo espiritual tem nos preocupado? Confiemos em Cristo pois eleestá conosco para nos salvar seja qual for nossa situação perante a vida nestemundo.

- Outracoisa que a preocupação de José nos mostra é que o tempo, que para nós éinexorável, é impotente perante o Deus Eterno. Há quanto tempo esperamos porpromessas? Algumas podem demorar mas certamente virão no momento certo, quandoDeus quiser. A promessa mais importante não está sujeita ao tempo, que é aSalvação. Nós é que podemos adiar sua realização pela nossa desobediência emsubmeter-se a Jesus reconhecendo nossos pecados, e podemos também fazer com queela ocorra imediatamente quando aceitamos a Cristo.

Que estasverdades nos confortem e nos despertem no servir a Deus: não há poder,distância, solidão, tempo, morte ou força espiritual que possa nos separar doamor de Deus.


A prosperidade financeira obedece a normas, regrase métodos estabelecidos. Por outro lado, da perspectiva bíblica, a prosperidadeé um dom de Deus. É ele quem concede saúde, oportunidades, inteligência, e tudoo mais que é necessário para o sucesso financeiro. E isso, sem distinção depessoas quanto ao que crêem e quanto ao que contribuem financeiramente para ascomunidades às quais pertencem. Deus faz com que a chuva caia e o sol nasçapara todos, justos e injustos, crentes e descrentes, conforme Jesus ensinou(Mateus 5:45). Não é possível, de acordo com a tradição reformada, estabeleceruma relação constante de causa e efeito entre contribuições, pagamento dedízimos e ofertas e mesmo a religiosidade, com a prosperidade financeira.

Várias passagens da Bíblia ensinam os crentes a nãoterem inveja dos ímpios que prosperam, pois cedo ou tarde haverão de serpunidos por suas impiedades, aqui ou no mundo vindouro. Através dos séculos, asreligiões vêm pregando que existe uma relação entre Deus e a prosperidadematerial das pessoas. No Antigo Oriente, as religiões consideradas pagãsestabeleceram milênios atrás um sistema de culto às suas divindades que sebaseava nos ciclos das estações do ano, na busca do favor dessas divindadesmediante sacrifícios de vários tipos e na manifestação da aceitação divinamediante as chuvas e as vitórias nas guerras. A prosperidade da nação e dosindivíduos era vista como favor dos deuses, favor esse que era obtido por meiodos sacrifícios, inclusive humanos, como os oferecidos ao deus Moloque.

No Egito antigo a divindade e poder de Faraó erammensurados pelas cheias do Nilo. As religiões gregas, da mesma forma,associavam a prosperidade material ao favor dos deuses, embora estes fossemcaprichosos e imprevisíveis. As oferendas e sacrifícios lhes eram oferecidas emtemplos espalhados pelas principais cidades espalhadas pela bacia doMediterrâneo, onde também haviam templos erigidos ao imperador romano, cultuadocomo deus.A religião dos judeus no período antes de Cristo, baseada no AntigoTestamento, também incluía essa relação entre a ação divina e a prosperidade deIsrael. Tal relação era entendida como um dos termos da aliança entre Deus eAbraão e sua descendência.

Na aliança, Deus prometia, entre outras coisas,abençoar a nação e seus indivíduos com colheitas abundantes, ausência depragas, chuvas no tempo certo, saúde e vitória contra os inimigos. Essas coisaseram vistas como alguns dos sinais e evidências do favor de Deus e como testesda dependência dele. Todavia, elas eram condicionadas à obediência e só viriamcaso Israel andasse nos seus mandamentos, preceitos, leis e estatutos. Estesincluíam a entrega de sacrifícios de animais e ofertas de vários tipos, afidelidade exclusiva a Deus como único Deus verdadeiro, uma vida moral deacordo com os padrões revelados e a prática do amor ao próximo. A falha emcumprir com os termos da aliança acarretava a suspensão dessas bênçãos.

Contudo, a inclusão na aliança, o favor de Deus e aconcessão das bênçãos não eram vistos como meritórios, mas como favor graciosode Deus que soberanamente havia escolhido Israel como seu povo especial.OCristianismo, mesmo se entendendo como a extensão dessa aliança de Deus comAbraão, o pai da fé, deu outro enfoque ao papel da prosperidade na relação comDeus. Para os primeiros cristãos, a evidência do favor de Deus não eramnecessariamente as bênçãos materiais, mas a capacidade de crer em Jesus deNazaré como o Cristo, a mudança do coração e da vida, a certeza de que haviamsido perdoados de seus pecados, o privilégio de participar da Igreja e, acima detudo, o dom do Espírito Santo, enviado pelo próprio Deus ao coração dos quecriam.

A exultação com as realidades espirituais da novaera que raiou com a vinda de Cristo e a esperança apocalíptica do mundovindouro fizeram recuar para os bastidores o foco na felicidade terrenatemporal, trazida pelas riquezas e pela prosperidade, até porque o próprioJesus era pobre, bem como os seus apóstolos e os primeiros cristãos,constituídos na maior parte de órfãos, viúvas, soldados, diaristas, pequenoscomerciantes e lavradores. Havia exceções, mas poucas. Os primeiros cristãos,seguindo o ensino de Jesus, se viam como peregrinos e forasteiros nesse mundo.O foco era nos tesouros do céu.

A Idade Média viu a cristandade passar por umamudança nesse ponto (e em muitos outros). A pobreza quase virou sacramento, aose tornar um dos votos dos monges, apesar de Jesus Cristo e os apóstolos teremcondenado o apego às riquezas e não as riquezas em si. Ao mesmo tempo, e demaneira contraditória, a Igreja medieval passou a vender por dinheiro asindulgências, os famosos perdões emitidos pelo papa (como aqueles que fizeramvoto de pobreza poderiam comprá-los?). Aquilo que Jesus e os apóstolos disseramque era um favor imerecido de Deus, fruto de sua graça, virou objeto de compra.

Milhares de pessoas compraram as indulgências,pensando garantir para si e para familiares mortos o perdão de Deus parapecados passados, presentes e futuros.
A Reforma protestante, nascida em reação à vendadas indulgências, entre outras razões, reafirmou o ensino bíblico de que ohomem nada tem e nada pode fazer para obter o favor de Deus. Ele soberana egraciosamente o concede ao pecador arrependido que crê em Jesus Cristo, e nelesomente.

A justificação do pecador é pela fé, sem obras dejustiça, afirmaram Lutero, Calvino, Zwinglio e todos os demais líderes daReforma. Diante disso, resgatou-se o conceito de que o favor de Deus não sepode mensurar pelas dádivas terrenas, mas sim pelo dom do Espírito e pela fésalvadora, que eram dados somente aos eleitos de Deus. O trabalho, através doqual vem a prosperidade, passou a ser visto, particularmente nas obras deCalvino, como tendo caráter religioso.

Acabou-se a separação entre o sagrado e o profanoque subjaz ao conceito de que Deus abençoa materialmente quem lhe agradaespiritualmente. O calvinismo é, precisamente, a primeira ética cristã que deuao trabalho um caráter religioso. Mais tarde, esse conceito foi malcompreendido por Max Weber, que traçou sua origem à doutrina da predestinaçãocomo entendida pelos puritanos do século XVIII. Weber defendeu que oscalvinistas viam a prosperidade como prova da predestinação, de onde extraiu afamosa tese que o calvinismo é o pai do capitalismo.

As conclusões de Weber têm sido habilmentecontestadas por estudiosos capazes, que gostariam que Weber tivesse estudado asobras de Calvino e não somente os escritos dos puritanos do séc. XVIII.
Atualmente, em nosso país, a idéia de que Deussempre abençoa materialmente aqueles que lhe agradam vem sendo levada adiantecom vigor, não pelos calvinistas e reformados em geral, mas pelas igrejasevangélicas chamadas de neopentecostais, uma segunda geração do movimentopentecostal que chegou ao Brasil na década de 1900.

A mensagem dos pastores, bispos e “apóstolos” dessemovimento é que a prosperidade financeira e a saúde são a vontade de Deus paratodo aquele que for fiel e dedicado à Igreja e que sacrificar-se para dardízimos e ofertas. Correspondentemente, os que são infiéis nos dízimos eofertas são amaldiçoados com quebra financeira, doenças, problemas e tormentosda parte de demônios.

Na tentativa de obter esses dízimos e ofertas, osprofetas da prosperidade promovem campanhas de arrecadação alimentadas porversículos bíblicos freqüentemente deslocados de seu contexto histórico eliterário, prometendo prosperidade financeira aos dizimistas e ameaçando com oscastigos divinos os que pouco ou nada contribuem.

O crescimento vertiginoso de igrejasneopentecostais que pregam a prosperidade só pode ser explicado pela idéiaequivocada que o favor de Deus se mede e se compra pelo dinheiro, pelo gostoque os evangélicos no Brasil ainda têm por bispos e apóstolos, pela idéia nuncatotalmente erradicada que pastores são mediadores entre Deus e os homens e pelomisticismo supersticioso da alma brasileira no apego a objetos consideradossagrados que podem abençoar as pessoas.

Quando vejo o retorno de grandes massas ditasevangélicas às práticas medievais de usar no culto a Deus objetos ungidos econsagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticassupersticiosas e procurando obter prosperidade material por meio de pagamentode dízimos e ofertas me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismobrasileiro e sua teologia da prosperidade não são, na verdade, filhos da Igrejamedieval, uma forma de neo-catolicismo tardio que surge e cresce em nosso paísonde até os evangélicos têm alma medieval.

Contribuindo com a obra de Deus

Contribuircom a obra de Deus é uma verdade clara em toda Bíblia. Entretanto, existem dois
extremos que estão totalmente fora das Escrituras. O primeiro, dos quegananciosamente mercadejam a fé para obter vantagens pessoais, enganando osincautos. E o segundo, dos avarentos que amam mais o dinheiro do que a Deus efecham o coração e o bolso para a graça da generosidade.

AEscritura nos ensina a investir no Reino de Deus. A contribuição pessoal,voluntária, generosa, sistemática e alegre está presente tanto no Antigo comono Novo Testamento. E Davi nos oferece alguns princípios sobre o investimentono Reino de Deus quando se preparava para a construção do templo de Jerusalém(1Crônicas 29.1-22).

Naquelemomento, ele estava diante de um desafio espiritual. A obra era extensa porquenão era para honra de homens, e sim para a glória de Deus (29.1). E Davi sabiaque ele e sua família eram alvos dessa obra. Dentre todas as famílias da terra,eles foram escolhidos por Deus para a aliança de salvação. Por isso, Davicontribuiu “todas as suas forças” (29.2).

Nossagenerosidade é necessária no Reino de Deus porque somos parte dele. Dentretodas as famílias da terra, Deus nos escolheu em seu eterno amor. Somos partedessa grande empreitada de salvação. Assim, nada mais natural do que nostornarmos cooperadores na expansão do Reino de Deus. E há muito a ser feito. Háum templo a ser construído aqui; pessoas a serem evangelizadas; outras igrejasa serem plantadas; pessoas a serem assistidas; missionários a serem enviados.“Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós”(1Coríntios 3.9).

Alémdisso, Davi investiu generosamente porque amava a obra de seu Deus (29.3-5).Quem ama a Deus se alegra em contribuir com sua obra segundo as suas posses ede forma voluntária e generosa. Amar a Deus é também contribuir de forma sistemáticacom sua obra. A contribuição da qual Deus se agrada é aquela que é feita poramor, porque “ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e aindaque entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nadadisso me aproveitará…” (1Co 13.3).

Mas nãofoi só Davi! Todo povo se alegrou em contribuir voluntariamente (29.6-9). Deusnão quer nada que seja feito por constrangimento. Mas espontaneamente,voluntariamente e com alegria. Se não houver deleite e prazer em investir no Reinode Deus, não estaremos fazendo com sinceridade. Nosso coração tem de seinclinar com júbilo para o Senhor. Contribuir é um privilégio, não umsacrifício. Não é um peso, mas uma glória. Assim, “cada um contribua segundotiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus amaa quem dá com alegria”. (2Co 9.7).

Por fim,todo o povo adorou o Senhor e se regozijou em sua presença (29.20-22). Investirno Reino de Deus e contribuir voluntariamente é um ato solene de adoração. Nãoé um suborno ou um negócio com Deus. Mas reconhecer que Ele é mais importanteque o dinheiro. É a supremacia e a primazia de Deus e de sua grande glória emnossa vida e coração.
Tudo nóstemos recebido de Deus. Somos por Ele abençoados em todas as nossas necessidades

– basta olhar para os que realmente passam necessidades para ver isso. Por queentão não se tornar um investidor em seu Reino? “Honra ao SENHOR com os teusbens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teusceleiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Provérbios 3.9-10).


CONTRIBUIÇÃO VOLUNTARIA E REGULAR

A LEI DA LIBERDADE do evangelho da graça estabelecealguns princípios para nossas contribuições voluntárias às igrejas.

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração,não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Co 9.7).

Primeiro, não é a igreja que fixa o valor. Ocrente, sabendo de suas condições financeiras em determinado mês, e danecessidade da congregação, escolhe a quantia a ser ofertada.

Segundo, a contribuição será voluntária e livre dequalquer pressão psicológica, “não por necessidade” de conseguir algum favorespiritual. O termo “necessidade” (gr. ananke) denota “o que tem denecessariamente ser”. Logo, a oferta, se é voluntária, não é uma obrigação.Exemplo de ananke: “Todavia, o que está firme em seu coração, não tendonecessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se revolveu no seucoração guardar a sua virgem, faz bem” (1 Co 7.37).

“Tristeza” (gr. lupe) significa aflição, mágoa,peso, pesar. Exemplo: “Tenho grande tristeza e contínua dor em meu coração” (Rm9.20). Uma oferta que não seja voluntária, mas obrigatória, por necessidade,poderá causar tristeza em lugar de alegria. Enfim, a alegria resulta de umadecisão tomada de dentro para fora, sob impulso do Espírito Santo, conforme aprosperidade de cada um (1 Co 16.2).

Terceiro, Deus não vê a quantidade ofertada, mas aqualidade dos desejos e motivos do nosso coração ao ofertarmos.

Quarto, o Apóstolo recomenda não ofertar comavareza (2 Co 9.5). Avareza indica um “excessivo e sórdido apego ao dinheiro”,o que é terrível aos olhos de Deus.

Quinto, Deus promete abundância de graça aos quedão com alegria, voluntariamente, de forma generosa.

Sexto, se o rente propuser em seu coração dar maisde dez por cento de seus ganhos, não há nenhum problema, embora esteja emdesacordo com Malaquias 3.10, que limita a oferta em dez por cento. Se ofertarcom um valor inferior, mas de acordo com sua disponibilidade, também não háproblema, desde que seja de coração e com alegria. A Nova Aliança não nos causa o temor de sermosapanhados pelo devorador. Não mais estamos encarcerados na lei, mas dirigidospela “lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, que me livrou da lei do pecadoe da morte” (Rm 8.2).

Somos livres. “Lança fora a escrava e seu filho,porque, de modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre. Demaneira que, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre. Estai, pois,firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vosdebaixo do jugo da servidão” (Gl 4.30, 31; 5.1).

CONCLUSÃO

Que a experiência de Asafe,permitida por Deus, e registrada em sua Palavra, sirva de preciosa lição paranós, hoje, e que jamais nos deixemos abater pelo fato de vermos os ímpiosprosperarem. Davi, no Salmo 37.1, recomenda: “Não te indignes por causa dosmalfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade, porque cedo serãoceifados como a erva e murcharão como a verdura”.

Elaboraçãopelo:-Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia deDeus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1997

iptubarao.wordpress.com



evangelicosdotcpr.blogspot.com

Livro Centelha Divina – Janair deMorais Alcântara

Colaboração para oPortal EscolaDominical: Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco.



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