terça-feira, 1 de maio de 2012

Reverência ao grande Autor das Escrituras - C. H. Spurgeon



Estamos resolvidos a usar somente a Palavra de Deus, e usá-la com grande energia. Estamos resolvidos e espero que não haja discordância entre nós, a conhecer melhor nossas Bíblias. Será que conhecemos o volume sagrado tão bem, pelo menos metade de como deveríamos conhecer? Temos trabalhado para ter um conhecimento tão completo da Palavra de Deus, como muitos críticos têm conseguido de seu escritor clássico favorito? É possível que ainda nos deparemos com passagens da Bíblia que são novas para nós? Isso devia acontecer?


Há qualquer passagem do que o Senhor escreveu que você nunca leu? Foi interessante a observação do meu irmão, Archibald Brown. Ele se impressionou com a constatação de que a não ser que lesse toda a Bíblia, de ponta a ponta, poderia haver ensinos inspirados que nunca conheceria, portanto, resolveu ler os livros na ordem em que são apresentados; e, depois de ler uma vez, ele continuou com o hábito. Será que qualquer um de nós deixou de fazer isso? Vamos começar imediatamente.


         Amo ver com que prontidão alguns de nossos irmãos apresentam uma passagem apropriada, depois citam outra semelhante e coroam tudo com uma terceira. Parecem conhecer exatamente o texto que acerta em cheio. Eles têm suas Bíblias, não só em seus corações, mas na ponta dos dedos. Esse é um conhecimento muito valioso para o ministro. Um bom textualista é um bom teólogo. Alguns outros, que estimo por outras coisas, ainda são fracos nesse ponto e raramente citam um texto da Escritura corretamente; na verdade, fazem alterações que ferem o ouvido do leitor da Bíblia.


Infelizmente, é comum que ministros acrescentem ou suprimam uma palavra da passagem, ou de alguma forma desvalorizem a linguagem do relato sagrado. Ouço, com freqüência, irmãos falarem sobre garantir "seu chamado e salvação"! Provavelmente, não se deleitaram tanto quanto nós com a palavra calvinista "eleição" e, por essa razão, deduzem seu significado; mais ainda, em alguns casos o contradizem.


         Nossa reverência pelo grande Autor das Escrituras deveria proibir qualquer dilaceração de suas palavras. Nenhuma alteração da Escritura pode de forma alguma melhorá-la. Os crentes, em relação à inspiração, devem ser muito cuidadosos para ser verbalmente corretos. Os senhores que vêem erros na Escritura podem se achar competentes para consertar a linguagem do Senhor dos exércitos, mas nós que cremos em Deus e aceitamos as palavras específicas que ele usa, não podemos ousar fazer isso. Citemos as palavras como estão em sua melhor versão, melhor ainda seria saber o original e corrigir quando nossa versão não dá o sentido correto. Quanto dano poderá surgir da alteração acidental da Palavra! Abençoados aqueles que estão de acordo com o ensino divino e recebem seu sentido verdadeiro, conforme o Espírito Santo os ensina! Ah, que possamos conhecer totalmente o Espírito da Santa Bíblia, bebendo-o até que estejamos impregnados dele! Essa é a bênção que queremos alcançar.

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