domingo, 13 de maio de 2012

SALVOS NÃO NECESSITAM DE CABRESTO PARA SERVIR A CRISTO




“Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não é escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gl 41-7.1-7). Quando Paulo diz “éramos menores” refere-se quando estávamos debaixo de tutores e curadores, ou seja, debaixo da lei, e éramos iguais ao escravo, mas vindo o Filho de Deus nos resgatou da maldição da lei, isto é, nos libertou, nos tirou desse jugo pesado. Paulo refere-se também ao homem sem Deus, sujeitos aos rudimentos do mundo. Não somos mais escravos, mas filhos por adoção e sendo filhos herdeiros de Deus Pai. Antes de Cristo, a observância da lei dependia em grande parte do esforço humano. Esta foi à falha que provocou a tristeza de Deus. E hoje não precisamos de amuleto para entrar no céu. Jesus já pagou o preço de nossa salvação. A igreja vive pela graça regeneradora de Cristo Jesus. Amém! Paulo insistiu com os crentes da Galácia para que aquelas normas do Antigo Testamento e as tradições dos fariseus minguassem diante da excelência da fé. “Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provem da fé. Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão, tem valor alguma, mas a fé que atua pelo amor” (Gl 5.5-6). O cabresto pode ser definido como uma peça dos arreios que se coloca na cabeça, como uma parte do focinho do animal, para guiá-lo. No sentido teológico, podemos considerar cabresto: a lei Mosaica as tradições, dogmas e regras humanas, usadas como meio de salvação. Os verdadeiros líderes espirituais precisam acabar com os guetos, ou seja, devemos mudar a velha mentalidade que afeta o corpo de Cristo e transmitir-lhes a essência viva de Seu Espírito para que cada cristão navegue no rio do poder. Hoje, o Senhor está levantando um exército de guerreiros integrados por homens, mulheres, jovens e crianças adestrados no uso das armas espirituais, manejando a espada da Palavra para vencer ao adversário e seu séqüito de demônios, em nome de Jesus. “Proclamai isto entre as nações: Apregoai guerra santa e suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou forte” (Joel 3.9-10). A igreja foi chama a ser parte da solução em cada nação. Somos conquistadores, pessoas vitoriosas e cheias de fé, homens e mulheres de guerra que, em nome de Jesus, dizemos: “Eu sou forte”. O conquistador disse, como Paulo: “Irmãos, quando sou fraco, o poder de Cristo me fortalece”. A carta de Efésios nos fala de uma igreja guerreira, que luta e que triunfa, porém muitos ignoram estas promessas. [...] Desde os primórdios da civilização, o homem, para viver em grupo, necessitou de normas que regulasse os seus direitos e deveres. Surge assim, após laboriosas experiências, a Constituição, que, transgredida, priva o cidadão dos bens maiores: a vida, a liberdade, etc. Semelhantemente, no mundo espiritual, Deus estabeleceu a Bíblia Sagrada como fonte de vida. A Palavra de Deus liberta da escravidão do pecado os que vivem na mentira. Horace Greeley assim define a importância da Bíblia: “É impossível escravizar mental ou socialmente um povo que lê a Bíblia”. Os princípios bíblicos são os fundamentos da liberdade humana: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres” (Jo 8.32, 36 32). [Manual de Doutrinas das Assembléias de Deus do Brasil - CGADEB Pg. 17]. A Bíblia lida, crida e vivida, liberta o homem da escravidão. O homem sem Jesus encontra-se nas amarras do diabo, mas, ao conhecer a verdade que é Jesus (Jo 14.6), são quebradas as cadeias e somos libertos das prisões estávamos sujeitos para viver uma livre e servir o nosso Senhor. Aos Gálatas, Paulo procura mostrar que não há necessidade de circuncisão e nem tutores para chegar ao céu. O sacrifício de Jesus foi completo e Ele é único e verdadeiro caminho (Jo 14.6). Precisa-se usar de certas regras para chegar a Deus, então Cristo morreu em vão e sua graça é vã (1º Co 15.10). Se o diabo não pode manter o homem sobre sua tutela (presos), então usa homens em forma de ministros de justiça (1ª Co O 11. 14-15), para tirar a liberdade que Deus nos condiciona através do Seu Filho. Usa as vãs sutilezas como cabresto para prender os que aceitam a Jesus. 1. Os fariseus necessitam de cabresto e leis proibitiva. Entende-se que esse tipo de pessoas é aquele que lhes falta o verdadeiro conhecimento. Esses não têm condições de participar do evangelho da graça. Também acho que há pessoas sociais e culturalmente atrasadas que precisam de cabresto, leis rígidas e muita proibição. Isso não é preconceito? A mocinha que freqüenta uma congregação de periferia seria mais atrasada do que a outra que vive atrás dos altos muros de um condomínio fechado? Ela não pode desfrutar do evangelho da graça, sem o bordão da lei, para ser santa? Será que Deus realmente usa de parâmetros diferentes quando lida com seus filhos? Será que Deus tem dois ou mais evangelhos? Um para os ricos e outro para os simples? Um evangelho simples ou evangelho rígido? O Salmo 32.8-9 ensina que Deus não deseja estabelecer com ninguém um relacionamento proibitivo; ele almeja que sejamos íntimos e livres para desfrutar de Sua companhia. Ele não quer nos mandar aos gritos, e sim, deseja nossa obediência por amor. Suas leis não são arbitrárias e pesadas, mas seu jugo é suave e leve, disse Jesus. “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freio e cabresto são dominados; de outra sorte te obedecem” (Sl 32.8-9). 2. A salvação vem pela Graça, porém a santificação depende de nós. Segundo essa inferência, Deus fez sua parte na cruz e agora exige que seus filhos se aperfeiçoem em santidade (lei moral). Mais uma vez nos defrontamos com uma argumentação falida e sem sustentação teológica. Seria uma irresponsabilidade divina se Deus providenciasse, através dos méritos de Cristo, a nossa salvação e depois exigisse que, por meio de nossos esforços, desenvolvêssemos o qual Ele começou. Tanto a salvação como a santificação acontece na vida do cristão pela fé, não advêm dele mesmo, são dons gratuitos de Deus. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem máculas, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se nesse último tempo” (1ª Pe 1.3-5). Infelizmente temos de admitir que alguns líderes, fariseus, firmam-se em seus cargos incutindo medo nas pessoas. Primeiro diminuem a obra vicária de Cristo pelas exigências pesadíssimas que impõem sobre as pessoas. Depois as mantêm presas pelo medo inerente à quebra de algum dos inúmeros mandamentos apregoados a cada sermão. Como legisladores de pesadas exigência religiosas, tais líderes se estabelecem como autênticos messias. Será que um ministro preso pelo legalismo farisaico é um autêntico cristão? Analisando o farisaísmo hoje, é um ponto negativo nas igrejas. Conforme já vimos, Jesus condenou severamente os líderes religiosos que atam fardos pesados de normas, exigência e condenação nos ombros das pessoas. A mensagem grave e reprovadora em Mateus 23 evidencia a intolerância de Cristo em relação aos fariseus, onde atavam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Nenhum líder religioso pode alegar que não compreende bem os desígnios de Deus. Se uma corte humana condena um médico por imperícia, imagine quando Deus trouxer seus ministros diante do tribunal para prestarem conta como manusearam Sua Palavra. Paulo admoestou Timóteo por inferência, todos os obreiros, sobre a responsabilidade de manejar bem a Palavra de Deus (1ª Tm 2.15). No Texto, manejar bem a Palavra vem do grego orthotomeo e transmite o conceito de “cortar certo”, como um soldado deveria fazer com sua espada. Requer-se, portanto, que um líder saiba “cortar” corretamente o texto sagrado, diferenciando o certo do errado e ensinado que a letra da lei mata, enquanto o Seu espírito vivifica. Qualquer legalismo que comprometa a salvação pela graça é injustificável diante de Deus. Os líderes de hoje precisam lembrar que estão presos a um sistema religioso tiranizadores. Essas doutrinas algemam as pessoas a um evangelho que promete libertação, mas que ao contrário, condena e é maldito porque está misturado. E esse nada mais é do que outro evangelho (Gl 1.8). “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós” (Mt 23.15). Jesus irou-se com os fariseus porque eles esmagavam seus prosélitos (seguidores), com uma religiosidade perversa, condenando-os duas vezes mais. Porque esse duplo inferno? O legalismo fariseu, além de não garantir salvação, oprime devido à pressão de leis arbitrárias, tais como: “Não toques, não provem, não manuseie. Segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois todas as coisas, com o uso se destroem” (Cl 2.20-22). O inferno é dobrado também, porque a própria instituição que promete libertação e vida abundante responsabiliza-se em criar métodos anti-bíblicos para impedir que suas promessas se concretizem. “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, porém presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não como dominadores dos que foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1ª Pe 5.1-5). O pecado eterno é atitude de quem propositadamente, e em desafio á luz do conhecimento, rejeita, e não somente rejeita, mas persiste em rejeitar os esforços do Espírito Santo e a graça de Deus ao Evangelho. Os valores éticos da Bíblia não estão sempre ligados à moralidade. Uma mulher bem vestida e adornada nos tempos bíblicos não representava vulgaridade ou falta de temor a Deus. Tenho certeza que se algumas delas comparecessem aos nossos cultos chamaria atenção pelo número de anéis, pulseiras, pelo cabelo ou pela forma de trajar, ou até mesmo se Jesus ou um dos apóstolos entrasse barbudo aos nossos cultos muitos ficariam escandalizados. Por quê? Por causa do farisaísmo dentro de nossas igrejas. A barba para os judeus fazia parte da cultura e era sinal de respeito. É importante saber que certas tradições, usos e costumes, dogmas, quando impostos nas igrejas, passam a ser uma lei. Quanto mais leis impostas pelos homens na igreja, maior é tendência do povo pecar. Paulo diz que a lei suscita ira: “Sem lei não há pecado, vindo à lei veio o pecado”. (Rm 4.15). “Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. (Hb 7.19). Uma vez que todo homem, sem exceção, é pecador, ninguém jamais tem a capacidade aproximar-se do padrão da justiça exigida por Deus. Alguns se esforçam mais, outros menos, porém desde Adão até a ultima criança a nascer, todos são excluídos da comunhão com Deus cf. Rm 3.23. Toda a humanidade foi infectada pelo pecado original. Isso quer dizer que todo descendente de Adão e Eva carrega a culpa universal e também uma inclinação pecaminosa. Daí surge à necessidade absoluta da graça de Deus. Antes ou depois de Cristo, sem que receba a graça perdoadora de Deus, não houve e nem há salvação. Os líderes precisam acordar e voltar para os ensinos de Jesus. Precisamos voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é, e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai, porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por profissionais da fé. Voltemos à consciência de que o caminho, a verdade e a vida é uma pessoa e não um corpo de doutrinas ou tradições, nascidas na tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ou você prefere em vez das doutrinas bíblicas. Chega dessa “diabose”! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai contemplar; voltemos às orações, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada. Voltemos ao amor, à convicção de que, ser cristão, é amar a Deus acima de todas as coisas e, ao próximo, como a nós mesmos; voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam, em profundo amor e senso de dependência, quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome “meu”, mas, o pronome “nosso”. Para que os títulos: pastor, reverendo, bispo, apóstolo, o que estes significam se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo. Para que o clericalismo? Voltemos ao sermos servos uns dos outros; aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei” de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra! Para que os templos, as institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao “instruí-vos uns aos outros” (Cl. 3.16). Por que a pressão pelo crescimento? Jesus não nos ordenou ser uma Igreja que cresce, mas uma Igreja que aparece: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras “todo o Evangelho ao homem todo... a todos os homens”. Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que “acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos”, sem adulterar a mensagem. Chega dos herodianos que vivem a namorar o poder, a vender a si e as ovelhas ao sistema corrupto e corruptor; voltemos à escola dos profetas que denunciam a injustiça e apresentam modelos de vida comunitária. Chega do corporativismo, onde todo mundo sabe o que acontece, mas ninguém faz nada; voltemos ao confronto, como o de Paulo a Pedro (Gl 2.11), que dá oportunidade ao arrependimento e aperfeiçoa, como “o ferro afia o ferro” (Pv 27.17). Saiamos do “metodologismo”. Voltemos a “ser como o vento, que sopra como quer, se ouve a sua voz, mas não se sabe de onde vem e nem para onde vai” (Jo 3,8). Não quero mais ser evangélico, como o é entendido, hoje, neste país. Quero ser só cristão. Um cristão integral, segundo a Reforma e os pais da Igreja. Adorando ao Pai, em espírito e verdade, comungando, em busca da prática da unidade do “novo homem”, criado por Cristo à Sua imagem (Ef. 2.15), e praticando a missão integral. 


 Pr. Elias Ribas Dr. Em Teologia


Fonte: http://conselhodepastorescpb.ning.com

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