sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Estudo Vencendo o Gigante da Inveja



Romanos 1:18-32
Será que é pecado desejar possuir bens, boa aparência física, posição social etc? Ou o pecado é não lutar por alcançá-los de modo correto?
A inveja é o desejo de possuir estas e outras coisas por meios ilícitos, tendo como ponto de partida o olhar fixo no que é dos outros, desejando para si, lamentando por que ainda não está em seu poder. É um ressentimento profundo, que se aninha na mente da pessoa e passa logo a gerar outras ações, tais como a cobiça, a ganância, a maledicência. O dolo entra em cena e tudo termina em contendas, e até em morte, tal como aconteceu com Abel (Gn 4.8) e com Nabote (I Rs 21.1-16).

A inveja e os outros males surgiram no Éden (Gn 3.5), e se fazem presentes em todos os lugares, causando contendas e guerras (Tg 4.1,2), sendo sua pri­meira vítima o seu possuidor, depois aqueles que são o seu alvo. É algo que acontece até com nações que se apoderam dos recursos econômicos de outras menos capazes de administração.

Breve Análise do Texto
O texto básico registra a mudança ocorrida no ser humano, sua degeneração. Os homens passaram a valorizar as obras da criação, fazendo delas o seu deus, desentronizando de suas vidas o Deus Criador, e tentando ocupar o lugar do mesmo. Pela concupiscencia dos seus corações, diz Paulo: "Deus entregou tais homens à imundície" (v. 24), "a paixões infames" (v. 26), "a uma disposição men­tal reprovável, para praticarem coisas incovenientes" (v. 28).

Na relação de tais coisas, em número de 21, não sendo uma lista completa, pois em Gálatas 5.21, o apóstolo afirma: "e cousas semelhantes a estas", ele inclui o tema deste estudo.

Algo sério no texto básico é que tal prática é feita com conhecimento da verda­de (v.21) e até mesmos os gentios assim agem. Não há exceção para ninguém.

Tópicos para Reflexão

1. DEFINIÇÃO
Provérbios 14.30b diz que "a inveja é a podridão dos ossos". Todo o corpo não possui firmeza. A inveja é a doença da alma, uma ::snça espiritual. Diz C. Hodge: "É um câncer da alma" (Teologia Sistemática, Vol. Ill, p. 464).

Caracteriza-se como realmente é:
a) um sentimento de desgosto ou pesar peio bem dos outros;
b) um desejo violento de possuir o bem alheio;
c) um sentimento de ódio para com os mais favorecidos;
d) um desejo de impedi-los de possuir tais bens e de vê-los destruídos.

A inveja colocada na mente humana é como um germe que se encarrega de criar outros males que, agrupados ao redor de si, formarão um exército em guerra, lutando para conseguir os fins por ele propostos. Esta for­ça de ação é tão elevada que Provérbios 27.4 diz: "Cruel é o furor e impetuosa a ira, mas quem pode resistir à inveja?" Ela não atua só, pois se assim fosse, ninguém seria atin­gido; não passaria de um pensamento, sen­do o invejoso a única vítima. Entretanto, o que se conhece é que o pensamento invejoso está integrado por outros companheiros ofensi­vos.

A história do comportamento de Saul em relação a Davi é uma das evidências desta as­sociação de males, pois, após a morte de Golias, efetuada por Davi, e sua aclamação feita pelas mulheres, Saul passa a ter um sen­timento de inveja e, "daquele dia em diante, Saul não via Davi com bons olhos"; e procu­rou eliminá-lo (I Sm 18.6-16).

É tão real esta integração de males que provém do coração humano ainda não rege­nerado, que o Senhor Jesus, em Marcos 7.21 -23 e Paulo, Tiago e Pedro, em vários textos (II Co 12.20; Gl 5.19-21; I Tm 6.4; Tt 3.3; Tg 3.14; I Pe 2.1), os mencionam, estando a in­veja entre eles, quer a palavra declinada ou os seus efeitos descritos nos demais componen­tes.

2. CONSEQUÊNCIAS DA INVEJA
Sendo a inveja um ressentimento aninha­do no coração do homem, conclui-se que o invejoso vive em torturas da sua alma, tendo em si a destruição de alguns bons princípios de vida (SI 73.2,3). A condição de vida do invejoso é marcada por reclamações, por ex­pressões de revoltas visíveis no próprio rosto (Gn 4.5; I Rs. 21.4-7). É a batalha interna do coração, por não ver seus intentos realizados. A luta continua e outros atos maus vão sendo levados a efeito, até que se consiga o pro­posto. Os meios usados, sejam quais forem, se justificam pelos fins propostos.

A Bíblia nos apresenta inúmeros exem­plos das consequências causadas pela inveja e os seus integrantes. Eis alguns:

a) Abel é assassinado pelo próprio irmão, Caim, que, possuído de inveja, irou-se e, dolosamente, mesmo advertido por Deus (Gn 4.5-8), praticou um crime, tornando-se exem­plo negativo para todas as gerações (Hb 11.4; I Jo 3.12 e Jd 11);

b) Isaque é expulso de Gerar por ter se enriquecido (Gn 26.12-17);

c) Os irmãos de José tentam matá-lo e de­pois o vendem (Gn 37.11,20; 26-28; At 7.9);

d) Nabote é julgado e assassinado, sem ter o direito de defesa (I Rs 21.1 -16);

e) O próprio Cristo foi entregue pelos in­vejosos líderes religiosos (Mt 27.18);

f) Os apóstolos sofreram também, da mes­ma classe de pessoas, perseguições (At 5.17,18; 13.45).

A inveja conduz o ser humano a um miserável estado de vítima, impedindo-o de repa­rar suas próprias deficiências, corrigindo-as e se tornando capaz de conseguir, por meios lícitos, as mesmas condições de vida.

O invejoso é governado por diretrizes por ele elaboradas, e não sob as normas divinas, pois de Deus está alienado. Da sua lingua­gem e modo de vida, a prática da Lei Áurea estabelecida por Deus, registrada em Deuteronômio 6.5, Levítico 19.18 e Mateus 22.37-39, não faz parte, pois para ele Deus e o próximo não existem.

Mas a pior consequência é a eterna, pois Paulo afirma: "São passíveis de morte os que tais coisas praticam" (v. 32).

3. LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL
Para todas as espécies de males espiritu­ais, Deus preparou os meios suficientes para a cura e libertação. Ele não deseja que o pe­cador seja vítima eterna de Satanás, alienado de sua presença. Deus, no Éden, prometeu a vinda de seu Filho para pagar o preço desta libertação com sua morte. Não há corrupto, por pior que seja, que não possa ser transfor­mado; nem pecado sem perdão em Cristo.

Zaqueu é uma prova evidente desta trans­formação, pois, por meios ilícitos, enrique­cera-se, mas dispôs-se a corrigir as fraudes cometidas (Lc 19.8).

Deus veio em Jesus Cristo para nos liber­tar do império das trevas, e o próprio Cristo declarou como obter tal libertação (Jo 8.32,36; Cl 1.13,14). Há libertação à dispo­sição de todos os que são vítimas dos males do coração.

Para que isto ocorra, é necessário conhe­cer a Palavra de Deus e aceitá-la, pois o Espí­rito Santo está executando a sua missão de convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Ele ilumina o cristão (Rm 14.26), intercedendo pelos regenerados (Rm 8.26,27), concedendo a convicção de "ser nova criatura" (II Co 5.16) e de poder viver seguro de que "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1), pois cumpre-se nele a mensagem de Roma­nos 8.30.

O coração do pecador, cheio de inveja e demais males por ela gerados e a ela associa­dos, pode ser purificado e tornar-se lugar es­pecial de guardar a Palavra de Deus (S1119.9, 11,97)). Onde há lugar para o amor de Deus, este o conduz à prática das boas obras.

Este mal tão terrível, conforme observou o sábio (Pv 14.30; 27.4), continua sendo uma realidade constante, até mesmo com boa apa­rência (Fp 1.15), procurando aninhar-se to­talmente no coração do crente. O que fazer? Paulo ensina:

a) Encher-se do Espírito Santo e não entristecê-lo (Ef 4.30; 5.18);

b) Viver de modo digno da vocação (Ef 4.1-3);

c) Lançar distante tais males (Ef 4.31);

d) Exercitar o domínio próprio (Gl 5.22). Em I Pedro 2.1 e 2, o apóstolo determina o despojamento destes males e o desejo de ali­mentar-se espiritualmente. Para que tudo se efetue, é necessário enquadrar-se na bem-aventurança proposta por Cristo em Apocalipse 1.3, que é ler, ouvir e guardar o que está escrito. Não se pode descuidar da oração como ato de vigilância (I Pe 5.8), sa­bendo que o adágio popular declara: "Mente vazia, oficina de Satanás".

Reflexão Pessoal

1. A inveja tem achado lugar em seu coração? Como você tem enfrentado esse pecado?
2. Alguma vez você já sofreu as consequências da inveja?


Autor: Josias Moura
Fonte: www.josiasmoura.com
Por Wilmar  Antunes

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