À guisa de introdução, é necessário, antes de debruçarmo-nos sobre essas bases, frisarmos que tipo de ética não deverá ser adotada pelo cristão.
Em linhas gerais, há três tipos básicos de ética no mundo: a Ética Normativa, a Ética Teleológica e a Ética Situacional.
A Ética Situacional, também chamada de Ética Amoral, é a que relativiza os conceitos de certo e errado conforme a conveniência. Ela é muito comum hoje em dia no mundo, especialmente no meio político. Trata-se do velho discurso: “Tudo é relativo e temporal; o que deve nortear nossas decisões são as circunstâncias”. Não serve, obviamente, para o crente.
A Ética Teleológica, por sua vez, é a Ética Imoral, que se apóia no axioma maquiavélico “Os fins justificam os meios”. Também não nos serve.
A Ética Normativa, finalmente, é aquela chamada também de Ética Moral, e que consiste em basear as decisões em princípios e regras inamovíveis. Tal ética norteia o exercício das profissões e, principalmente, as religiões. Essa ética é a que mais se aproxima da Palavra de Deus. Aproxima-se, apenas. Isso porque a Ética Bíblica vai além do conceito normativo, de regras fixas, como o próprio Jesus afirmou inúmeras vezes em suas parábolas, no Sermão da Montanha e no contundente discurso contra o farisaísmo, em Mateus 23.
A Ética Bíblica é que deve ser o orientador do cristão. Por Ética Bíblica entende-se, claro, uma ética pautada nas Sagradas Escrituras, o que nos faz ir além das normas morais convencionadas e estabelecidas, porque nem sempre obedecer a normas fixas é suficiente. A Ética Bíblica está acima de qualquer outro tipo de ética.
Porém, embora a Ética Bíblica seja o fundamento principal da conduta do cristão, ela não deve existir sozinha, mas atrelada a dois outros pilares a compor nossa estrutura ética: a vocação pessoal e a perspectiva da cultura em que se está inserido. Isso não significa dizer que a Ética Bíblica seja insuficiente, muito pelo contrário! O que se quer dizer aqui é que os princípios bíblicos sobre os quais a vida do cristão deve ser estruturada só poderão ser aplicados, experimentados, encarnados e cristalizados sobre o pavimento da vocação pessoal e da cultura na qual o cristão está inserido. Sem a consciência de sua vocação e o entendimento do seu contexto, o cristão não poderá aplicar sabiamente os princípios bíblicos à sua vida para produção de frutos abençoados.
Precisamos entender que a Igreja, apesar de originada em Deus, é composta por seres humanos e mostra-se inserida sempre em um contexto cultural. Ela é divinamente instituída, mas humanamente constituída, e existe dentro de um contexto. Justamente por isso, um dos maiores desafios para os cristãos de hoje é refletir, em seu relacionamento com a cultura, valores morais concretos conforme a Bíblia Sagrada, vivendo de modo agradável a Deus.
Em suma, estes são, em ordem hierárquica, os três pilares da conduta do cristão: em primeiro lugar e acima de tudo, Deus e a Sua Palavra; em segundo lugar, a vocação pessoal; e, por fim, a cultura em que se vive.
por Silas Daniel
Via CPAD News
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