Texto Básico: 1Corintios 7:12-16
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra”(1Pe 3:1)
INTRODUÇÃO
A família é um projeto divino. Uma ideia que nasceu no coração de Deus, executada por Ele mesmo. Ele a criou porque é importante o convívio familiar. Ele mesmo disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”(Gn 2:18, CF). Foi um plano incluído dentro do projeto geral da criação, perfeito em todos os aspectos: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom“(Gn 1:31).
A Bíblia é clara e resoluta, a família começa com a união matrimonial entre um homem e uma mulher. Somente duas pessoas de sexos diferentes – macho e fêmea – podem contrair matrimônio. Observe que o Senhor, ao instituir o casamento, disse: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”(Gn 2:24). É impossível que as partes que se unem no casamento sejam complementares, se não forem de sexos diferentes. O Criador fez a mulher distinta do homem, para que ambos, juntos, pudessem realizar o que Ele determinou. A mulher tem outro modo de ser, de andar, de sorrir. Deus criou Eva para compartilhar com Adão as suas emoções e os seus afetos. Juntos, podem cumprir os propósitos de Deus para essa instituição, propósitos esses que vão além da procriação.
Não há instituição que substitua a família, no processo da socialização do indivíduo. Tudo o que é feito por outras instituições é de caráter complementar.
O comportamento humano é construído sobre os alicerces lançados na família. Entretanto, a cada dia fica mais difícil encontrar famílias saudáveis. Deus não cometeu nenhum erro no Seu projeto. Ocorre que a família é formada de seres humanos imperfeitos, os quais vivem, às vezes, sob o domínio do pecado, e outras vezes sob sua influência.
É válido salientar que o casamento é uma aliança. Malaquias 2:14 se refere ao casamento como uma aliança: "E perguntais: Por que? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança". É por isto que Deus odeia o divórcio(Ml 2:16). No livro de Provérbios 2:17, Deus adverte contra a adúltera que lisonjeia com palavras, que "deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança com Deus". Note bem, ao deixar a pessoa com quem ela se casou, é acusada de quebrar sua aliança. Portanto, o casamento é uma aliança, e por isto não podemos tratá-lo a nosso próprio gosto.
Às vezes a divergência de credos pode ser uma grande fonte de conflitos na família. Porém, em todo o tempo a Bíblia enfatiza a importância do vinculo conjugal e recomenda, ao cônjuge descrente, a submissão(1Pe 3:1; Tt 2:4,5) a fim de que ele seja alcançado por intermédio do bom testemunho do cristão. Essa é a vontade de Deus. É o que vamos estudar nesta Aula.
I. CONVIVENDO COM O CÔNJUGE NÃO CRENTE
1. A convivência com o cônjuge descrente. A convivência com o cônjuge descrente é um desafio à fé. Existem três situações, consideradas mistas, que podem ocorrer numa convivência entre cônjuges: (a) Existe o caso em que um homem e uma mulher se casam não sendo crentes, e um deles depois se converte ao evangelho, e o outro não; (b) Existe o caso de uma pessoa crente que se casa com uma não crente. Isso ocorre com certa frequência, quando um cristão decide desobedecer a Deus quanto à escolha de um cônjuge; (c) Existe o caso de duas pessoas se casarem na igreja, e um dos cônjuges professar ser cristão, mas não mostrar de forma evidente o fruto do espírito e a salvação depois do casamento.
Em qualquer destes casos há divergências sobre o pensamento religioso, com grande possibilidade de conflitos, dificultando a convivência e a unidade da família. Não obstante, a vontade de Deus é que seja preservada a unidade familiar. A Bíblia não defende o divórcio, nem mesmo de um cônjuge crente e um não crente. O ideal de Deus é que marido e esposa permaneçam juntos, mesmo quando um dos cônjuges não for crente.
O apóstolo Paulo recomenda que não haja a separação do casal, se houver entre eles consenso no tocante à vida em comum, ou seja, se o não crente quer continuar vivendo com o crente, que não haja a separação: "Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe" (1Co 7:13,14). Por causa do desejo de servir a Cristo, algumas pessoas na igreja corintia pensavam que deveriam divorciar-se de seu cônjuge pagão e se casar com um cristão. Mas Paulo reafirmou o compromisso do casamento.
O cônjuge cristão deve tentar ganhar o outro para Cristo. Seria fácil pensar no rompimento do relacionamento, porém, Paulo enfatizou que se deve permanecer com o cônjuge incrédulo e ser uma influência positiva na união. Assim como Jesus, Paulo acreditava que o casamento deve ser para sempre(ver Mc 10:1-9).
Quando a fé cristã entra em um lar descrente, ela deve ser uma ponte de novas bênçãos e não de novas desavenças. O fato de um cônjuge incrédulo viver com um cônjuge crente possibilita a esse cônjuge incrédulo conhecer o evangelho e ser abençoado por ele. O cônjuge incrédulo é trazido para mias perto de Deus ao conviver com um cristão na mesma casa.
Como, então, se evitar o conflito entre os cônjuges que não professam a mesma fé? A pessoa que é cristã deve se portar como uma serva ou servo de Deus, dando testemunho de autentico filho de Deus, de uma pessoa santa. Desta feita, o cônjuge que é cristão deve fazer de tudo para evitar o conflito. Deve-se evitar discussões sobre religião ou igreja. O cônjuge descrente deve perceber que ser cristão é ter uma vida alegre, de paz, de harmonia, de mansidão e de profunda esperança no porvir. A recomendação de Paulo é bastante acolhedora: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”(Rm 12:18).
Sabe por que o apóstolo Paulo exorta que o cônjuge se comporte dessa maneira? Ele responde no versículo 16: “Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?”. Nesta mesma linha de pensamento o apóstolo Pedro diz: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissos a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à Palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor”(1Pe 3:1,2). É claro que este mesmo conselho vale para o homem.
Mas se o cônjuge incrédulo quiser se separar do outro por não aceitar a sua fé em Cristo? Paulo responde: “Mas, se o incrédulo se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está sujeito à servidão”. Observe que a iniciativa é do incrédulo e nunca do cristão. Caso aconteça do cônjuge descrente abandonar ou divorciar-se do cônjuge crente, o relacionamento conjugal é dissolvido e o crente está livre das suas obrigações conjugais anteriores. “Neste caso... não está sujeito à servidão”, significa que o crente fica desobrigado do contrato conjugal anterior. A palavra “servidão” significa literalmente “escravizar”. Neste caso, o crente fiel já não está escravizado aos seus votos conjugais. Tal cônjuge crente abandonado fica livre para casar-se de novo, mas só com um crente (1Co 7:39). Contudo, é bom ressaltar que o propósito principal da carta de Paulo era exortar as pessoas casadas a buscarem a união, não a separação(ver 1Co 7:17; 1Pe 3:1,2).
2. Santificando o cônjuge. O apóstolo Paulo dando continuidade a sua explicação sobre a união matrimonial entre um crente e um incrédulo, se expressa: “Porque o marido incrédulo é santificado pela mulher, e a mulher incrédula é santificada pelo marido crente” (1Co 7:14). Paulo não está dizendo que o marido incrédulo é convertido e salvo pelo fato de estar casado com uma mulher crente ou vice-versa. O casamento não é um meio de conversão. O que Paulo está dizendo é que o marido ou a mulher traz benefícios para a sua família. Esse cônjuge incrédulo fica, assim, exposto à influencia benéfica do evangelho.
Quando a fé cristã entra em um lar descrente, ela deve ser uma ponte de novas bênçãos e não de novas desavenças. O fato de um cônjuge incrédulo viver com um cônjuge crente possibilita a esse cônjuge incrédulo conhecer o evangelho e ser abençoado por ele. O cônjuge incrédulo é trazido para mais perto de Deus ao conviver com um cristão na mesma casa.
II. AGINDO COM SABEDORIA
1. Na criação dos filhos. A tarefa mais importante que os pais devem desenvolver em relação a seus filhos é, sem dúvida, a formação de um caráter reto. A formação do caráter é como a construção de uma casa, onde cada tijolo é colocado cuidadosamente, sendo que cada “tijolo” representa um hábito. Podem ser hábitos bons ou maus. Muitas vezes observam-se rachaduras, e isto é evidência de que os “tijolos” são de má qualidade ou foram mal colocados. Esses hábitos ruins devem ser corrigidos, senão a casa cairá quando a tempestade da prova a açoitar. É pela repetição de atos que se formam os hábitos e o caráter é confirmado.
A desestruturação do lar pode trazer consequências desastrosas à formação do caráter dos filhos. Estas podem ser de menor ou maior gravidade, acarretar pequenos desvios recuperáveis ou deformações de conduta moral, ética e sobretudo espiritual de proporções alarmantes. A ausência de regras no lar, a falta de liderança paterna ou liderança dividida, a permissividade, a passividade, a cumplicidade, o medo, entre outros, incluem-se nas barreiras que contribuem para a desestruturação do lar e a má formação do caráter dos filhos.
No lar, onde um dos cônjuges não é cristão temente a Deus, ainda fica mais difícil a formação do caráter da criança ou do adolescente dentro dos ditames orientadores da Palavra de Deus. Apesar disso, o servo ou a serva de Deus deve evitar, de todas as maneiras, o conflito. Deve, sim, se comportar com maturidade espiritual, visando trazer harmonia e paz no lar. Deve-se ter cuidado para não dar lugar ao diabo(Ef 4:27), possibilitando-o interferir na estrutura familiar.
Com muita oração, prudência e sabedoria, os filhos devem receber instrução espiritual adequada e progressiva para aprender a colocar sua fé em Deus e não se tornarem desobedientes, teimosos e rebeldes(ver Dt 6:1-9). A ausência dessa instrução é prejudicial ao relacionamento entre pais e filhos e à formação do caráter cristão dos filhos. O ensino da Palavra de Deus molda o caráter e aperfeiçoa a vida moral, emocional e espiritual dos membros da família. Não é tarefa fácil, mas não impossível.
Tome-se como exemplo a mãe de Timóteo, Eunice. Ela, judia, era casada com um grego que não temia o Deus de Israel(At 16:1). Mas isso não impediu que ela instruísse seu filho “no caminho que deve andar”(Pv 22:6). Ela e sua mãe(Lóide) ensinaram a Timóteo a Palavra de Deus, livrando-o das influências do paganismo helênico. O apóstolo Paulo testemunha isso: ”Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”(2Tm 1:5). Timóteo tornou-se um zeloso ministro de Deus(1Ts 3:2), fiel no Senhor(1Co 4:17), e um grande cooperador no ministério do apóstolo Paulo (Rm 16:21; 1Ts 3:2).
O apóstolo Paulo escrevendo à igreja de Corinto orienta ao cristão, cujo cônjuge é descrente, da seguinte maneira: “Porque o marido incrédulo é santificado pela mulher, e a mulher incrédula é santificada pelo marido crente; de outro modo, os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos”. Aqui, o termo “santo”não indica, de maneira alguma, que os filhos em si são santificados, ou seja, que vivem de modo limpo e puro. Antes, significa que são separados e colocados em posição de privilégio. Pelo menos um de seus pais ama ao Senhor e lhes contará sobre o amor de Cristo e o seu plano salvífico. Existe a grande possibilidade de serem salvos. Eles têm o privilégio de viver em um lar no qual um dos pais possui, dentro de si, a presença do Espírito Santo. Desde o nascimento eles estão expostos ao ensino e ao exemplo da fé cristã.
2. Nos afazeres domésticos.Conquanto o cônjuge seja zeloso em sua fé em Deus e diligente no cumprimento dos deveres demandados pela igreja, jamais deve privilegiar estes em detrimento dos pleitos do lar. Na escala de prioridade está: Deus, a família e a igreja. Portanto, deve-se evitar a compatibilidade dos momentos necessários para os afazeres domésticos com aqueles reservados à igreja.
Com relação à mulher, ela não deve deixar sua casa desorganizada, as refeições por fazer e as roupas da família sujas, sob a alegação de que a reunião da igreja encerrou fora do horário normal. O cônjuge descrente poderá não gostar da atitude da esposa e poderá alegar que a igreja está sendo uma pedra de tropeço à sua família.
A mulher casada tem deveres e responsabilidades diferentes das que tem a mulher quando solteira. Quando casada, ela deve ser diligente e boa dona-de-casa. Assim sendo e assim agindo, a esposa está contribuindo para o equilíbrio das finanças do lar e da família. Mesmo aquela que tenha recursos para manter uma empregada doméstica, é bom lembrar que cabe-lhe dar as ordens, portanto, deverá conhecer o que será melhor para o bom andamento do seu lar. “Toda mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba-a com a suas mãos”(Pv 14.1). Logo, a mulher é negligente com sua casa quando a sua prioridade não é cuidar dos seus encargos familiares e agradar seu marido, seja ele crente ou não.
Faz bem enfatizar que a administração do cotidiano do lar, segundo os planos e diretrizes decididos pelo marido, deve ficar com a mulher, pois sua intuição e sensibilidade são fundamentais para que a família possa suprir todas as suas necessidades econômico-financeiras, de higiene e vestuário entre outras (Pv 31:13-27). Verdade é que, em virtude de a mulher estar, cada vez mais, trabalhando fora de casa, deve haver um compartilhamento de tarefas com o marido, mas jamais deve a mulher deixar de responder pela coordenação e supervisão desta parte, pois é este o modelo bíblico e as condições culturais não alteram a natureza do homem e da mulher.
Agir com sabedoria na administração do tempo é um fator que evita conflitos. Uma mulher que sabe discernir entre o certo e o errado, que é cônscio de seus deveres no lar, que sabe respeitar o seu cônjuge e admoestar os seus filhos, é considerada uma mulher sábia, virtuosa. “Os seus filhos a respeitam e falam bem dela, e o seu marido a elogia”(Pv 31:28). A recíproca é verdadeira.
3. Na vida espiritual. O que fazer quando o cônjuge descrente impede o outro de participar das reuniões e das atividades da igreja? É bom saber que isto acontece com muita frequência, muito mais para o lado da mulher! Numa situação dessa o cônjuge cristão deve agir com bastante sabedoria, visando a unidade da família e o bem-estar dos filhos.
Em hipótese nenhuma deve-se conflitar com o cônjuge descrente. Pense bem que a sua conduta e a sua maneira de agir poderá, em muito, causar reflexos sérios na vida do esposo descrente, cauterizando a sua mente com relação às coisas de Deus e da igreja. Lembre-se que ele é uma alma a ser ganha para Jesus. Portanto, deve-se agir com prudência. Deve-se ter sabedoria de coração. Está escrito: “o sábio de coração será chamado prudente...”(Pv 16:21); “No coração do prudente a sabedoria permanece, mas o que está no interior dos tolos se faz conhecido”(Pv 14:33); “A casa e os bens são herança dos pais; porém do Senhor vem a esposa prudente”(Pv 19:14).
Todavia, mesmo diante deste obstáculo, a vida espiritual nunca deve ser relaxada. Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito em Verdade(João 4:23). Deve-se reservar um espaço e um horário adequado para oração, adoração e meditação da Palavra de Deus. Veja o exemplo de Daniel, apesar de suas inúmeras atividades no reinado na Babilônia(no reinado de Nabucodonosor(Dn 2:48), de Dario e Ciro – Dn 6:28), ele nunca deixou de buscar (três vezes ao dia – Dn 6:10) a face do Senhor Deus. Jesus, também nos ensina que devemos reservar um lugarzinho em nossa casa para buscar a sua face de forma mais reservada: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”(Mt 6:6). Certamente, esses momentos preciosos na presença de Deus trará fortaleza espiritual e ajudará suportar as perseguições por parte do cônjuge descrente; além disso, evitará conflitos. Procedendo assim, Deus agirá em seu favor; e, quem sabe, pela sua maneira de agir o cônjuge descrente converta-se ao Senhor Jesus, e mais tarde poderá dizer: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Atente para a boa recomendação de Pedro: “SEMELHANTEMENTE, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra”(1Pe 3:1).
III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE
1. Com nova postura. Em Jesus Cristo nos tornamos novas criaturas (2Co 5:17). Fomos gerados novamente pelo Espírito Santo e passamos a viver uma nova vida. Não vivemos mais segundo a carne, cumprindo os seus desejos malignos. Como novas criaturas, produzimos novos frutos, ou seja, novas ações, pois agora somos guiados e dirigidos pelo Senhor.
Nossas atitudes são como frutos. Elas nos identificam, revelando o nosso caráter cristão (Gl 5:22). Como podemos distinguir um cristão autêntico de um falso? Pelas suas ações, atitudes. A Palavra deixa claro que uma árvore boa não pode produzir mau fruto (Mt 17:17), pois vai contra a sua natureza, sua essência. Assim também acontece conosco.
Os atos falam mais alto do que as palavras. Por isso é que dizem que a pregação com a nossa vida, com os nossos atos são mãos penetrantes do que as palavras. Cada um de nós precisa entender que estamos em cena e nossas ações estão sendo observadas o tempo todo. Depois que entregamos a nossa vida a Cristo tornamos-nos pessoas marcadas; o mundo está apenas aguardando a primeira oportunidade para nos chamar de hipócritas! Satanás é o deus deste mundo e tenta explorar cada deslize nosso.
Portanto, portar-se como autêntico servo de Deus é uma maneira substancial de evangelizar o cônjuge descrente. Ele verá que em você há algo diferente, sua vida foi transformada de verdade, houve profunda mudança em seu caráter. E, dessa maneira, o incrédulo poderá até vir a se converter a Cristo. Pense nisso!
2. Com bom testemunho. Quando passamos a ter Jesus como nosso único e suficiente Senhor e Salvador, passamos a viver como o patriarca Jó: retos, sinceros, tementes a Deus e que se desviam do mal (Jó 1:8; 2:3). Isso será demonstrado através de nossa conduta, em nosso viver diário.
Após a conversão, o nosso comportamento deve evitar toda a aparência do mal. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “Abstende-vos de toda aparência do mal” (1Tes 5:22). A abstenção do pecado é a única forma pela qual obteremos a santificação, mediante a qual teremos uma vida de comunhão com Deus.
Muitos crêem que “pecadinhos”, “pecados menos graves” não os impedirão de ir para o céu, mas o apóstolo deixa aqui bem claro que devemos nos abster de toda a forma do mal, de todo tipo de mal, de toda espécie de mal. Se nos abstivermos de toda a espécie de mal, se fizermos a nossa parte, Deus fará a dEle, qual seja, a de nos santificar em tudo, começando pelo espírito, passando pela alma e indo até o corpo. Quando tomamos a decisão de nos afastarmos do pecado, entramos em comunhão com Deus e o Senhor nos santifica, nos torna santos, nos justifica, numa transformação que começa de dentro para fora.
A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. O crente deve ter uma vida exemplar, quer em costumes, vestimentas, negócios, palavras, por está sendo observado por outros. As pessoas do mundo podem não ler a Bíblia, mas certamente lerão a vida do crente, que deve ser uma carta viva a testemunhar de seu Criador. Está escrito: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1:27).
Nos dias em que vivemos, muitos há que defendem estratégias de convivência ou de tolerância com o pecado. Criam um sem-número de subterfúgios para conviver com condutas pecaminosas, entre as quais a mais em voga, na atualidade, é a chamada “questão cultural”, querendo, com isto, justificar condutas que, “no passado seriam pecaminosas, mas que, com a evolução da humanidade, não mais podem ser assim consideradas”. Tudo não passa de artimanha do inimigo de nossas almas, que está bramando como leão buscando a quem possa tragar (1Pe 5:8). Pecado é pecado porque é uma ofensa a Deus e Deus não muda (Tg 1:17), de sorte que pecado será pecado em qualquer cultura, em qualquer região, em qualquer lugar.
Portanto, o testemunho caracteriza-se, pois, pela prática de atos que são agradáveis a Deus, que demonstram obediência e reconhecimento da soberania do Senhor sobre a pessoa. Não é possível ter o testemunho de Jesus Cristo sem que se faça aquilo que o Senhor tem ordenado na Sua Palavra. O testemunho nada mais é que a expressão do amor à Palavra do Senhor (Ap 1:2,9; 6:9; 12:11,17).
Não esqueçamos que o bom testemunho, a boa conduta do cristão, começa no lar, nas pequenas atitudes. “O cônjuge descrente precisa perceber a mudança realizada por Jesus em sua casa através da conversão do outro”.
CONCLUSÃO
O primeiro grupo social a que uma pessoa pertence é a família, grupo criado pelo próprio Deus (Gn.2:23,24) e que procura suprir as necessidades sentimentais, afetivas e emocionais básicas do ser humano. A função da família é, precisamente, impedir que haja o sentimento de solidão, que caracterizava Adão antes da formação da mulher (Gn.2:20). É o desejo de Deus que os cônjuges superem as dificuldades e permaneçam unidos como Deus os criou, mesmo que aja “divisão espiritual no lar”.
Portanto, se um cristão tem uma esposa incrédula e esta consente em morar com ele, não deve deixá-la. Isso não significa que é permitido a um homem cristão casar com uma mulher incrédula. Antes, se ele já era casado quando foi convertido, não deve abandoná-la. Semelhantemente, a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, deve ficar com o marido. Talvez possa ganhá-lo por meio de seu testemunho humilde e piedoso. A vida e o testemunho da pessoa convertida a Cristo influenciam esse lar para Deus. O cônjuge descrente se vê sob uma influência espiritual que contém a possibilidade da conversão.
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 51 – CPAD.
Princípios de Deus para o casamento – Rev. Hernandes Dias Lopes.
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