sábado, 3 de dezembro de 2016

Orações Materialistas


A prioridade de Jesus é solucionar o problema espiritual do homem.

Certo dia, alguém aproximou-se de Jesus e lhe disse: “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós? E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui” (Lc.12.13-15).

Aquele homem procurou o Senhor Jesus para pedir providências a respeito de um problema material, mas sua solicitação não foi atendida.

Seria bem diferente se o seu desejo fosse outro e ele dissesse: “Mestre, quero ser seu discípulo, ouvir seus ensinamentos, aprender mais da tua palavra. Quero ser salvo”.

Nada disso. Ele trouxe um problema material para Jesus resolver e esse tipo de coisa nunca foi prioridade para Cristo e continua não sendo.


Se aquele homem estivesse buscando salvação, pode ser que até o seu problema financeiro fosse resolvido. Além disso, havia um agravante na situação: Jesus viu que aquele coração estava contaminado pela cobiça. Sua motivação era pecaminosa. Portanto, Jesus não poderia atendê-lo.

Embora, tenha chamado Jesus de “Mestre”, o homem não tinha nenhum interesse pelos ensinamentos de Jesus. Ele também não queria ser discípulo, ou seja, não queria compromisso algum com Jesus, mas apenas uma bênção particular. Ele não tinha intenção de fazer a vontade do Senhor, mas sim que a sua própria vontade fosse feita. Sua atitude era de quem reconhecia a sabedoria de Cristo e talvez o seu poder, mas não a sua divindade. Para ele, estava claro que Jesus era um solucionador de problemas, mas não um salvador.

Chamou Jesus de Mestre, mas tratou-o como se fosse juiz e repartidor de bens. Seus lábios diziam uma coisa, mas seu conceito sobre Cristo era outro. Ele tinha uma idéia errada sobre Jesus, assim como muitas pessoas têm hoje.

O pedido daquele homem não parecia algo ruim, mas coisas boas também podem ser prejudiciais quando a vontade de Deus não é o principal em nossas vidas. Jesus não atendeu aquela petição, assim como deixa de atender muitas orações materialistas hoje. Ele estava bem consciente do propósito de sua vinda ao mundo. Ele veio resolver o problema espiritual do homem. É verdade que ele resolveu também muitos problemas físicos, mas não de pessoas que tivessem motivos pecaminosos no coração.


As questões físicas e financeiras são secundárias para Jesus. Ele veio salvar os pecadores, restabelecendo a comunhão dos homens com Deus. Esta era e continua sendo a sua prioridade máxima.

Aquele homem tentou desviar Jesus do seu propósito. Aquilo pode ter sido uma tentação, mas poderia também parecer uma oportunidade. Se Jesus se dedicasse a resolver aquele problema da herança, certamente ele conseguiria, e da melhor forma possível. Então, quem sabe, ele se tornaria um famoso solucionador de conflitos relacionados a questões familiares, etc. Poderia tornar-se um juiz famoso, mas não teria mais todo o tempo disponível para pregar o evangelho do Reino de Deus.

Isto pode acontecer conosco hoje. Muitas são as propostas que tentam nos desviar do propósito de Deus para nós.


Assim como Jesus estava bem consciente de sua identidade, função e propósito, nós também precisamos saber que o propósito do evangelho é espiritual. Não tentemos colocar Jesus como nosso servo para resolver uma série de questões deste mundo.

Ele pode resolver tudo, desde que nos aproximemos dele pelos motivos certos. Se Cristo for o mais importante para nós, então deixaremos que ele cuide do resto, seja para nos atender ou para negar nossos pedidos. Acima de tudo, saberemos que, a sua graça nos basta.


Autor: Pr Anísio Renato de Andrade
Por: Wilmar Antunes

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Crescimento das igrejas: três armadilhas


Os riscos dessa expansão são invisíveis, mas muito grandes
Para mim não é fácil escrever um artigo sobre os perigos do crescimento das igrejas. Primeiro, porque nunca fui pastor de uma igreja numerosa. Não sei o que isso significa. Segundo, porque a realidade que envolve o crescimento de uma igreja é sempre muito complexa. Espera-se que uma igreja saudável – que ensina a Palavra de Deus, evangeliza e faz discípulos de Cristo ¬– cresça numericamente.
Porém, a saúde e a fidelidade de uma igreja podem levá-la a crescer e ser relevante, bem como a sofrer e ser marginalizada. No entanto, como o crescimento e a visibilidade das igrejas despertam grande interesse e o status decorrente é muito sedutor – o que não acontece quando o que está em jogo é o sofrimento, a marginalidade e o martírio –, gostaria de refletir sobre os riscos, ou quem sabe, sobre os ídolos, que o crescimento numérico das igrejas pode apresentar.
A preocupação com o crescimento da igreja é legítima e necessária. Sempre foi. O desafio dessa expansão envolve afirmar a prioridade da missão, a centralidade do evangelho, a necessidade de falar para os de fora, bem como o esforço para ser relevante no contexto social e cultural, no estabelecimento de alvos objetivos, na importância de estratégias e no uso correto das ferramentas sociais e tecnológicas.
Embora esta preocupação com o crescimento seja percebida em toda a história cristã, as mudanças sociais das últimas décadas trouxeram novas realidades, que precisam ser analisadas criticamente. Há três décadas, a preocupação dos evangélicos era com a missão integral e a luta por transformação política e social. A preocupação hoje é com a igreja local, seu crescimento, e sua presença na sociedade. Antes o foco estava na esfera pública; agora, na esfera privada da vida comunitária. Antes a palavra de ordem era "revolução", hoje é "relevância".
A busca por uma igreja relevante abre portas para um novo mundo, trazendo novos desafios e possibilidades. Por outro lado, abre brechas para o risco de a igreja se comprometer, muitas vezes sem perceber, com o espírito desta era. Modernizar e inovar não são um problema em si. Porém, é preciso olhar criticamente para a forma como se faz a busca por relevância e de que maneira se lança mão dos recursos modernos de crescimento. É necessário discernir os riscos que tais ações representam para o futuro do cristianismo.
A expressão "crescimento" pode ser compreendida em termos quantitativos (número de membros, orçamento, projetos) e qualitativo (maturidade, caráter, profundidade). Ambos são importantes, e um não exclui, necessariamente, o outro. No entanto, o crescimento quantitativo nem sempre promove um crescimento qualitativo, mas sempre desperta um fascínio em função da visibilidade e do prestígio que uma grande igreja proporciona para seus líderes e membros. É aqui que enfrentamos um grave risco: o de se construir a casa (igreja) sobre a areia e não sobre a rocha, segundo a parábola de Jesus.

CARACTERÍSTICAS DAS IGREJAS QUE CRESCEM

As igrejas que mais crescem possuem, pelo menos, três características comuns: uso intenso de modernas ferramentas tecnológicas, forte liderança pessoal e uma poderosa marca institucional. É claro que existem outras características, mas quero me deter nestas três e refletir sobre os riscos que elas representam para o futuro da igreja.
A revolução tecnológica da segunda metade do século 20 e deste início de século 21 mudou o cenário religioso. A busca pela excelência funcional e por uma comunicação eficiente ocupa o topo das prioridades de muitas igrejas. Possuímos tecnologia para um bom planejamento estratégico, música de excelente qualidade, projetos de crescimento eficientes.
O problema é que a tecnologia tem o poder de substituir aquilo que Deus faz por aquilo que é feito pelo homem. Vivemos o risco de um perigo semelhante ao que Paulo percebeu na igreja de Éfeso, cujos crentes, segundo o apóstolo, tinham aparência de piedade e no entanto lhe negavam o poder. Ter uma boa música, não nos torna, necessariamente, adoradores. Um bom planejamento estratégico não tem o poder de transformar mentes e corações. Projetos eficientes não fazem de nós verdadeiros discípulos de Cristo.
Igreja bem estruturada não é sinônimo de comunhão. A crítica à Igreja de Laodicéia é de que ela era rica e abastada e não precisava de coisa alguma. Inclusive de Deus. A tecnologia vem se tornando um substituto para a fé. Mas essa eficiência não substitui o poder transformador do evangelho. Precisamos perguntar: é possível discernir o que Deus está fazendo? O primeiro risco que a igreja enfrenta hoje é o da negação de Deus. Não a negação de sua existência, mas do seu poder.
Uma segunda característica comum é a forte liderança pessoal. A liderança forte, bem como a tecnologia, em si, não constitui um problema. O risco está naquilo que nem sempre é percebido. Se a tecnologia traz o risco de uma igreja sem Deus, a liderança forte traz o risco de uma igreja sem netos ou bisnetos. Hoje, o que mais atrai os fiéis a uma igreja, além de sua funcionalidade, é o carisma de seu líder.
Ao ser perguntado pela igreja que frequenta, a resposta mais comum é "a igreja de fulano de tal". Essa liderança confere uma posição de destaque ao membro desta igreja. A pergunta é: igrejas assim sobreviverão à uma segunda ou terceira geração? Sobreviverão depois que seus grandes líderes saírem de cena? Sabemos que algumas megaigrejas na América do Norte entraram em rápido declínio na segunda geração de líderes.
O velho problema da igreja de Corinto se repete: uns são de Paulo, outros de Apolo, outros de Pedro e alguns chegam a dizer que são de Cristo. O personalismo intensifica o narcisismo, que muda o objeto da adoração. Tanto na política como na igreja, a figura forte de um líder compromete o futuro. Vive-se um apogeu glorioso seguido por um rápido vazio e declínio.
A terceira característica é a forte marca institucional, que a torna atraente. Aqui vejo dois perigos. O primeiro diz respeito à busca por relevância. Porém, o que precisa ser relevante, a igreja (instituição) ou o evangelho de Cristo? É possível ser relevante e, ao mesmo tempo, comprometido com a verdade? Sem o evangelho e sem a verdade, qualquer esforço para ser relevante se mostrará, cedo ou tarde, totalmente irrelevante. A imagem que Paulo usa é a do tesouro em vasos de barro.
Não é o evangelho de Cristo que desperta o interesse de muitos para a igreja hoje, mas a própria igreja com seus métodos, programas, música e tecnologia. Isso não é necessariamente ruim. Nem sempre as pessoas serão atraídas pelos motivos mais nobres. O problema é que o vaso vai se transformando não só na porta de entrada, mas num fim em si mesmo. Quanto mais atenção se dá ao vaso, menor valor terá o evangelho.
O outro perigo é a perda da consciência de ser povo de Deus, Corpo de Jesus Cristo. Algumas igrejas que crescem rapidamente atraem uma quantidade considerável de cristãos frustrados com suas igrejas de origem, que ali chegam como a última alternativa institucional de sua jornada cristã. Envolvem-se com paixão, adquirindo uma forte identidade com aquele grupo em particular. O problema é que não são mais capazes de se verem como parte do povo de Deus em uma determinada região ou cidade, mas apenas como povo de Deus de uma igreja particular. É a negação do "povo de Deus" e a afirmação perigosa de uma elite religiosa superior.

CUIDADOS NO CRESCIMENTO

O desafio do movimento moderno de crescimento de igrejas requer alguns cuidados. O primeiro é o de preservar Deus como Deus na igreja. A tecnologia pode nos ajudar em muitas coisas, mas não transforma o coração e a mente caída do ser humano. Só seremos relevantes enquanto permanecermos envolvidos pelo que é eterno. Podemos usar os recursos modernos, mas precisamos nos assegurar que o que virá pela frente serão vidas transformadas pelo poder do evangelho de Jesus Cristo e não consumidores de programas e entretenimento religiosos.
O segundo cuidado é reconhecer a virtude da humildade. O testemunho de João Batista era: convém que ele cresça e que eu diminua. Este deve ser o espírito de qualquer líder. Jesus advertiu seus discípulos em relação ao risco do poder quando disse que entre os grandes e poderosos deste mundo, o maior manda nos menores. No entanto, disse ele, entre vocês não será assim. Quando a admiração por um líder diminui a devoção a Cristo, é sinal de que o espírito desta era já nos capturou.
O terceiro cuidado é compreender que fomos batizados num corpo. Somos o povo de propriedade exclusiva de Deus. Adoramos a Deus em uma comunidade local – grande ou pequena –, mas o Deus que adoramos fez uma aliança com seu povo do qual somos parte. O precioso tesouro foi confiado a um vaso de barro. Seja este vaso grande e inovador, ou pequeno e discreto, o que importa é o tesouro confiado a ele, sempre. Se a relevância pertencer ao vaso, o tesouro será negado à humanidade. É o Corpo de Cristo, todo ele, que revela a glória do cabeça da Igreja.
Os riscos do crescimento são invisíveis, mas muito grandes. Construir uma casa sobre a areia sempre foi uma opção atraente e sedutora. Mas formar discípulos fiéis e obedientes de Jesus Cristo, ensiná-los a guardarem seus mandamentos e obedecê-los, integrá-los em uma comunidade de adoração e serviço sacrificial, sempre foi uma tarefa difícil, lenta e trabalhosa.
Porém, quando vierem as tempestades e os vendavais testando o valor da fé, esta igreja, edificada sobre a rocha, testemunhará a glória da verdade redentora de Jesus Cristo.

Escrito por Ricardo Barbosa de Sousa
No Blog Cristianismo Hoje
Por Wilmar Antunes

domingo, 20 de novembro de 2016

Estudo Bíblico Adoração e Adoradores


“Um fariseu lhe ofereceu um jantar. E uma mulher da cidade, uma pecadora, levou um vaso de alabastro com ungüento. E estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento” Lucas 7.37-38

Introdução: Meus amados, o assunto adoração é um tema que por todos é discorrido ou comentado, e ainda que muitos digam, eu não faço isto (adoro) é porque só conhece uma definição de adoração, mas, para se definir adoração de forma correta precisaremos das paginas Sagradas da Bíblia, pois, a minha idéia ou próprio conceito do que é adoração, não pode ser medida ou comparada com a revelação das palavras de Deus. Através do dicionário encontramos a primeira definição de adoração o qual é: Prestar culto; e a segunda é: Amor profundo, esta segunda definição se encaixa com a adoração exigida por Deus em suas palavras, pois, o amor profundo de alguém por uma pessoa, por coisas e objetos e para que possamos adorá-lo de forma perfeita devemos ter por Ele um profundo amor. E para podermos identificar a diferença de adoração aceita e adoração não aceita por Deus Jesus; o servo de Deus São Lucas deixou registrado no capitulo 7 v 36-50, o momento que Simão um fariseu adorou ao Senhor Jesus e o momento que uma mulher pecadora também o adorou.

• FALEMOS DE SIMÃO
Simão era um homem religioso que por sua fez pertencia ao grupo denominado de fariseus, grupo este que seguia rigorosamente as Leis de Moisés servo do Senhor e também as tradições de seus antepassados e como a maioria dos fariseus possivelmente era rico.

• COMO SIMÃO PROPÔS A ADORAR AO SENHOR JESUS? Lucas cap 7 v 36


“Convidou Jesus para jantar”

Comentário: Pode se dizer que convidar o Senhor Jesus para jantar, foi um pequeno investimento para Simão diante de tudo aquilo que aprenderia ao ouvir as sabia palavras do Mestre, de poder velo fazer milagres em sua frente (grifo meu). Também é possível concluir no texto sagrado que esta foi a adoração de Simão ao Senhor Jesus e nada mais é mencionado daquilo que ele fez ao Senhor Jesus, pelo contrario; é mencionado tudo aquilo que ele (Simão), deixou de fazer pelo Filho de Deus, mas antes de mencionarmos tudo o que Simão nas fez, veja a seguir, o que uma Mulher pecadora fez!

• FALEMOS DA MULHER
Meus queridos vejam o paradoxo de referências entre a mulher e Simão, pois, enquanto ele recebe o titulo de Fariseu, que significa separado ou santo; sendo que um fariseu também é associado a possíveis riquezas e alta educação; já com a mulher o seu titulo é de pecadora que é o contrario de separado ou santo e os que carregam este título não são associados com posses e riqueza visto que a benção de Deus não está com pecadores, e também é certo lembrar que nem o seu nome aparece no Relato Sagrado.

• ADORAÇÃO DA MULHER PECADORA - Lucas cap 7 v 38


“ E a mulher pecadora soube onde ele estava”

Ao saber onde o Senhor Jesus estava a mulher enfrentou o primeiro desafio da adoração o qual é: Superar tudo aquilo que as outras pessoas vão pensar de você. Analise comigo o texto: A casa não era dela, ela não foi convidada e jamais seria; pois a religiosidade de Simão não permitiria a presença de tal mulher em sua casa. É possível também percebemos nessa reflexão, que a adoração de Simão é discreta e particular, pois, sendo fariseu não poderia mostrar-se dando abrigo ao Mestre Jesus tão publicamente, mas este não foi o único caso de adoração moderada e discreta, pois, certo homem chamado Nicodemos mestre dos fariseus procurou ao Senhor Jesus de noite; Por que? Porque tinha vergonha de adorar ao Senhor Jesus diante do povo, tinha vergonha do que os outros diriam dele, temia perder seu prestigio junto a comunidade judaica da época (João cap 3 v 1-2), todavia, o verdadeiro adorador não está preocupado com que os outros dizem ou pensam de sua atitude de adoração, pois, seu desejo é adorá-lo e seu profundo amor por Deus o fará superar todos os obstáculos, ou seja, ele louva ao Senhor Deus tendo ou não tendo uma voz bonita, pois, bem disse o poeta “DEUS RECEBE O LOUVOR DO PASSARO CANARIO ASSIM COMO RECEBE O LOUVOR DA CORUJA”. Desejas ser um adorador com profundo amor pelo Senhor Jesus? Então venças o primeiro obstáculo!

- A mulher levou um vaso de ungüento (perfume caríssimo) (Lc 7 v 37)
A mulher pecadora levou um presente para o Senhor Jesus; quero aqui ressaltar que este presente está muito alem do jantar oferecido por Simão, pois, este vaso de ungüento (perfume), representava a economia anual daquela mulher, isto eu comparo a uma poupança em nossos dias; onde em momentos de apertos nós fazemos uso dela como socorro; sendo que todos que possui (economias), jamais pensa em utilizá-las para outro fim. Agora eu pergunto: Você daria sua economia anual ao Senhor Jesus? Talvez você diga: Se Deus aparecer para mim e me pedir eu darei, todavia, o adorador não tem isto em mente, pois, em sua mente esta a certeza que tudo que ele possui não é exclusivo seu, mas de Deus, e quando o verdadeiro adorador dá a Deus as suas economias, para ele é o mesmo que devolver o que já é Dele antes de ser nosso. Então por que a maioria dos adoradores não faz isto? A resposta não pode ser outra senão pelo fato de estarmos divididos em amar a Deus profundamente, e também amarmos o dinheiro profundamente. Meus queridos, se isto acontece com você, sua adoração não pode ser perfeita.

• O VERDADEIRO ADORADOR SABE SEU LUGAR
Ao entrar na diante do Rei Jesus a mulher logo viu seu lugar de adoração; e foi nos pés do Senhor Jesus que ela encontrou descanso, pois, ali ela chorou, beijou seus pés podendo com seus cabelos enxugá-los e ao mesmo tempo ungi-los (Lucas cap 7 v 38). Meus amados se desejamos, se verdadeiros adoradores, mas procuramos lugar de destaque na mesa; saiba que foi este tipo de adoração que Simão ofereceu ao Senhor Jesus. Mas, se hoje queres torna-se verdadeiro adorador o seu lugar é nos pés, chorando, beijando e ungindo.

• POR QUE A ADORAÇÃO DE SIMÃO NÃO FOI ACEITA?
- Porque Simão não tinha convicção de quem era o Senhor Jesus, ele achava que Jesus era um profeta, mas ao ponto que viu o Mestre receber a adoração daquela mulher pecadora; até a pouca certeza que tinha de Jesus se um profeta ele perdeu “Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora” (Lucas cap 7v 39). Quero aqui ressaltar, que o Senhor Jesus na terra também foi profeta, mas para os verdadeiros adoradores; cito a mulher pecadora; o Senhor Jesus é muito mais que profeta; Ele é enxergado como sendo Deus, e por isto; todos que assim o enxergam o adoram e o exaltam com amor profundo.

- Simão também caiu no pecado de Caim, pois diz; as Escrituras Sagrada (Biblia), que na ocasião de adoração e louvor a Deus, Caim trouxe o fruto da sua colheita para adorar ao Senhor Deus (Genesis cap 4 v 3), já o seu irmão Abel, trouxe o primogênito de suas ovelhas, ou seja, trouxe para Deus a ovelha mais bonita, a mais gorda e suma deu o melhor de seu trabalho para Deus (Genesis cap 4 v 4). E assim como Caim ficou descontente e nervoso ao ver Deus receber o sacrifício de Abel e não o seu, também Simão ficou descontente perdendo a fé e murmurando em seu coração (Lucas cap 7 v 39).

• A EXPLICAÇÃO DO SENHOR JESUS A SIMÃO

Quero aqui com muita alegria louvar a Deus Jesus! Pois ainda que erramos o alvo como aconteceu com Simão, o Salvador Jesus não o deixou sem uma explicação e ajuda para que a partir deste ponto, Simão se converte-se e passa-se a ser um verdadeiro adorador veja.

- E disse Jesus a Simão: Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. (Lucas 7.44-46)

Comentário: O Senhor Jesus é o único capaz de julgar toda e qualquer adoração, e neste texto Ele expõem o coração de Simão e o da mulher pecadora, em outras palavras é possível vê-lo dizendo a Simão: Como você quer receber as benções de um verdadeiro adorador; sendo que, nem as coisas básicas tal qual: beijar-me ao me receber em sua casa, lavar os meus pés e antes que eu me senta-se na em sua mesa,e não ungiu os meus cabelos! Já esta mulher fez tudo isto sem que houvesse obrigação de fazê-lo, pois, afinal foi você que me convidou a estar em sua casa (grifo meu). Meus amados, infelizmente esta verdade relacionada a Simão, ainda esta em alta em nosso dias, pois, queremos ter o Senhor Jesus, mas, não queremos amá-lo com amor profundo e darmos a Ele as devidas honras de Rei, Senhor, Mestre, Salvador e Deus.

• A BENÇÃO MAXIMA DO ADORADOR É O PERDÃO

Através da revelação de Deus e de sua palavra, podemos ver que todo o verdadeiro adorador : Tem convicção de seus pecados, e a convicção que Deus é santo e bom o suficiente para abrigá-lo em seus braços e salva-lo de seus pecados. Já o falso adorado: Não tem convicção de seus pecados, se julga santo e de Deus quer receber louvor; observe o caso da parábola do fariseu e do publicano (cobrador de impostos da época) veja:

- Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. 11 - O fariseu, estando em pé, orava desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. 12 - Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. 13 - O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador! 14 - Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado (Lucas cap 18 v 10-14)

Conclusão: Meus queridos através das verdades da palavra de Deus (Bíblia Sagrada), é possível enxergarmos que a adoração a Deus, não só se refere com louvores e rituais litúrgicos pré definidos, pois, a verdadeira adoração se refere as nossas atitudes para com Deus, e esta verdade ficou clara nas palavras do Senhor Jesus ao dizer: “Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim” (Marcos cap 7 v 6), voltemos por um instante em Simão, pois, honrava por fora com um jantar, enquanto que no seu coração rejeitava ao Senhor Jesus não aceitava o que Ele fazia; e ao passo que a mulher intitulada pecadora, não só oferecer seu perfume de ungüento que representava suas economias, mais também ofereceu suas lagrimas e seus beijos ao Senhor. Quero aqui ressaltar que as lagrimas representa o reconhecimento de seus pecados, que os beijos a expressão dos seus sentimentos em louvá-lo e o ungüento o investimento em dinheiro na sua obra aqui na terra, e isto; trará para você na eternidade muitos galardões e honras diante de Deus e de seus santos servos e anjos. Queres ser verdadeiro adorador? Deus está procurando você! Disse Jesus: “O Pai procura os tais que assim o adore” (João cap 4 v 23)


Autor: Ev. Eli Hudson
Por Wilmar Antunes

Estudo Bíblico O Que é a Liberdade no Espírito?


Um dos argumentos mais usados para se justificar coisas estranhas que acontecem nos cultos evangélicos neopentecostais é a declaração de Paulo em 2Coríntios 3:17:

Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

O raciocínio vai mais ou menos assim: quando o Espírito de Deus está agindo num culto, Ele impele os adoradores a fazerem coisas que aos homens podem parecer estranhas, mas que são coisas do Espírito. Se há um mover do Espírito no culto, as pessoas têm liberdade para fazer o que sentirem vontade, já que estão sendo movidas por Ele, não importa quão estranhas estas coisas possam parecer. E não se deve questionar estas coisas, mesmo sendo diferentes e estranhas. Não há regras, não há limites, somente liberdade quando o Espírito se move no culto.

Assim, um culto onde as coisas ocorrem normalmente, onde as pessoas não saltam, não pulam, não dançam, não tremem e nem caem no chão, este é um culto frio, amarrado, sem vida. O argumento prossegue mais ou menos assim: o Espírito é soberano e livre, Ele se move como o vento, de forma misteriosa. Não devemos questionar o mover do Espírito, quando Ele nos impele a dançar, pular, saltar, cair, tremer, durante o culto. Tudo é válido se o Espírito está presente.

Bom, tem algumas coisas nestes argumentos com as quais concordo. De fato, o Espírito de Deus é soberano. Ele não costuma pedir nossa permissão para fazer as coisas que deseja fazer. Também é fato que Ele está presente quando o povo de Deus se reúne para servir a Deus em verdade. Concordo também que no passado, quando o Espírito de Deus agiu em determinadas situações, a princípio tudo parecia estranho. Por exemplo, quando Ele guiou Pedro a ir à casa do pagão Cornélio (Atos 10 e 11). Pedro deve ter estranhado bastante aquela visão do lençol, mas acabou obedecendo. Ao final, percebeu-se que a estranheza de Pedro se devia ao fato que ele não havia entendido as Escrituras, que os gentios também seriam aceitos na Igreja.

Mas, por outro lado, esse raciocínio tem vários pontos fracos, vulneráveis e indefensáveis. A começar pelo fato de que esta passagem, "onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2Cor 3:17) não tem absolutamente nada a ver com o culto. Paulo disse estas palavras se referindo à leitura do Antigo Testamento. Os judeus não conseguiam enxergar a Cristo no Antigo Testamento quando o liam aos sábados nas sinagogas pois o véu de Moisés estava sobre o coração e a mente deles (veja versículos 14-15). Estavam cegos. Quando porém um deles se convertia ao Senhor Jesus, o véu era retirado. Ele agora podia ler o Antigo Testamento sem o véu, em plena liberdade, livre dos impedimentos legalistas. Seu coração e sua mente agora estavam livres para ver a Cristo onde antes nada percebiam. É desta liberdade que Paulo está falando. É o Senhor, que é o Espírito, que abre os olhos da mente e do coração para que possamos entender as Escrituras.

A passagem, portanto, não tem absolutamente nada a ver com liberdade para fazermos o que sentirmos vontade no culto a Deus, em nome de um mover do Espírito.

E este, aliás, é outro ponto fraco do argumento, pensar que liberdade do Espírito é ausência de normas, regras e princípios. Para alguns, quanto mais estranho, diferente e inusitado, mais espiritual! Mas, não creio que é isto que a Bíblia ensina. Ela nos diz que o fruto do Espírito é domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Ela ensina que o Espírito nos dá bom senso, equilíbrio e sabedoria (Isaías 11:2), sim, pois Ele é o Espírito de moderação (2Tim 1:7).

Além do uso errado da passagem, o argumento também parte do pressuposto que o Espírito de Deus age de maneira independente da Palavra que Ele mesmo inspirou e trouxe à existência, que é a Bíblia. O que eu quero dizer é que o Espírito não contradiz o que Ele já nos revelou em sua Palavra. Nela encontramos os elementos e as diretrizes do culto que agrada a Deus.
Liberdade no Espírito não significa liberdade para inventarmos maneiras novas de cultuá-lo. Sem dúvida, temos espaço para contextualizar as circunstâncias do culto, mas não para inventar elementos. Seria uma contradição do Espírito levar seu povo a adorar a Deus de forma contrária à Palavra que Ele mesmo inspirou.

Um culto espiritual é aquele onde a Palavra é pregada com fidelidade, onde os cânticos refletem as verdades da Bíblia e são entoados de coração, onde as orações são feitas em nome de Jesus por aquelas coisas lícitas que a Bíblia nos ensina a pedir, onde a Ceia e o batismo são celebrados de maneira digna. Um culto espiritual combina fervor com entendimento, alegria com solenidade, sentimento com racionalidade. Não vejo qualquer conexão na Bíblia entre o mover do Espírito e piruetas, coreografia, danças, gestos. A verdadeira liberdade do Espírito é aquela liberdade da escravidão da lei, do pecado, da condenação e da culpa. Quem quiser pular de alegria por isto, pule. Mas não me chame de frio, formal, engessado pelo fato de que manifesto a minha alegria simplesmente fechando meus olhos e agradecendo silenciosamente a Deus por ter tido misericórdia deste pecador.


Autor: Augustus Nicodemus Lopes
Por Wilmar Antunes

sábado, 22 de outubro de 2016

A Face Desconhecida de Jesus


“Por aquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus, e disse a seus servos: Este é João Batista; ressurgiu dos mortos, e por isso nele operam estes poderes miraculosos” (Mt.14:1).

Depois de haver ordenado que João fosse degolado, Herodes passou a ser assombrado pela culpa. Depois de passado o efeito da bebida, ele se deu conta de que havia sido manipulado. Agora, ouvindo sobre os milagres que Jesus fazia, julgou que João havia voltado dos mortos para assombrá-lo.

Por que razão Herodes confundiu Jesus com João? Será por serem primos? Não! O fato é que Jesus, ao receber a notícia da morte de seu primo, foi para o deserto, lugar onde João desenvolvera seu ministério, e ali, realizou milagres, e alimentou uma multidão com cinco pães e dois peixinhos.

O cenário em que Jesus fizera tal milagre era o mesmo em que João conclamara seu povo ao arrependimento. Mesmo afastado da sociedade, frequentando lugares inóspitos como o deserto, a mensagem de João ecoou nos palácios e nas avenidas dos grandes centros urbanos da época.

O excêntrico profeta, que se alimentava de mel e gafanhotos, e se vestia como um eremita, tornou-se uma ameaça ao status quo. Principalmente, quando passou a denunciar os erros praticados pelas autoridades. Nem o rei fora poupado, pois tomara por esposa Herodias, a mulher de seu próprio irmão.

Alguém teria que calá-lo a qualquer custo. Porém, Herodes deparava-se com outro problema: a grande popularidade de João. Mandar matá-lo poderia provocar uma reação inusitada na população. Portanto, executar o profeta seria um suicídio político.

A alternativa foi tirá-lo de circulação por algum tempo, até que sua popularidade caísse. E para isso, Herodes ordenou sua prisão. Aparentemente, o problema estava resolvido. Mas havia alguém que ainda não estava satisfeito: Herodias. Para ela, o problema não era apenas político, mas pessoal. Sua honra precisava ser lavada.

“Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou tanto a Herodes, que este prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse. Então ela, instruída por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista” (6-8).

Era agora ou nunca!
Herodes caiu como um pato! Encantado pela sensualidade de sua enteada, o rei prometeu lhe dar qualquer coisa. Em outra passagem correlata, diz-se que Herodes ofereceu até metade do seu reino, caso ela quisesse. Havia algo mais valioso do que a metade do seu reino: A cabeça daquele anunciava a chegada do reino de Deus. O próprio Jesus dissera que dentre os nascidos de mulher, ninguém era maior do que João. Mesmo triste em ter que tomar uma decisão que lhe custaria a popularidade, Herodes, o rei fantoche, “mandou degolar a João no cárcere. A cabeça foi trazida num prato e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. Então chegaram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram. Depois foram anunciá-lo a Jesus” (10-12).

Qual seria a reação de Jesus? Uma explosão de raiva? Não! Amaldiçoaria Herodes? Nem pensar. Em vez disso, Jesus retirou-se para o lugar onde tivera Seu primeiro encontro com João, depois de adulto. Naquele momento de dor, Jesus preferiu o silêncio e a solidão. Era a hora de revelar Sua outra face. E sabe qual foi a resposta de Jesus a Herodes?

O texto diz que quando o povo soube onde estava Jesus, “seguiu-o a pé desde as cidades.” Jesus poderia ter dito: Deixem-me em paz! Respeitem o meu luto! Em vez disso, quando viu a multidão, “possuído de grande compaixão para com ela, curou os seus enfermos” (v.14). Eis a resposta que Jesus deu a Herodes. No mesmo cenário onde João desenvolvera seu ministério, Jesus agora fazia obras ainda maiores. Herodes até poderia calar a voz de um profeta, mas não poderia impedir a expansão do Reino de Deus. Mas não pára aqui.

Como Rei, Cristo demonstrou possuir um perfil completamente diferente de Herodes e dos demais reis deste mundo. Herodes estava preocupado era com sua popularidade. Jesus se preocupava com o bem-estar dos que O seguiam. São motivações completamente opostas. Herodes era movido pelo amor-próprio. Jesus era movido por compaixão.

Veja o que diz o texto:
“Chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada. Despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si” (15).

Quem ousaria dizer o que Jesus deveria ou não fazer?
Jesus não era marionete nas mãos de ninguém, nem mesmo dos Seus discípulos. O Jesus que tem sido difundido em nossos dias não passa de uma caricatura, uma espécie de Cristo Genérico, que vive em função dos caprichos dos seus seguidores. E muitos crentes acham que podem até “seduzi-lo” com suas danças e performances. Se agradá-lO suficientemente, a ponto de deixá-Lo ‘fora de si’, pode-se pedir o que quiser, que Ele atende imediatamente.

Quanta tolice.
Mas a culpa não é deles. Como a culpa não era da enteada de Herodes. Ela foi apenas massa de manobra nas mãos de sua mãe. A culpa é dos líderes, que se acham detentores do monopólio do reino dos céus. Mais duro juízo virá sobre eles. São guia de cegos! E por causa deles, muitos profetas genuínos têm sido calados em nossos dias.

Anos atrás, tínhamos um programa de rádio no Rio de Janeiro, que estava alcançando uma grande audiência. O dono de umas dessas indústrias religiosas, mandou chamar o dono da emissora em sua catedral em SP para uma reunião. Lá ofereceu-lhe uma maleta com trezentos mil dólares para que fôssemos tirados do ar. O dono da rádio, nosso amigo há muitos anos, perguntou a razão que o levara a fazer tal proposta. Sabe o que ele ouviu do tal líder?

- Neste ramo de negócios só há duas maneiras de se manter. Primeiro é fazendo-se ouvir, e segundo é fazendo calar a concorrência.

Este mesmo líder tinha um programa nesta emissora que era precedido por uma programação espírita afro-brasileira. O dono da rádio ofereceu-lhe aquele horário, dizendo que os espíritas não conseguiriam pagar por causa do aumento no preço. Sabe o que ele fez? Ofereceu pagar pela manutenção da programação espírita, para que seu programa não perdesse aquela audiência. Por vários anos, o programa de macumba foi mantido pelas ofertas e fogueiras santas daquela ‘igreja’.

Tenho pena das filhas de Herodias! Elas dançam conforme a música. Mas não tenho pena de Herodes, nem tampouco de Herodias. Em vez disso, glorio-me na valentia dos profetas cuja cabeça acaba num prato, por não negociarem com a verdade.

Os discípulos de Jesus acharam que poderiam ditar o que Jesus deveria fazer naquele instante. Foi, de fato, um momento decisivo em Seu ministério. Se Jesus cedesse, Ele Se tornaria mais uma marionete nas mãos dos Seus seguidores. Em vez de despedir da multidão, Jesus lhes disse: “Não é preciso que se retirem. Dai-lhes vós de comer” (16).

E há quem se atreva a querer colocar Deus contra a parede!

Se Ele é Deus, Ele é quem dá as ordens.

Ele não é rei de enfeite. Nem fantoche de ninguém.

Quando nos sentamos no banco carona de um carro, vemos a face direita de quem o conduz. Esta é a face da autoridade. Mas se a pessoa que conduz o veículo trocar de lugar com a que está no carona, em vez da face direita, sua face esquerda é que será vista. Nos acostumamos tanto com a face esquerda de Cristo, isto é, com o Cristo que Se entrega, que Se faz servo, que acabamos estranhando, quando O vemos de outro ângulo, em Sua majestade e poder.

De fato, Cristo Se fez servo. Revelou-nos a Sua face de compaixão e amor. Mas isso não nos dá o direito de achar que Ele viva em função de nossos caprichos, e que nossos pedidos lhe soem como uma ordem.

O mesmo Cristo que esvaziou-Se, deixou Sua glória para caminhar por nossas ruas empoeiradas, agora está assentado em Seu trono de glória. O mesmo Cristo que nasceu numa manjedoura, foi também o parteiro das estrelas. As mãos que foram fixadas pelos cravos no madeiro, são as que sustentam as galáxias, e mantém presos os planetas em suas órbitas.

Não podemos nutrir uma visão míope de Cristo. Ele é 100% Homem, mas também é 100% Deus.

Quando os discípulos disseram que só tinham cinco pães e dois peixinhos que um menino oferecera, Jesus disse: “Trazei-mos.”

Não sei o que Herodes fez com o prato contendo a cabeça de João. Mas sei o que Jesus fez com aquele punhado de pães e peixes. Quem vai querer levar uma cabeça humana pra casa? Que serventia teria?

A resposta de Jesus àquele prato infame foram os doze cestos cheios de pães e peixes que sobraram depois que alimentara a multidão. Imagino o que os convidados de Herodes devem ter sentido quando viram aquela cena repugnante. Talvez tenham até vomitado sobre a mesa. Porém, a multidão alimentada por Jesus saiu satisfeita, arrotando peixe e palitando os dentes.

Dois reis. A qual deles servimos?

O rei fantoche ou Rei dos reis?

Duas igrejas, a que entretém o rei e seus convidados, e a que busca agradar ao rei, alimentando os famintos de justiça. Não quero estar num palácio onde se perde a cabeça. Prefiro estar no deserto, onde multidões são alimentadas.

Aquele menino que oferece seu lanche a Jesus é a antítese da enteada de Herodes. A propósito, Deus não tem enteados. A menina pede... o menino oferece o que tem. Ela quer ser atendida, ele quer servir.

O resultado do desevangelho que tem sido pregado em nossos dias, é o surgimento de uma igreja pirracenta, mimada, que não reconhece a outra face do Seu Rei.


Autor: Hermes C. Fernandes
Por: Wilmar Antunes

O Rebanho de Deus


Poucos animais são tão indefesos como as ovelhas. Com muito pouca defesa contra inimigos naturais, pouco senso de direção e nenhuma capacidade para encontrar seu próprio alimento, elas são muito dependentes do homem para prover suas necessidades. No tempo em que não havia cercas, os proprietários de ovelhas tinham que ficar com elas no deserto, algumas vezes durante meses de uma só vez.

O pastor tinha que providenciar para as ovelhas tudo que elas não podiam providenciar para si mesmas. Ele procurava pastos verdes onde pudessem encontrar comida (1 Crônicas 4:39-40) e as conduzia gentilmente para lá, sempre cuidadoso com as que estavam com filhotes (Isaías 40:11). Ele as protegia até com sua própria vida. O jovem Davi relatou a Saúl como tinha arrancado um cordeiro da boca de um leão e tinha matado tanto leões como ursos (1 Samuel 17).

Dando tanto de si mesmos ao cuidado das ovelhas e estando tão freqüentemente sem companhia humana, o pastor desenvolvia uma íntima amizade com as ovelhas. Ele dava um nome a cada uma; as ovelhas conheciam sua voz e vinham quando ele as chamava (João 10:3-4). Ele as contava todas as noites para ter certeza de que estavam todas a salvo no aprisco (Jeremias 33:13). Se ao menos uma estivesse faltando, ele esquadrinhava o campo para encontrá-la (Lucas 15:4).

O desamparo das ovelhas, sua total dependência do pastor e do amor dele por elas tornavam esta relação uma das mais finas e a figura da relação de Deus com seu povo mais freqüentemente usada. Somos tão parecidos com ovelhas, que bênção é ter um Deus amoroso, que tudo conhece, todo poderoso e todo sábio como nosso pastor! Davi, o pastor, expressou isso tão lindamente naquelas palavras familiares: "O SENHOR é meu pastor; nada me faltará" (Salmo 23). Davi, contudo, não podia conhecer a absoluta perfeição do Divino Pastor como podemos, depois de tê-lo visto na cruz, entregando sua vida pelas ovelhas.

Proprietários de ovelhas algumas vezes tinham problemas quando o número delas ficava tão grande que já não podiam mais atendê-las pessoalmente. Afortunado, na verdade, era qualquer homem como Jessé, que tivesse um filho como Davi, que pudesse amar e cuidar das ovelhas como se fossem dele. Freqüentemente, as ovelhas tinham que ser divididas em rebanhos e deixadas sob os cuidados de empregados. Jesus explicou: "O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então o lobo as arrebata e dispersa" (João 10:12). Jesus estava realmente descrevendo os sacerdotes e mestres de Seu tempo que, como pastores de Israel, tinham mostrado uma total despreocupação com as ovelhas na sua perseguição egoísta de riqueza pessoal e glória.

Hoje em dia, cada congregação local é um rebanho de ovelhas de Deus. Os presbíteros são aqueles que estão encarregados: "Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho" (1 Pedro 5:2-3)

É freqüente demais o quadro que temos de presbíteros "dois ou três homens de pé num canto tomando decisões pela igreja" ou sentados em volta de uma mesa entrevistando um candidato a pregador ou trabalhando num orçamento. Muitas das nossas orações pedem que eles presidam bem (1 Timóteo 5:17), mas isto não é sua função maior. Os pastores tomam certas decisões e supervisionam o rebanho, mas a maior parte do seu tempo é gasto com as ovelhas, provendo suas necessidades e cuidando delas individualmente.

O "Supremo Pastor" tem todo direito a esperar que os pastores das igrejas locais reflitam Seu próprio amor e cuidado pelas ovelhas. Eles, também, precisam defender o rebanho (Tito 1:9-11); eles precisam alimentar as ovelhas labutando "na palavra e no ensino"(1 Timóteo 5:17); e precisam conduzir sendo exemplos para o rebanho (1 Pedro 5:3). Para cumprir tudo isto, eles precisam conhecer o rebanho, fazendo um esforço para conhecer cada ovelha pelo nome e ser conhecido por elas. Eles precisam contar o rebanho, não por orgulho, mas para saber exatamente quantas ovelhas estão sob sua responsabilidade. Se uma estiver faltando (não apenas à assembléia, mas à fidelidade diária), eles precisam estar prontos a ir e encontrá-la para que possam admoestar os insubmissos, consolar os desanimados, amparar os fracos, e ser longânimes para com todos (1 Tessalonicenses 5:14). Eles deverão estar dispostos a sacrificar até suas vidas.

Os pastores de um rebanho local têm que dar conta de cada ovelha (Hebreus 13:17). Considere o julgamento de Deus sobre os pastores de Israel: "Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! ... Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. ... as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque" (Ezequiel 34:2-6).

Considerando a temerosa inevitabilidade de tal relato, quem aspiraria ao episcopado? A resposta: somente aqueles que amam as ovelhas tão sinceramente que não podem suportar vê-las sem pastores. Estes são os únicos homens a quem Deus daria tal trabalho, e para eles é a promessa: "Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória" (1 Pedro 5:4)

Autor: Sewell Hall
Via: www.estudosgospel.com.br
Por Wilmar Antunes

terça-feira, 18 de outubro de 2016

ONDE ESTÃO OS PREGADORES DA VOLTA DE CRISTO?

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. João 14:1-3.

É muito maravilhoso saber que um dia, partiremos daqui, desse mundo. É muito maravilhoso saber que está próxima a nossa partida.

JESUS DIZ: NÃO SE TURBE: Turbar é ficar pensativo, atribulado, temeroso. JESUS falou isso aos seus discípulos, porque percebeu neles medo, angustia de ficarem sozinhos. Veja a ênfase de JESUS: “vos levarei para mim mesmo”. Isso é traduzido como “Quero vocês bem pertinho de mim, vocês são meus e não abro mão disso. Fiquem tranquilos, eu voltarei para levar vocês para casa!!” Fala a verdade, existe amor maior que esse? João 3:16

JESUS percebeu que eles estavam perturbados pelo fato que talvez não O veriam mais. Eles então tiveram a grande promessa que não ficariam órfãos nem seriam deixados para trás. Algumas décadas passaram e essa chama ainda queimava na igreja primitiva, todos eles tinham sua convicção, FÉ e CONFORTO no retorno de Cristo.

O DISCURSO DA IGREJA PRIMITIVA NÃO ERA UMA VIDA PRÓSPERA NA TERRA.

Nada prendia os crentes primitivos, nenhuma mensagem era mais impactante, confortante e maravilhosa do que o arrebatamento deles. A igreja primitiva não queria saber de prosperidade, nem riquezas, eles abriam mão de tudo isso, pois para aqueles crentes o céu era seu maior tesouro.

O tempo passou e aos poucos a Igreja foi perdendo o encanto das Bodas, passou o tempo e hoje a mensagem é outra nos púlpitos. Nasce uma geração de crentes que não são mais apaixonados pelo retorno de Cristo, para eles uma vida de vitórias e prosperidade já são comparados ao céu aqui na terra. Quem sabe que alguns já estão torcendo que Cristo demore bastante a voltar, pois eles terão muito tempo para gozar a vida aqui.

A PROMESSA PARECE DEMORADA? NÃO VAI ACONTECER?

Quantas pessoas já perderam definitivamente a esperança do retorno de Cristo? Quantos já não acreditam mais que Ele está voltando? Cada dia que passa essa mensagem fica cada vez mais escassa nos templos, nos sermões.

Quando foi a última vez que você ouviu uma mensagem sobre a volta de Cristo? Olhe, examine os grandes pregadores, vejam os ditos “programas evangélicos”, que ainda estão passando na TV. Você vai observar que eles trocaram a mensagem do retorno de Cristo por uma VIDA DE PROSPERIDADE AQUI NA TERRA.

PORQUE JESUS ESTÁ DEMORANDO?

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 2 Pedro 3:9

MISERICÓRDIA DE DEUS, ESSE É O MOTIVO DA DEMORA?

Lembre-se o tempo de Deus não é o nosso tempo! Pode demorar mais uns mil anos para que Ele cumpra a promessa, mas veja esse texto a seguir: Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. 2 Pedro 3:8

Não perca nunca essa promessa, mesmo que pareça distante, guarde sua fé, não desanime, e espere confiante em seu retorno. Saber que Ele está voltando e cada dia que passa fica mais próxima a sua chegada, nos dá confiança para enfrentarmos as adversidades, as dores, as lágrimas, os sofrimentos.

Um dia tudo isso findará e estaremos para sempre com o nosso Senhor.

Extinguirá a morte de uma vez por todas. O Eterno Yahweh enxugará as lágrimas de todo rosto e retirará de toda a terra a zombaria e a humilhação que seu povo vem sofrendo. Palavra de Yahweh, o SENHOR! Isaías 25:8

Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porquanto a antiga ordem está encerrada!” Apocalipse 21:4

Maranata ou Misericórdia???

Pb Josiel Dias
Por Wilmar Antunes

SAL NÃO É TEMPERO


Uma das coisas mais chocantes que aprendi na faculdade de gastronomia foi isso: O sal não é um tempero! Eita, mas o que ele é então? Bom, o sal é um realçador de sabor. O que acontece é que quando você coloca sal em um alimento você faz com que o sabor do próprio alimento se torne mais notório! É claro que tem a medida certa, se você colocar muito sal, apenas o sal aparece e o alimento perde toda a graça, dizemos que ele: salga; e aí não fica tão bom assim!

Aposto que você já ouviu dizer que os cristãos são o sal da terra, se não, eis aqui sua oportunidade: “Vocês são o sal da terra” Mateus 5:13. Pronto, podemos prosseguir!

Vamos às análises agora. Primeiro, o sal não é o foco em si do prato, o foco é o alimento, ele apenas realça o sabor do próprio alimento. E é assim que nós devemos ser, o alimento é Jesus, Ele disse: “Eu sou o pão da vida”, nos alimentamos de Sua palavra, de Sua companhia, Ele é o foco!

Nós cristãos precisamos ser sal no mundo, precisamos ser sal para as pessoas, precisamos realçar Jesus, pra que Ele apareça mais e mais, pra que mais e mais pessoas possam se encantar com Sua presença, assim como os sabores são exponenciados pelo sal, nossa função é exponenciar o amor de Jesus para que mais pessoas sejam atingidas!

E o que falamos que acontece quando a gente coloca sal demais?
Salga! Perde o sabor, não sentimos mais o alimento, apenas o sal! Pois é exatamente isso com a gente, somos o sal, e devemos aparecer nesse processo numa medida equilibrada, quando colocamos uma quantidade excessiva de nós, deixamos Jesus de lado, ninguém mais consegue sentí-lO, nós salgamos Seu amor e agora tudo não passa de um grande prato salgado e impossível de ser tragado.

Saiba dosar o sal! Deixe Jesus agir em você, Ele sabe a quantidade de sal exata pra se usar, pra deixar cada prato perfeito, pra chef nenhum botar defeito! E quanto mais realçarmos Seu amor ao invés de querer salgar tudo, mais as pessoas poderão enxergar de fato Jesus!


Mariana Mendes
Por Wilmar Antunes

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Estudo Bíblico O Jejum Que Agrada a Deus


Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor? Acaso não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes ir livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?' Isaías 58:5-7

É um costume do povo cristão a prática do jejum em momentos de dificuldade. Quando jejuamos estamos abdicando das nossas necessidades primárias essenciais em prol da busca de resposta e direção de Deus. O jejum é uma arma que o cristão dispõe em momentos de guerra espiritual. No entanto, muitas vezes, o jejum não é praticado da forma correta ou, em certas ocasiões, nem mesmo é aceito pelo Senhor!

Em primeiro lugar, o jejum não pode ser tratado como uma 'penitência' ou 'carga' suportada por aquele que o pratica. Não é do agrado de Deus o sofrimento de seu povo, como está escrito no início dos versículos citados: 'Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza?' Isaías 58:5.

Também não adianta jejuar se a nossa vida não mudou conforme o evangelho de Cristo! Se continuamos no pecado, na mentira, no engano e na prostituição, desobedecendo a Palavra, estaremos simplesmente 'passando fome à toa', pois o Senhor não atentará para nós.

O jejum que realmente agrada a Deus é aquele feito com um coração sincero, por uma pessoa que teve sua vida transformada pelo poder da Palavra e, desta forma, tem ações e comportamento dignos da atenção e do cuidado de Deus: 'Acaso não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes ir livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?' Isaías 58:6-7.

Não é para o ato do jejum em si que o Senhor está olhando, mas para o coração daquele que jejua. Quando uma pessoa decide obedecer a Palavra, agindo com retidão e justiça, ajudando seus semelhantes e sendo misericordioso com os desamparados, está entregando um verdadeiro jejum ao Senhor, como um perfume suave e agradável.

Que Deus os abençoe em Nome de Jesus Cristo!

Autor: Fernando Heitor de Siqueira
Por Wilmar Antunes


Estudo Bíblico O Evangelho Sem Barganhas


E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 8:32 e 36.

A verdadeira graça procede de Jesus, por isso não se precisa afirmar a graça ao lado de Cristo, pois sem Cristo não há graça. E graça é favor imerecido, ou seja, “é Deus dando e fazendo tudo a quem nada merece.” É o “Cordeiro que foi imolado desde a fundação do mundo”, que é o precipitador e mantenedor de toda graça. É por isto que não podemos falar Cristo e a graça, porque sem Cristo não há graça. Também não podemos dizer só Cristo mais a fé, porque sem Cristo não há fé. Não podemos dizer só Cristo mais as Escrituras, porque as Escrituras concorrendo com Jesus esquizofreniza a mente, por isso o que nós precisamos é só de Jesus. As Escrituras Sagradas serão realmente entendidas verdadeiramente quando lida a partir do Verbo Encarnado. Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. 2 João 1:7.

Quando esta conclusão entra em nosso coração, há uma revelação que simplifica o olhar na vida e também radicaliza até mesmo as essências de nossas decisões. Quando temos esta visão, perceberemos que não há mais barganhas a fazer e não precisaremos mais de conluios com o cristianismo. Irmãos, este “cristianismo” instituído nos ofereceu praticamente mais de 1700 anos de bruxaria desde o imperador Constantino e não parou com a reforma protestante. Por isso nós não podemos nem ficar com o lado protestante do cristianismo, que nada mais é do que uma versão grega, polida, e de um catolicismo que fez literalmente dieta. Isto fez com que trouxessem para o cristianismo vários pacotes de doutrinas e preceitos de homens. Marcos 7:7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.

Doutrinas e mandamentos de homens fazem com que o evangelho se torne aguado e com isto criam absolutos que relativizam a Verdade insofismável da Palavra de Deus. Por isso, o próprio protestantismo está sob juízo. E esse movimento que nós chamamos de evangélico, essa hidra, essa besta de muitas cabeças, tem tudo, menos o Evangelho. Hoje o que se anuncia é o anti-evangelho, aliás, é o outro “evangelho”. Paulo já havia nos advertido sobre este assunto. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Gálatas 1:8.

O que se anuncia hoje dentro das igrejas é pura macumba e o “deus” que está instaurado é Mamom. O altar é aquele no qual as pessoas se ajoelham com expectativa de receber diante de Deus alguma benção, se puser grana e se participar das campanhas. Todas elas são baseadas na obsolescência do Antigo Testamento. Muitas delas são baseadas em Gideão, Sansão, Jefté, Davi, Abraão, na pancadaria, na maldição etc. Porque eles sabem que no Espírito do Novo Testamento não dá para sobreviver com isso que eles chamam “igreja”. Irmãos amados, precisamos definitivamente estar e permanecer casados com o Evangelho da graça de Deus. Porque fora do Evangelho só há barganhas. Hoje a preocupação dos “crentes” é tão somente com as coisas terrenas e não as celestiais. Qual será o fim disto? A resposta, infelizmente é a perdição. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Filipenses 3:18-19.

Hoje os crentes estão se apresentando diante de Deus e da sociedade com uma carteira de identidade de boa conduta, que significa um purismo interior hipócrita. Eles são puros sim, mas puros aos seus próprios olhos, mas não são puros diante do Senhor da glória. Eles nunca foram puros, mas se consideram puros. Que tragédia! Há daqueles que são puros aos próprios olhos e que jamais foram lavados da sua imundícia. Provérbios 30:12.

Não há barganhas a fazer com o cristianismo, com sua hiper valorização ideológica, política, com seu culto aos bens, ao poder, ao status. A grande maioria está anunciando de modo politicamente correto o evangelho, mas desses púlpitos de oráculos magificados pela superstição e pela paganidade da religião de infantes perdidos. O que tem se pregado hoje não é o evangelho, mas uma mistura de doutrinas estranhas que sufocam as pessoas. Não creio que seja evangelho o que se diz com nome de evangelho. Também não creio que se esteja pregando a Jesus, quando se fala o nome de Jesus. Irmãos não podemos nos deixar confundir por nenhuma dessas coisas, porque se o conteúdo não for exclusivamente do evangelho, podem banhar o “cristo” de purpurina, pois a esse “cristo” diremos: “Arreda em Nome de Jesus. O fundamento da igreja é Cristo Jesus o Senhor e não há outro. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; 1 Coríntios 3:11 e Efésios 2:20.

Portanto, se vier qualquer outro evangelho, vestido de qualquer coisa, mesmo que chegue até nós cheios de terminologias que já conhecemos, mas se negar o fundamento e a essência da graça de Deus de que já está tudo feito, pago, realizado, consumado por Jesus, não é o evangelho. O apóstolo Paulo reitera em Gálatas 1:9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.

Sob a recomendação de Paulo eu afirmo em Nome de Jesus que, o que se instituiu a nossa volta é anátema, é abominação. E quem quiser andar em conluio com isso, saiba, está caminhando de mãos dadas com a pior feitiçaria já inventada na terra. Tudo isso está sendo praticado blasfemamente em nome de Jesus e provoca essa grande fraude em nome do evangelho. Eles tornaram o termo igreja em algo que define um agrupamento de assaltados pelos assaltantes mais sofisticados, venais e calhordas que já surgiram na história humana. O “povo de Deus” está achando que basta cultuar a Bíblia, carregar o livro, dizer que são homens da palavra, porque carregam esse livrão que nada mais é do que um “best seller” que endinheira organizações que vivem da venda do produto sem a preocupação da absorção do conteúdo. É por isso que muitos vão para o inferno com a Bíblia e sem Jesus no coração. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Marcos 16:15-16.

O adágio popular diz que “uma andorinha só não faz verão”, mas quando o verão chega até as andorinhas acovardadas tem que voar, porque fica quente demais. Portanto, cada um de nós tem que decidir, ou ficamos com o caminho do clube social, ou ficamos com o caminho do Caminho. Muitos efetivamente preferem lamber e beijar o engano da religião, mas graças ao Senhor, há aqueles que já cuspiram esta maldade e estão comendo Pão da vida. Eles estão seguindo o Cordeiro por onde quer que Ele vá. Estes irão aceitar se alimentar daquilo que é puro e simplesmente Jesus. Aquilo que não é Jesus provoca uma indigestão eterna no coração. Por isso digo que reforma só acontece em templo e não em igreja. Irmãos, somos do Senhor, fomos comprados por Ele. Jesus morreu, nós morremos nEle, para sermos eternamente dEle. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 2 Coríntios 5:15.

Amém!

Autor: Claudio Morandi
Por Wilmar Antunes

terça-feira, 26 de julho de 2016

Crescimento Sem Profundidade


O estado da igreja evangélica atualAcabo de ler o último livro de John Stott (1921-2011). Publicado em 2010, O Discípulo Radical traz o adeus singelo e carinhoso do teólogo inglês: “Ao baixar minha caneta pela última vez (literalmente, pois confesso não usar computador), aos 88 anos, aventuro-me a enviar essa mensagem de despedida aos meus leitores. Sou grato pelo encorajamento, pois muitos de vocês me escreveram”. Algumas linhas adiante, despede-se ele de seus amigos e discípulos: “Mais uma vez, adeus”. O livro não é só despedida; é um alerta grave e urgente à nossa cristandade. Ao descrever o perfil da igreja evangélica atual, o irmão Stott, já bastante apreensivo, preferiu ser econômico nas palavras: “Crescimento sem profundidade”.

Constranjo-me a concordar com a análise de Stott. Sei que não devo generalizar, pois ainda há rebanhos sadios e bem nutridos. Mas a verdade é que nunca as igrejas estiveram tão cheias de crentes tão vazios. O que está acontecendo conosco? De imediato, seja-me permitido apontar dois fatores que vêm orfanando os filhos de Deus: a substituição do Cristo eterno pelo Jesus secular e a retirada da cruz da mensagem evangélica.

Ao invés do Cristo eterno, o Jesus secularO maior inimigo de Cristo na presente década é o Jesus que nós, evangélicos, criamos no século passado. Parece que, no armário de nossa teologia, há sempre um “Jesus” pronto a justificar-nos todos os disparates e ambições. Tal Jesus, porém, está longe do Cristo morto e ressurreto do Evangelho. O interessante é que, há bem pouco tempo, não poupávamos ataques ao Jesus comunista da Teologia da Libertação. Mas acabamos por inventar um bem pior. Capitalista e terreno, nosso Jesus desenvolveu uma ação preferencial pelos ricos, e já não se acanha em especular na bolsa dos valores invertidos e efêmeros. Ele induz o povo de Deus a transformar pedras em pães, a saltar do pináculo do templo e a curvar-se ante o príncipe desta geração – o maldito e perverso Mamom.

Na promoção do Jesus capitalista, alguns mestres e doutores estão tornando o rebanho de Deus dependente de um cristianismo sem Cristo: é o ópio do atual evangelicalismo. Não foi essa, porém, a mensagem que Paulo expôs aos coríntios. Professando estar comprometido com o evangelho genuíno e radical, escreve o apóstolo: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2.2).

Se quisermos um crescimento com profundidade, temos de nos voltar, com urgência, ao Cristo anunciado pelos santos apóstolos: morto, crucificado e ressurreto. O Jesus do Calvário é insubstituível e inimitável.

Ao invés da Palavra de Deus, a palavra do homemQuem prega um Jesus diferente do Cristo apostólico acabará por expor um evangelho estranho à mensagem da cruz. Assim como a Lei de Moisés nada era sem os Dez Mandamentos, de igual modo o Sermão do Monte: de nada nos valerão suas bem-aventuranças sem as reivindicações éticas do Mestre. Logo, não posso aceitar uma mensagem politicamente correta se, profeticamente, for inconsistente e permissiva. Afinal, fomos chamados a atuar como homens de Deus e não a representar como homens do povo. Nosso compromisso é com a Palavra de Deus.

Na ânsia por aumentar seus rebanhos, há pastores que retiram a cruz de suas mensagens, tornando-as mais palatáveis. Já descompromissados com o Sumo Pastor, não mais falam o que os crentes necessitam ouvir, mas o que os seus clientes querem escutar. Se estes não mais suportam a sã doutrina e, acriticamente, consomem o que lhes chega ao aprisco, por que se afadigar em servir-lhes o genuíno alimento espiritual? Ao invés do texto bíblico, um pretexto casuístico e oportunista. Não sei que nome dar a esse tipo de sermão. De uma coisa, porém, não tenho dúvidas: deve ser muito eficiente, porque infla as igrejas e engorda os rebanhos. Nesses currais, porém, as ovelhas não são fortes: são obesas de si mesmas. Embora comam muito, alimentam-se mal. Acham-se à beira da inanição. A mensagem pode ser eficiente, mas é ineficaz para nutrir as almas que anseiam por Deus.

Em toda a história da Igreja Cristã, nunca se consumiu tantos livros e sermões. E, apesar disso, nunca se viu tantos crentes gordos de si e magros de Deus. Essa gente enche os templos e inflaciona as estatísticas, gerando um crescimento raso.

Não sou contra o aumento do rebanho de Cristo. Se o Evangelho é pregado é natural que se distendam os redis. Haja vista a Igreja Primitiva. Passados trinta anos, desde o Pentecostes, as conversões multiplicaram-se em Jerusalém, tomaram toda a Judeia e Samaria, alcançando os confins da terra. Aliás, havia convertidos até mesmo na casa de César. Mas era crescimento profundo e radical – enraizado na doutrina dos santos apóstolos.

Só pode haver crescimento genuíno com maturidade espiritual. Há uma grande diferença entre o fruto que por si mesmo amadurece e o que é posto na estufa. Este pode ser até maior, mas jamais terá a doçura daquele. Infelizmente, muitas igrejas tornaram-se estufas de crentes. Suas mensagens, geradas em eficientes departamentos de marketing, engrandecem o homem e diminuem Deus, exaltam a bênção e humilham o Abençoador, menosprezam a doutrina da santificação por já não prezarem o santíssimo Deus.

Aferindo a qualidade do rebanho de CristoTemos de aferir nossa qualidade não pelas estatísticas, e, sim, pela doutrina dos apóstolos. Antes recorríamos à Bíblia e, humildemente, cotejávamos a nossa vida de acordo com a Palavra de Deus. Hoje, buscamos os gráficos do IBGE e nos aborrecemos quando nossas expectativas não são cumpridas. Dessa forma, viemos a substituir o imperioso “ide” do Mestre por metas empresariais. E, sempre que estas são batidas, distribuímos galardões: reajustes salariais, viagens e presentes. Se continuarmos assim, não estou certo se haverá alguma coisa a recebermos no Tribunal de Cristo, pois a nossa premiação eterna já está sendo usufruída no tempo.

John Stott não estava errado. A igreja evangélica cresceu e já é contada aos milhões. Somos, de fato, um oceano vasto, azul e belo. Infelizmente, tal oceano pode ser atravessado com as águas pelos artelhos. Quem dera fôssemos como o poço de Jacó! Não tinha a boca grande nem arrogante. Sua profundidade, contudo, era insondável. Para que isso venha a acontecer, faz-se urgente que voltemos ao Cristo de Deus, e deixemos de lado os “jesuses” que, todos os dias, tiramos de nossa prateleira teológica. Além disso, faz-se urgente recolocarmos a cruz em nossas mensagens.

Se agirmos assim, nosso crescimento terá a profundidade do rio de Ezequiel. De caudaloso e insondável, terá de ser transposto a nado. Basta de pregarmos o que o povo quer ouvir. Falemos o que as pessoas precisam escutar. Além do mais, na Igreja não temos clientes, mas ovelhas ansiosas por ouvir o Bom Pastor.


Autor: Pr Claudionor de Andrade
Por: Wilmar Antunes

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Estudo Bíblico A Bíblia e a Trindade


Ensina a Bíblia realmente que Deus é uma Trindade?
O batismo cristão ordenado por Cristo na Grande Comissão (Mt 28.19) deve ser efetuado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Observe que o texto diz “nome” e não “nomes”. A idéia é que o nome de Deus é Pai-Filho-Espírito Santo. E verdade que o termo Trindade não se encontra no texto hebraico nem no grego, na Bíblia; e tampouco aparecem termos como “soteríologia” — no entanto, existe na teologia sistemática a doutrina da salvação, também se encontra a da “hamartologia”, a da “transcendência” e “imanência”, ou a da “preexistência” de Cristo, ou a “cristologia”. Poucas pessoas que discutem os ensinos bíblicos levantam uma bandeira vermelha e objetam contra o uso de tais termos, quando estudam a natureza das graciosas obras de Deus. Tais designações servem como rótulos convenientes, didáticos, para conceitos ou ensinos complexos a respeito de assuntos intimamente relacionados. E impossível discutir teologia como disciplina sistemática, filosófica, sem se usar esses termos técnicos. Nenhum deles se encontra na Bíblia, disso temos certeza. No entanto, todos eles formam um complexo grandioso de conceitos coerentes, organizados, que são ensinados nas Escrituras. Portanto, devemos rejeitar como irrelevante a objeção de que a palavra precisa, “Trindade”, não se encontra na Bíblia.

No entanto, aventuramo-nos a insistir em que alguns dos ensinos básicos e fundamentais a respeito de Deus tornam-se praticamente incompreensíveis, sem que tenhamos uma boa compreensão da doutrina da Trindade.

Em primeiro lugar, vamos definir com clareza o que significa “Trindade”. Esse termo implica que o Senhor é uma unidade que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo — sendo os três um só Deus. Que Deus é uno tanto o Antigo como o Novo Testamento o asseveram: Deuteronômio 6.4: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”; Marcos 12.29: “Respondeu Jesus: o principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor!”; Efésios 4:6: “[Há] um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”. Vemos aqui afirmações claras, inequívocas de monoteísmo:

Deus é um só
Não há outros deuses além dele. Isaías 45.22 menciona Deus dizendo: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro”. Ou ainda Salmos 96.4,5: “Porque grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos [hebr. ‘elilim tem conotação de ‘fraco, sem valor’]; o Senhor, porém, fez os céus”. Isso se torna muito explícito em l Coríntios 8.5,6: “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as cousas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as cousas, e nós também, por ele”.

Mas, a Bíblia também ensina que Deus não é uma mônada estéril, mas existe eternamente em três pessoas.

Isso fica implícito no registro da criação, em Gênesis 1.1-3: “No princípio, criou [bãrã; verbo no singular, não no plural bãre’û] Deus [’elohim, plural na forma, tendo o final im; esse plural para ‘Deus’ provavelmente é um ‘plural majestático’; entretanto, compare-se Gênesis 1.26,27, que discutimos abaixo] os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia... e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas [mostrando o envolvimento da terceira Pessoa na obra da criação]. Disse Deus [’elóhîm]: Haja luz; e houve luz”. Temos aqui Deus falando como a Palavra Criativa, o Verbo (Jo 1.3), que é a segunda Pessoa da Trindade.

Diz a Bíblia que cada pessoa da Trindade tem uma função especial, tanto na obra da criação como na da redenção.

O Pai é a Fonte de todas as coisas (1 Coríntios 8.6) “... pelo qual são todas as coisas”). Ele é aquele que planejou e ordenou a redenção. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). A encarnação foi o cumprimento de seu decreto previamente anunciado em Salmos 2.7: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei”. Ele também deu-nos o Messias como expiação pelos nossos pecados (Is 53.6, 10). De maneira semelhante, ele concedeu o Espírito Santo a seu povo (At 2.18; Ef 1.17). Ele derramou a salvação sobre os redimidos (Ef 2.8,9), pela fé, que também é dom de Deus. E a seu Filho entregou a Igreja (Jo 6.37).

Quanto a Deus, o Filho, foi por meio dele que toda a obra da criação se realizou (Jo 1.3; lCo 8.6); significa que ele era também o Senhor Deus, ao qual se refere o salmo 90, o Criador que fez as montanhas, as colinas e toda a Terra. Ele é também o Sustentador e Preservador do universo material que ele criou (Hb 1.2,3). No entanto, ele também é o Deus que se tornou “carne” (Jo 1.18), isto é, um verdadeiro ser humano —sem deixar de ser divino, a fim de explicar (“exegete”) Deus à humanidade. Ele era a Luz que veio ao mundo para salvar os homens do poder das trevas (Jo 1.9; 8.12) por meio de sua perfeita obediência à lei e sua morte expiatória na cruz (Hb 1.3). Ele é também aquele que venceu o poder da morte, e, como o Salvador ressurreto, estabeleceu sua Igreja e comissionoua como seu templo vivo, seu corpo e sua noiva.

O Espírito Santo é aquela pessoa da Trindade que inspirou a redação das Escrituras (lCo 2.13; 2Pe 1.21), e manifesta o Evangelho aos redimidos de Deus (Jo 16.14). Ele comunica os benefícios do Calvário a todos quantos verdadeiramente crêem e receberam Cristo como Senhor e Salvador (Jo 1. 12,13); e Ele penetra em suas almas a fim de santificar seus corpos como templos vivos de Deus (lCo 3.16; 6.19), depois de terem nascido de novo pela sua graça transformadora (Jo 3.5,6). A seguir, ele ensina aos crentes as palavras de Cristo, de modo que possam entendê-las e crer nelas (Jo 14.26; lCo 2.10), e dá testemunho de Jesus tanto por sinais externos como por convicção interna (Jo 15.26; At 2.33,38,43). Ele santifica e congrega os membros de Cristo num organismo vivo, que é o verdadeiro templo do Espírito Santo (Ef 2.18-22) e concede a cada membro dons especiais da graça e do poder (charismata) mediante os quais possam enriquecer e for talecer a Igreja como um todo (lCo 12.7-11).

O NT afirma reiterada e claramente que Jesus Cristo é Deus encarnado. Ele veio como o Verbo criador, que também é Deus (Jo 1.1-3). De fato Ele é “o Deus unigênito” (Jo 1.18; segundo os manuscritos mais antigos, os melhores, essa era a redação original) em vez de “único Filho gerado”. Em João 20.28, a afirmação de Tomé, que deixara de ser incrédulo, “Senhor meu e Deus meu foi aceita por Cristo como sua verdadeira identidade; assim comentou o Senhor: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”. Creram em quê? Acreditaram naquilo que Tomé acabara de reconhecer, que Cristo é Senhor e Deus!

Nas cartas de Paulo e nas epístolas gerais, encontramos outras afirmações claras sobre a deidade de Cristo:
1. Falando dos israelitas, assim diz Paulo: “... deles são os patriarcas, e também deles [ón, o particípio realmente exige essa tradução; ho ón (‘ele é’) tem de ser uma construção modificadora de ho Christos, como seu antecedente] descende o Cristo, segundo a carne [i.e., do ponto de vista físico], o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rm 9.5).

2. Em Tito 2.13, Paulo diz: “aguardando a bendita esperança e a manifestação [epiphaneia noutras passagens só se refere ao surgimento de Cristo, nunca de Deus Pai] da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus

3. Hebreus 1.8 cita Salmos 45.6,7 como prova da divindade de Cristo, ensinada no AT: “mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” [o hebraico usa ‘elóhim aqui].

4. Hebreus 1.10,11 cita Salmos 102.25,26, declarando: “Em tempos remotos, Senhor [o salmo todo dirige-se a Iavé, pelo que o autor insere o vocativo Senhor aqui, partindo de um contexto anterior], lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces”. Aqui Cristo é mencionado como o Deus que sempre existiu, até mesmo antes da criação, que viverá para sempre, até mesmo depois de os céus terem cessado de existir.

5. Em l João 5.20, esse apóstolo diz: “... estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este [lit., esta pessoa] é o verdadeiro Deus e a vida eterna”.

No que concerne às passagens do AT, os seguintes fatos relacionam-se à Trindade:
1. Gênesis 1.26 cita Deus (‘elóhim) que diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”. Essa primeira pessoa dificilmente pode ser um plural editorial ou real, referente a uma única pessoa, a que fala, visto que tal uso não se verifica em parte alguma do hebraico bíblico. Portanto, precisamos enfrentar a pergunta:

Quem são as pessoas incluídas em “façamos nos” e em “nossa”. Dificilmente incluiríamos os anjos, que estariam sendo consultados, pois em parte alguma se diz que o homem foi criado à imagem deles; só de Deus. O v. 27 afirma: “Criou Deus [’elóhim], pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; o homem e a mulher os criou”, O Senhor — o mesmo Deus que falou de si mesmo no plural— declara agora que criou o homem à sua imagem. Em outras palavras, o plural equivale ao singular. Só podemos entender isto em termos da natureza trinitária de Deus. O verdadeiro Deus subsiste em três pessoas, as quais são capazes de discutir entre si e executar seus planos, pondo-os em ação, juntos — sem deixarem de ser um único Deus.

Para nós, que fomos criados à imagem de Deus, essa doutrina não deveria ser difícil de entender. Existe um sentido muito bem definido em que temos uma natureza tríplice, ou trinitária. I Tessalonicenses 5.23 indica-o com clareza: “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (grifo do autor). Com freqüência, encontramo-nos engajados em debate entre nosso espírito, alma e corpo, quando enfrentamos uma decisão moral, uma escolha entre a vontade de Deus e o desejo de nossa natureza carnal, que busca o prazer egoísta.

2. Salmos 33.6 diz: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro [rûah, Espírito] de sua boca, o exército deles”. Aqui de novo temos o mesmo envolvimento das três pessoas da Trindade na obra da criação: o Pai decreta, o Filho, sendo o Verbo, executa o decreto do Pai, e o Espírito concede a dinâmica vital ao processo.

3. Salmos 45.6 já foi citado em conexão com Hebreus 1.8: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. Mas 45.7 traz uma referência a um Deus que abençoara ao Verbo que é o perfeito Rei: “Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros”. O conceito de Deus abençoando Deus só pode ser entendido em um sentido trinitário. Um conceito de Deus unitário torna essa passagem ininteligível.

4. Isaías 48.16 mostra as três pessoas em ação, na obra da revelação redentora: “Chegai-vos a mim e ouvi isto: não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que isso vem acontecendo [i.e., o livramento do povo de Deus dos grilhões e da escravidão], tenho estado lá. Agora, o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito”. Temos aqui o Deus-homem Redentor falando (o que se descreveu a si mesmo no v. 12 dizendo: “sou o primeiro e também o último”, e no v. 13, assim: “... a minha mão fundou a terra, e a minha destra estendeu os céus...” Agora ele diz, no v. 16: “... o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito (que nesse caso se refere a Deus, o Filho, e a Deus, o Espírito, a terceira Pessoa da Trindade). E possível que “e o seu Espírito” possa ligar-se a “me”, como objeto direto de “enviou”, mas no contexto do original hebraico, a impressão é que “seu Espírito” (rüah, Espírito) está ligado a ‘adonay YHWH (“Senhor Iavé), como mais um sujeito, em vez de um objeto. Seja como for, a terceira Pessoa torna-se distinta da primeira e da segunda, nesses versículos. Além dos exemplos mencionados acima, de versículos do AT que não fazem sentido a não ser que se admita a natureza trinitária de Deus, do Senhor triúno, existem múltiplos exemplos da atividade do “Anjo de Iavé” que se iguala ao próprio Deus. Consideremos as seguintes passagens:

1. Gênesis 22.11 descreve o momento dramático da experiência de Abraão no monte Moriá, quando estava prestes a sacrificar seu filho Isaque: “Mas do céu lhe bradou o Anjo do Senhor:Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui”. O versículo seguinte prossegue, igualando esse ser celestial ao próprio Deus: “...agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho”. Depois, nos v. 16 e 17,0 anjo declara: “Jurei, por mim mesmo, diz o Senhor, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência...”. Fica bem claro que o anjo de Iavé aqui é o próprio Deus. “Iavé” é o nome de aliança do Deus Triuno, e o seu anjo também é o próprio Deus. Em outras palavras, podemos identificar o anjo de Iavé em passagens como essa, como sendo a pré-encarnação do Redentor, Deus o Filho, já engajado na obra redentora e mediadora, antes ainda de tornar-se um homem, filho da virgem Maria.

2. Em Gênesis 31.11,13 observamos o mesmo fenômeno; o anjo de Deus na verdade é o próprio Deus: “E o Anjo de Deus me disse em sonho: Jacó! Eu respondi: Eis-me aqui [...] Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna...”.

3. Êxodo 3:2 declara: “Apareceulhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo, no meio duma sarça...”. Depois, no v. 4, lemos: “Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça...”. A identificação completa nós a temos no v. 6: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus”. Outra vez verificamos que o Anjo do Senhor não é outro senão Iavé em pessoa.

4. Juízes 13.20 declara: “Sucedeu, que, subindo para o céu a chama que saiu do altar, o Anjo do Senhor subiu nela; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram com o rosto em terra”. Os v. 22 e 23 completam a identificação do anjo como sendo o próprio Senhor: “Disse Manoá a sua mulher: Certamente, morreremos, porque vimos a Deus”. Mas sua esposa lhe disse: “Se o Senhor nos quisera matar, não aceitaria de nossas mãos o holocausto e a oferta de manjares, nem nos teria mostrado tudo isto”.

À face dessa pesquisa das evidências bíblicas, concluímos que as Escrituras verdadeiramente ensinam a doutrina da Trindade, ainda que não empregue esse termo. Além disso, devemos observar que o conceito de Deus como sendo um, em essência, mas três nos centros de consciência —a que a Igreja grega se referia como três hypostases e a latina como três personae — e concepção singular, exclusiva, na história do pensamento humano. Nenhuma outra cultura ou movimento filosófico jamais apareceu com uma idéia semelhante a essa a respeito de Deus —pensamento que continua difícil à nossa mente finita, para que o entendamos. No entanto, a inabilidade nossa para compreender completamente a riqueza e a plenitude da natureza de Deus, como Trindade Santa, não deve constituir motivo para o ceticismo. Se só tivermos de aceitar aquilo que podemos entender totalmente, e nisso acreditar, estaremos, nesse caso, desesperançosamente além da redenção. Por quê? Pois jamais entenderemos plenamente como poderia Deus amar-nos de tal maneira que enviasse seu Filho Unigênito à terra para morrer por nós, pelos nossos pecados, e tornar-se nosso Salvador. Se não aceitarmos uma idéia que não podemos entender, como creríamos em João 3:16? Como receberíamos a certeza do evangelho e salvar-nos?

Artigo recebido por email

Via: www.estudosgospel.com.br
Por Wilmar Antunes