sábado, 18 de agosto de 2012

No Jardim da Esperança


“ ...como o carvalho e a azinheira que depois de se desfolharem ainda ficam firmes...” Isaías 6:13.
Profeta Isaías era um admirador da natureza e se procurarmos com atenção, encontraremos diversas referências a ela em seus escritos. Ele descreve, em forma metafórica, o comportamento de árvores em comparação aos dos homens: salgueiro, videira, carvalho e azinheira são algumas das espécies que enumerei ao meditar nas profecias de Isaías; o homem que por três anos, andou seminu e descalço. Penso que esse estilo incomum de vida, por vezes o afastava da cidade, conduzindo-o a jardins e desertos, em reflexão de vida, oração e contemplação da natureza. Foi Isaías quem profetizou: “E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco em número que um menino as contará” Is 10:19 o verso se refere a governos, mas também fica claro a revelação sobre o desmatamento florestal, fato que já ocorre em nossos dias e ganhará maiores e devastadoras proporções no futuro.

É verdade, a natureza diz muito sobre a vida. Quem sabe, Isaías, o homem nu, tenha encontrado conforto para si na linguagem das árvores, na forma como Deus sabiamente ministra através delas. Por isso, te convido a passearmos juntos nas plantações: Eu, você e Isaías. Vamos aprender com o carvalho e a azinheira?

A Azinheira:
É uma árvore tipicamente mediterrânea. Sua madeira é tão resistente que é difícil ser trabalhada, ainda assim, historiadores afirmam que foi dessa madeira que surgiram os primeiros inventos da roda. Marceneiros da Argélia preferem trabalhar com essa árvore, apesar de calejar mais as mãos, as obras têm mais durabilidade. Essa resistência toda encontrada na azinheira, vem de um componente chamado ácido tânico, ele que encorpa e endurece a madeira da azinheira. Mas não é só a madeira da planta que é de alta qualidade, suas folhas também são duráveis, vejam só o que encontrei sobre as folhas da azinheira:

"Os gregos antigos tinham a azinheira em alta, embora mais por razões simbólicas do que práticas. As folhas da árvore foram pensadas para ser infalível e foram usadas para predizer o futuro. Elas também foram usadas para coroas de honra para as pessoas de distinção. A bolota (fruto da azinheira) era visto como um sinal de fertilidade e jóias usadas como pingentes e colares com bolotas de imitação foi acreditado para aumentar as chances de ser fértil."

Ou, ou, vamos convidar os gregos a se retirarem desse nosso passeio, superstição até que rima com revelação, mas não tem nenhuma ligação! Ora vejam senhores gregos, Deus é o Único: Onipotente, onipresente e Onisciente, o futuro a Ele pertence! E por favor, nada de fazer coroas de honra com folhas de azinheira, em pouco tempo a honra dos heróis gregos passará e a coroa ficará encostada em algum lugar. Lhes apresento, a coroa de glória que está posta sobre a cabeça do Rei dos Reis o que nunca há de passar. Guardem essa lição: “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada.” Ap 14:14. Bem, se depois disso se comportarem melhor e não ficarem destruindo a copa das azinheiras, podem ficar conosco.

A azinheira, assim como o carvalho, cresce bastante e em qualquer tipo de solo, porém ela prefere o calor. Atualmente existem muitos países que cultivam a azinheira em suas florestas por ser ela de grande resistência ao fogo. Inglaterra e Portugal estão inseridos nesse contexto.

O Carvalho
Já fiz outros estudos sobre ele, e confesso: é uma árvore inspiradora, imponente! Carvalhos ficam mais fortes a cada tempestade. Os mais antigos, apresentam tronco bem grossos e disformes, é que por receberem mais embates (raios, chuva forte e etc) as raízes se aprofundam para dar maior sustentação , consequentemente a árvore fica maior e mais forte. Carvalhos carregam em si as marcas das lutas e das vitórias. As folhas do carvalho, não caem facilmente e costumam durar uma estação inteirinha grudadas nos galhos. Elas apresentam queda tardia e quando chega a primavera, lá estão elas ainda nas árvores, por isso diz-se que as folhas do carvalho são marcescente. É comum ver carvalhos e azinheiras em um mesmo ambiente. Como aqui em nosso passeio com Isaías, percebem?

Isaías? Lá está ele, reservado e contemplativo, parece em oração. Depois o indagaremos sobre isso, certamente ele terá coisas incríveis para nos dizer!

Aprendendo com o profeta Isaías: lições dos carvalhos e azinheiras
"Porém ainda a décima parte ficará nela, e tornará a ser pastada; e como o carvalho, e como a azinheira, que depois de se desfolharem, ainda ficam firmes, assim a santa semente será a firmeza dela." Isaías 6:13

Nosso passeio já estava chegando ao fim quando o profeta se aproxima de nós e em metáfora nos exorta a sermos firmes tal qual as árvores que observamos. Nos despedimos e voltei para casa com aquela frase grudada nos sentidos, tal qual as folhas do carvalho quando grudam em seus galhos e só despregam em outra estação. O que Deus estaria me dizendo?

Essas árvores se tornam mais fortes quando confrontadas com as adversidades, isso não é para elas uma tragédia, mas uma oportunidade de demonstrarem a força da superação que compõe suas essências. Despidas de suas folhas, essas árvores, são a representação da esperança e renascimento, elas não abandonam os galhos facilmente, mas aguardam nova estação para florescerem. Azinheiras, especialmente murcham e logo reverdecem, sequer dão chance a tristeza e a solidão. Elas sorriem mesmo em pedaços, porque sabem que a redenção está próxima. Não morrer, não desistir, não perder a fé, mesmo que o mundo lance “raios e fortes tempestades” em sua direção. Façamos como o carvalho, aprofundemos nossas raízes, firmando-nos em Cristo Jesus porque disso advém a fortaleza do cristão. Se o carvalho e a azinheira permanecem de pé quando já deveriam estar abatidas ao chão, é porque o segredo está na raiz. Lá estão, lá permanecerão como memorial de resistência e não apenas isso, de vitória.

Não há homem que esteja livre da opressão, contudo alguns se entregam e outros vencem. Os que se entregam, vivem eterna tragédia: O mundo gira e eles com o mundo sendo levados pelas tempestades. O mundo é um espiral que tenta nos “sugar” para o abismo da morte, em morte mesmo na vida. É uma floresta em que machados tinem com ânsia de devastação. Mas, se houverem carvalhos e azinheiras, nem abismo, nem devastação.

O cristão é cidadão de dois mundos: estrangeiro na terra , com estadia eterna no céu e nisso consiste nosso segredo, nas raízes: Rm 8:18 Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Vislumbramos o eterno vivendo o passageiro. Profeta Isaías, no verso sobre carvalho e azinheira, diz que a santa semente ficará firme, mesmo depois de ter sido sacudida, provada, ela será a firmeza da terra. A santa semente, são os filhos de Deus, os que permanecem confiando, mesmo quando tudo está sendo sacudido: as folhas caem, murcham, mas como espanto, permanecem firmes e prosperando.

Quero ser tal qual o carvalho e a azinheira porque em mim habita a certeza da salvação, do mesmo Espírito que ressuscitou a Jesus, e Ele há de ressuscitar Suas promessas em mim. Disse Jó, do alto de sua miséria: "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus", Jó 19:25-26. Depois de todo sofrimento, lá estava Jó mais firme e próspero do que nunca: Jó carvalho e azinheira.
Deus os abençoe.


Autor: Wilma Rejane 
Divulgação: EstudosGospel.Com.BR


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