terça-feira, 8 de maio de 2012

Oh fundamentalistas! Voltem ao primeiro amor!



Por Gutierres Fernandes Siqueira

Recentemente estudamos na Escola Bíblica Dominical a Igreja de Éfeso. A comunidade dos santos em Éfeso era uma fervorosa defensora da doutrina cristã (e é elogiada por Cristo por sua perseverança na doutrina), mas ao mesmo tempo perdia o amor que um dia desfrutou. Um perigo que todos nós (metidos a apologistas) estamos sujeitos. E, segundo Jeremy Pace, a falta de amor afeta diretamente o fundamentalismo protestante.


Jeremy Pace, da Mars Hill Church, comenta: “Quando o fundamentalismo se torna a lente pela qual os líderes cristãos conduzem a igreja, logo dois principais perigos esperam por eles e seu povo: a perda do amor e uma distração da missão de Deus”.


Pode parecer duro com a ala fundamentalista do protestantismo, mas a falta de paciência e o desejo de “defender a fé” muitas vezes foge de um amor a Cristo e uma preocupação com a salvação do perdido. É possível que façamos da apologética um profissionalismo vazio? Sim, é possível. É possível defender a fé sem um pingo de misericórdia por aqueles que são envoltos em falsas doutrinas? Sim, é possível. E, talvez, seja o maior pecado do fundamentalismo contemporâneo: a defesa da fé como profissão.


Pace ainda argumenta:


"Quando o fundamentalismo se torna a lente primária daqueles que estão na liderança da igreja os liderados são chamados a buscar a “doutrina correta” e o “bom comportamento” até mais do que Cristo. Isso é o que a Igreja em Éfeso era culpada. Sua preocupação era mais para a “reta doutrina” do que pelo amor a Cristo. O que começou como defesa por causa de um amor por Cristo tornou-se uma defesa sem amor de Cristo".


Não é uma advertência trivial. Assim como podemos colocar um carro acima de Deus ou um filho acima do Senhor, é possível colocar a tarefa da preservação doutrinária acima de Cristo. Não foi isso que os fariseus fazeram? Não foi isso que muitos fundamentalistas da Escola de Scofield fizeram contra os pentecostais os acusando de “endemoninhados” por defenderem a contemporaneidade dos dons?


E Pace completa: “O segundo perigo do fundamentalismo na liderança é que isso distrai a igreja de ser ministra da reconciliação no mundo para ser 'protetora da doutrina' e do 'comportamento moral' contra o mundo".


A matriz fundamentalista no Brasil já fez isso com a Igreja Evangélica Brasileira. Infelizmente, os evangélicos são vistos como policiais do comportamento moral, mas que se acham com várias imoralidades. Ou seja, são os morais imorais e hipócritas. É uma igreja que quer pregar santificação antes da regeneração. Isso nunca deu certo! Isso é moralismo, não é Evangelho!

PS: Leia o artigo de The Dangers of Fundamentalism in Leadership (Os Perigos do Fundamentalismo na Liderança) de Jeremy Pace 


Fonte: Teologia Pentecostal

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