quarta-feira, 30 de maio de 2012

Igreja: Política ou biblicamente correta?




Um dos maiores sinais da decadência de uma igreja é quando ela busca a simpatia do mundo. Pois ao tentar tornar-se agradável ao mundo, invariavelmente a igreja terá que fazer concessões de princípios inegociáveis. É exatamente nesse ponto que se começa um desmanche da Fé com a remoção de requisitos inerentes ao Reino de Deus.

Jesus Cristo, sem perder um attograma de sua doçura, foi taxativo quando disse que nós, cristãos, não somos do mundo, pois se fôssemos do mundo um mundo nos amaria (João 15.19). O Mestre nunca nos incentivou a buscar a aprovação da sociedade em que vivemos. Pelo contrário, falou que seríamos bem aventurados quando fôssemos perseguidos por causa de nossa Fé (Mateus 5.11).

Jesus sempre teve claro o fato de que a filosofia deste mundo é incompatível com os princípios de seu Reino. Neste sentido podemos dizer que a “filosofia do politicamente correto” é excludente de um viver e pensar cristão, pois o Cristianismo impõe-se absoluto desde suas raízes como única alternativa para o homem reconciliar-se com seu Criador. Não há a menor possibilidade de transigência deste princípio. A isto está ligado o pensamento de Deus para a realidade humana que podemos resumir em criação, queda e redenção.

Mesmo sendo um invento notabilizado pela linguagem, a filosofia do politicamente correto tem a simpatia da sociedade porque se apresenta como busca de correções de sentenças e comportamentos que ao longos dos anos segregou, excluiu ou discriminou pessoas individuais ou grupos sociais por razões diversas, em especial a cor da pele, a limitação de mobilidade física, razões filosóficas, etc. Ainda que, ironicamente a expressão foi inicialmente utilizada pela Direita face ao avanço da Esquerda Liberal no pós-guerra americano.

Mundo a fora a expressão ganhou muita simpatia e dinâmica impressionantes. O desenvolvimento dessa onda ganhou musculatura na política de liberalismo e nos círculos do ativismo humanista. E assim o politicamente correto torna-se um instrumento de afirmação e expansão da filosofia humanista, esta que a cada dia se notabiliza por seu antiteismo crescente. Vemos assim que o humanismo enquanto filosofia anticristã é a coluna desse ativismo do politicamente correto.

A Igreja de Jesus como guardiã da Fé Cristã não pode transigir com princípios inegociáveis, sob pena de tornar-se um sal insípido. As definições bíblicas sobre os procedimentos reprováveis por Deus vigoram sem qualquer preocupação em agradar quem pensa o contrário. Jesus nunca se preocupou em agradar a maioria, nem com política de tolerância. Ele falava a verdade de forma incisiva levando as pessoas à convicção de pecado.

Nesse ponto o Cristianismo incomoda em muito a filosofia do politicamente correto porque a Bíblia, mesmo destilando doçura e amor, define o pecado de forma peremptória sem recalcitrância. É realmente incomodo ao homem uma afirmação bíblica definindo como errada a prática de temas como divórcio, homossexualismo, sexo fora do casamento, sensualidade, etc. As pessoas gostariam de viver plenamente nos seus prazeres sem serem ‘incomodadas’ por definições cristãs que atingem em cheio seu modo de ser. É nesse momento que, surgem mecanismos de suporte para garantir o prazer humano em absoluto. Aí surgem conceitos que permeiam o senso comum do tipo “pecado é se ocupar da vida dos outros”, “se você não faz mal ao próximo, não está pecando”, “o amor justifica qualquer elação sexual”, etc. Algumas dessas frases de efeito têm certo sentido, mas isto não justifica nem modifica o conceito de Deus sobre práticas que Ele já definiu como pecado e afrontam sua santidade.

Nesse contexto a filosofia do politicamente correto entra em cena com novos paradigmas para reconceituar a linguagem e forma de ser da sociedade. O pecado deixa de existir como definição e passa a ser objeto de manipulação do ponto de vista dos homens. Ou seja, o que é pecado para A pode não ser pecado para B, tudo depende do ponto de vista. Assim Deus é relativizado e apequenado, pois suas afirmações eternas são ‘esvaziadas’ por uma lógica que coloca o prazer humano como valor absoluto. Verdadeiramente vivemos numa época em que as pessoas são mais amigas dos prazeres do que amigas de Deus (2.º Timóteo 3.4).

É preocupante e ao mesmo tempo confortante constatarmos que contemporaneamente muitos têm transigido com suas convicções de fé e criado apêndices incompatíveis com o verdadeiro Evangelho. Preocupante porque a ideia de que o Cristianismo deve flexibilizar princípios e negociar aceitação se espalha e atinge incautos e causa estrago na cognição cristã de muita gente bem intencionada. Por outro lado é confortante porque vemos o claro cumprimento das profecia bíblicas sobe os dias que antecedem a volta de Jesus, ou seja, o panorama da rupturas das eras. Estamos assistindo a introdução de uma era onde os valores são pautados pelo anticristianismo ou pela cristofobia. Isto nos alegra porque o dia de nossa redenção se aproxima (Lucas 21.28) E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. (Romanos 13:11)

Diante de conceitos repaginados pelo politicamente correto, o verdadeiro cristão deve se posicionar pela verdade. Nada mais ou menos que a verdade (2.º Coríntios 13.8). Não devemos ter preocupação com aceitação e popularidade humana porque isto não faz parte dos valores do Reino de Deus. Jesus Cristo não buscou aceitação entre os homens. Sua comida era fazer a vontade do Pai que o enviou (Joao 4.34). Esta deve também ser a tônica do cristão. Fazer a vontade de Deus, ainda que isto contrarie interesses sociais, políticos e até religioso.

A tentação do politicamente correto acometeu os discípulos nos primeiros dias da Igreja. Eles, após saírem da prisão por pregar uma mensagem contra o senso comum das pessoas, isto é o Evangelho, foram advertidos que não mais ensinassem ou pregassem o nome de Jesus Cristo (Ato 5. 29,40). Mas os discípulos estavam perseverando na doutrina, na comunhão, no partir do pão e nas orações, ou seja não inverteram os valores. Por isso eles não tiveram nenhuma dúvida em responder: é mais importante obedecer a Deus do que aos homens!

Por seu apego ao Evangelho, à Verdade, o apóstolo João foi lançado na Ilha de Patmos. Foi exatamente aí que o céu se abriu e ele ouviu revelações do nosso porvir, uma glória jamais antes revelada. É hora de manter firmes a posição de sermos não politicamente, mas BIBLICAMENTE CORRETOS.

por Jossy Soares



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