quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O Quarto Homem na Cruz


Em Lucas 23, a narrativa da crucificação de Jesus Cristo também nos informa que dois homens morreram com Ele naquele dia:

"E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos. E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes. E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus. E também os soldados o escarneciam, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre. E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo. E também por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas, e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS. E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." [Lucas 23:32-43].

Em Mateus 27:44, vemos que dois dos homens crucificados eram ladrões, cujos crimes resultaram na sentença de morte. Em uma notável exibição de franqueza, rara em criminosos, um deles admitiu que ambos, ele e o outro, eram culpados e a sentença recebida era justa. Mas, ao contrário da multidão hostil de observadores, ele afirmou que Jesus era inocente — Ele não era culpado de nada, dentro da lei romana, que justificasse Sua crucificação.

A multidão que zombava do Senhor era composta principalmente de fariseus e sacerdotes que sabiam muito bem que Ele era inocente! Eles estavam enfurecidos porque Ele afirmara ser Deus e, como não tinham a autoridade civil para matá-lO, por aquilo que consideravam blasfêmia, inventaram a acusação que Ele pretendia se tornar um Rei em oposição a Roma. Eles sabiam que Pôncio Pilatos faria o trabalho sujo para eles se o convencessem que o povo estava prestes a se rebelar e coroar o seu tão esperado Messias!

É claro que a trama nefasta deles funcionou. O unigênito e imaculado Filho de Deus (João 3:16) foi submetido ao tipo de morte mais cruel e dolorosa já concebida pelo homem. Porém, mesmo no meio da agonia de coração e espírito, que é inimaginável por nossas mentes mortais, Ele parou para ternamente receber uma de Suas ovelhas perdidas e a levar ao Reino de Deus!

Esse homem, cuja identidade desde aquele dia é apenas um dos dois ladrões crucificados com Cristo, mostrou verdadeiro arrependimento e fé. Sua surpreendente confissão de fé em meio àquela situação horrível torna óbvio o fato que ele já ouvira a pregação do evangelho do reino — ou por João Batista ou pelo próprio Senhor — isso deixou uma semente em seu coração. Do contrário, ele não teria reconhecido a inocência de Cristo e pedido para ser lembrado por Ele, quando entrasse em Seu Reino.

Ademais, a resposta dada pelo Senhor é uma resposta que continua confortando e alegrando grandemente os corações dos crentes: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso!" Com certeza o Senhor sabia que eles estariam mortos antes das 18h00, quando começava o sábado judaico, porque as Escrituras dizem que aquele que for pendurado no madeiro é maldito de Deus [Deuteronômio 21:23] e os judeus não permitiriam algo assim amaldiçoado profanar o sábado. Foi por isso que mandaram os soldados romanos quebrar as pernas dos crucificados, porque isso resultaria em uma morte muito mais rápida. Eles estavam suspensos pelos pulsos e a única maneira de respirar fundo era esticando-se com as pernas — um movimento extremamente doloroso de vai e vem para continuar respirando. Com as pernas quebradas, eles não poderiam mais aliviar a pressão em seus pulmões e morreriam sufocados.

As pernas dos dois ladrões foram quebradas, porém as pernas do Senhor não foram. Quando os soldados foram até Ele, viram que já estava morto [João 19:33] e, segundo João 19:36, isso cumpriu a profecia de Salmos 34:20. A natureza inesperada de Sua morte precoce (a maioria das vítimas de crucificação sobrevivia vários dias) levou alguns médicos cristãos a acreditarem que Ele literalmente morreu de coração partido! Quando o soldado furou o Seu lado com a lança, escorreu sangue e água [João 19:34] — indicando assim que Seu coração se rompeu devido à pressão. A crucificação era uma morte horrível, mas só Deus sabe a dor indescritível que Jesus Cristo sentiu quando carregou a punição devida pelos nossos pecados.

"Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." [2 Coríntios 5:21].

Naquele momento terrível que foi registrado pela Palavra de Deus, vemos que o Pai virou as costas ao Filho, levando Jesus Cristo a clamar: "Eli, Eli, lamá sabactâni?; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"[Mateus 27:46] Portanto, embora o grau de dor e angústia que Ele sentiu naquela hora ser inimaginável para nós, sabemos que foi isso que fez Seu coração humano se romper!

Voltando e vendo a promessa feita ao ladrão arrependido, sobre estar com o Senhor no Paraíso naquele mesmo dia, é necessário enfatizar que isso significa que ao término de sua vida humana, ele entraria na eternidade e estaria na presença de Deus, o Pai! Esse mesmo princípio é algo que todo crente genuíno experimentará também.

Os quatro evangelhos contam que três homens morreram crucificados naquele dia, mas nas epístolas de Paulo aprendi que havia um quarto homem! Seu nome era Ron Riffe, porque para Deus, morri naquele dia junto com Seu Filho. Todo aquele que conheceu ou conhecerá Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal morreu ali também, porque quando Ele morreu aquela morte sacrificial de um Salvador inocente, satisfez o justo julgamento de Deus sobre todos os nossos pecados — passados, presentes e futuros.

Veja o que o apóstolo Paulo tem a dizer sobre esse fato:

"Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado." [Romanos 6:6; ênfase adicionada].

"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." [Gálatas 2:20; ênfase adicionada].

Existe um peso em seu coração que está ficando insuportável e você precisa desesperadamente de alívio? Admite que sentimentos de culpa freqüentemente ocupam sua mente e não parece haver um modo de se livrar deles? Chegou a um ponto em que não há mais alegria em sua vida?

Se isto descreve sua situação atual, já considerou a possibilidade de Deus estar tentando chamar sua atenção? Convicção do pecado e a culpa que a acompanha é um dos ministérios do Espírito Santo. Antes de Sua morte foi isto que o Senhor disse sobre o Espírito que Ele enviaria:

"Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado." [João 16:7-11; ênfase adicionada].

Será que você — assim como o ladrão arrependido — sente a necessidade de admitir sua culpa e pedir a Cristo para ser lembrado quando Ele vier em Seu Reino? O ladrão sabia que sua punição era justa e também que estava à beira da morte, mas não permitiu que isso o impedisse de chegar a Jesus por meio da fé.

A citação seguinte é do livro 100 Sermon Outlines From The New Testament, de John Phillips (ISBN 0-8024-7817-4); veja algumas coisas notáveis que o ladrão não fez:

"Ele não foi batizado, confirmado ou arrolado em nenhuma igreja. Ele não se confessou a nenhum sacerdote, embora muitos estivessem ali presentes. Ele não fez penitência. Ele não tinha nenhuma alegação de caráter moral. Ele não pediu à virgem Maria para orar por ele, embora ela estivesse presente. Ele não invocou nenhum dos santos. Ele era uma alma perdida a caminho do inferno quando subitamente, colocou sua alma aos pés de Jesus. Ele ouviu o evangelho da boca dos inimigos de Cristo ("Salvou os outros...") [Mateus 27:42; Marcos 15:31; Lucas 23:35] e teve uma fé extraordinária em Jesus. E ele foi salvo, instantaneamente, na mesma hora e no mesmo lugar, e da mesma forma como qualquer um é salvo. Ele também recebeu garantia imediata de sua salvação." (Colchetes e ênfase adicionados) [tradução nossa].

Por que não imitar o exemplo do ladrão e receber uma nova vida em Jesus Cristo? Simplesmente coloque sua alma aos pés dEle pela fé e confie que Ele cumprirá a promessa que fez. Se você fizer isso de todo o coração (lembre-se que Ele não pode ser enganado), o Espírito Santo virá e habitará em você e lhe dará a certeza inconfundível de Sua presença.

Além do peso em seu coração, que o está esmagando lentamente, o que mais você tem a perder?


Autor: Pr. Ron Riffe
  

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