Rubens Teixeira
O Dia do Trabalhado é uma data para homenagear os trabalhadores. O dia 1º de maio foi escolhido para a homenagem, porque, nesta mesma data, no ano de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, trabalhadores revoltados com as condições desumanas de trabalho saíram às ruas para fazer suas reivindicações com uma greve geral.
Eles exigiam a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Houve muitos discursos, passeatas, e piquetes nessa data e a polícia acabou intervindo para reprimir duramente os trabalhadores. Muitos foram mortos ou presos. Um congresso realizado em Paris em 1889, buscando lembrar e homenagear este dia de reivindicações, mortes, e lutas por melhores condições de vida para o trabalhador, instituiu o dia 1º de maio como o Dia Mundial do Trabalho.
Precisamos lembrar que todo o giro da economia tem por trás uma poderosa força motora proveniente de esforços de trabalhadores e trabalhadoras em todo mundo. Em atividades de maior ou de menor complexidade, todos são importantes e imprescindíveis para que o mundo se desenvolva, para que tenhamos a nossa disposição alimentos, transportes, socorro médico, entretenimento, segurança, enfim, bem estar de um modo geral. Cada peça desse aparato produtivo é fundamental e tem suas necessidades pessoais, de sustento da sua família, seus sentimentos, possui sonhos e merece a muita atenção um dos outros.
Lembremos que cada um desses trabalhadores precisam ser motivados, encorajados, treinados, respeitados, valorizados, amados, para que vivam com dignidade e sintam-se parte integrante e importante deste complexo produtivo gigantesco e não apenas uma peça descartável de um sistema insensível. A produção econômica é tão importante, viva e dinâmica como o são os trabalhadores que dedicam as suas forças, inteligências, talentos e vontades na produção de nossas riquezas.
Precisamos a cada dia encontrar uma fórmula para estabelecer um equilíbrio dinâmico que garanta o desenvolvimento sustentável, com respeito ao trabalhador, valorizando-o na medida certa, alocando a cada um onde seus talentos mais lhe favorecer, remunerando-os da maneira mais digna possível, para que cada um de nós tenhamos o sentimento de sermos donos do mundo que vivemos e não a sensação de que estejamos sendo escravizados, explorados ou usados uns pelos outros.
Cada um deve ter o sentimento de que trabalha na medida que queira se doar, não mais do que deveria, de tal maneira que as famílias tenham o direito de ter a presença dos seus membros na medida justa e não os empreste para um trabalho que lhes consuma completamente.
É necessário também que haja oportunidade de trabalho para os que desejam trabalhar, pois esta é a medida adequada para que todos tenham garantido o seu sustento digno e não viva à mercê da caridade pública ou das desgraças que o egoísmo pode causar. Fazendo assim, o trabalho será valioso porque será mais prazeroso. O sentimento de justiça social será mais percebido, as desigualdades serão atenuadas, e as injustiças reduzidas.
Mesmo que não seja esse o quadro existente em sua plenitude para todos, cabe a cada um de nós a perseverança em encontrar nossos legítimos espaços e trabalhar para garantirmos os espaços alheios. Precisamos encontrar forças para que, enquanto nos defendemos individualmente e às nossas famílias, amemos o nosso próximo como a nós mesmos, como ensinou o Senhor Jesus Cristo.
Assim, cada trabalhador será visto como uma pessoa singular no universo, não como uma máquina substituível ou uma peça descartável por outra fartamente disponível no estoque.
* Rubens Teixeira é doutor em Economia (UFF), mestre em Engenharia Nuclear(IME), pós-graduado em auditoria e perícia contábil (UNESA), Engenheiro de Fortificação e Construção(IME), Bacharel em Direito (UFRJ - aprovado para a OAB/RJ), bacharel em Ciências Militares (AMAN), professor, escritor, membro da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e da Academia Evangélica de Letras do Brasil.
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