sexta-feira, 25 de maio de 2012

Trifena e Trifosa: o que nomes como esses podem nos ensinar?



A familiaridade com os diversos nomes torna-se algo comum para todos nós. Mas, aqui ou acolá, deparamo-nos com nomes estranhos ou mesmo exóticos que nos fazem pensar o porquê deles, especialmente na nossa língua pátria (Tirem pelo meu, por exemplo: Tharsis Kedsonni). Se for num idioma estrangeiro, dizemos logo: “é nome estrangeiro”, e fica justificado o estranho som aos nossos ouvidos.

Na Bíblia, há nomes lindos que ecoam suavemente aos ouvidos e outros muito estranhos, tanto no Antigo como no Novo Testamento, que achamos esquisitos, mas normais e adaptados à cultura e ao contexto da época. Outro fato curioso e interessante é quando, com sonoridade doce ou não aos ouvidos, o nome está ligado à fama ou à riqueza; nesse caso, a sua esquisitice desaparece e torna-se reconhecido como nome de peso do senhor (ou da senhora) fulano de tal, o estranho nome do magnata do petróleo ou de outros de grande fortuna (ex: as cantoras seculares Maria Gadú e Lady Gaga, os filhos do bilionário Eike Batista, Thor e Olin, e por aí vai).

O nome serve, também, como expressão do poder da personalidade da pessoa ou reflete circunstâncias marcantes. Quando se pronuncia Calabar, logo vem a ideia de traição; Jeorão, o rei que morreu e não deixou saudade alguma ou graciosidade como requer a palavra hebraica ‘Hemedáh’ (II Crônicas 21.20); quando se fala em Pelé, surge a ideia de futebol; Rui Barbosa, sapiência, erudição; Lampião, literalmente cangaço, morte no sertão e assim por diante.

O nome é de grande afetividade e importância. O carinho para com as pessoas é muito importante (ver Romanos 15.2). Respeitá-las e honrá-las, assim como os seus nomes, é algo de grande valor. O Apóstolo João já sabia disso e disse, cerca de 2000 mil anos: Saúda os amigos pelos seus nomes – 3ª João, v. 15.

É bom saber os nomes das pessoas na área de atividade profissional ou em qualquer outra situação. Em especial na igreja, não se deve ficar falando aquela “irmã gorda”; “aquele irmãozinho do mel” ou “o irmão do picolé”! Não custa até repetir: como é o seu nome mesmo? E depois procurar memorizá-lo quando se despedir da pessoa, estabelecendo paralelo com outro nome que já se conhece bem.

Paulo gostava de expressar sua gratidão nominalmente a exemplo da longa lista de Romanos 16. Ele jamais se esqueceria da família de Onesíforo, conforme II Timóteo 1.16. Em Romanos 16, entre outros nomes incomuns, cita os de Trifena e Trifosa (versículo 12), nomes gregos bem conhecidos da cidade de Roma. Percebe-se que ambos têm a raiz: TRI, e vem a ideia de que eram irmãs gêmeas e de grande operosidade na igreja.

No grego, Trifena quer dizer graciosa e Trifosa, delicada. Elas “trabalhavam no Senhor”, detalhe de grande relevância! Há indícios de que eram membros da família do Imperador de Roma, haja vista que os seus nomes apareceram num cemitério, usado para enterro de pessoas importantes da família real.

Como já citei, é a mesma raiz TRI para ambos os nomes, uma raiz grega que significa viver no luxo, mas elas viviam na simplicidade e trabalhavam no Senhor! Trifena também aparece identificada mais tarde como sendo uma rainha.

Imaginar duas irmãs da Corte Real de Roma trabalhando incansavelmente “no Senhor”, sendo uma, graciosa e outra, delicada! Watchman Nee disse que o Espírito Santo torna o homem (ou a mulher) polido e cortês. Trifena e Trifosa eram, de fato, duas servas polidas e corteses. Estavam enquadradas no testemunho de vida da irmã que foi interpelada: Qual o segredo da sua beleza? Respondeu: “Eu uso a Palavra da verdade nos meus lábios; nos meus olhos, compaixão; em minhas mãos, caridade e no meu vulto, retidão”. 

Trifena e Trifosa, depois de mortas, ainda falam (Salmo 112.6 e Hebreus 11.4c) de um serviço com graça e delicadeza!


A-BD

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