segunda-feira, 12 de março de 2012

Aula 12 - O PROPÓSITO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

Aula 12 - O PROPÓSITO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE:                   Texto Básico:Rm 10:8-14

“[...] o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia emabundância em abundância também ceifará”(2Co 9:6).


INTRODUÇÃO


A Palavra de Deus garante a cada ser humano apossibilidade de auferir bens materiais e de deles usufruir para a satisfaçãode suas necessidades. Todavia, estabelece que o objetivo do homem e da mulhernão deve ser o acúmulo de riquezas para si ou para sua exaltação por causa dosbens que tenha a seu dispor, mas que tudo isto seja um instrumento para que aglória de Deus se manifeste na administração destes bens que lhe foremconfiados por Deus, o único e verdadeiro dono de todas as coisas. Não façamosdos bens materiais o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viverem função dos bens materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros destavida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra(Cl3:5)e, assim, está fora do reino dos céus(Ap 22:15).

Não se está aquiafirmando que o cristão não deve procurar uma melhoria de vida, um melhoremprego, capacitar-se para obter melhores posições, ou seja, em absoluto senega ao servo de Deus a busca de melhores oportunidades, um progresso maior,mas se está afirmando, isto sim, que não devemos colocar como alvos únicos eexclusivos de nossas vidas uma prosperidade material, que é efêmera(Pv27:24). Nunca nos esqueçamos que, se cremos emCristo só para esta vida, seremos os mais miseráveis de todos os homens!(1Co15:19).

Quando o homem tentaprogredir na vida material tendo consciência de que existe uma dimensão eterna,de que é mero administrador do que Deus lhe confiou, ele jamais se comporta deforma nociva ao seu semelhante, jamais busca usar de todos os métodos, lícitosou não, visando à acumulação de riquezas, pois tem pleno conhecimento de que nusaiu do ventre de sua mãe e de que nu terminará a sua existência(Jó1:21; 1Tm 6:7). Como dizem as Escrituras, aqueles que se envolvem na ilusão dasriquezas, trazem para si somente males e problemas, já nesta vida, que diráquando se encontrar com o reto e supremo Juiz de toda a Terra(Pv28:22; 1Tm 6:9; Hb 9:27).

Dentro destaperspectiva, o cristão deve, consciente de que o que tem amealhado de bensmateriais, é para ser um instrumento de satisfação da vontade divina. Deveadministrar o seu patrimônio de forma a obter o agrado de Deus, fazendo-oconforme a Sua Palavra.

I. A PROSPERIDADE NÃO É UM FIM EM SI MESMA


Quando falamos emprosperidade, falamos de uma mensagem que se tem repetido, às escâncaras, nospúlpitos das igrejas evangélicas de nossos dias. O “evangelho da prosperidade”é proclamado de norte a sul, de leste a oeste, passando pelo centro, como sendoa maior prova do amor de Deus para os nossos corações. Não resta dúvida de quea Bíblia Sagrada contém promessas de prosperidade material para o homem, masesta prosperidade, como já temos visto neste trimestre, é secundária diante daprosperidade espiritual, que é a efetivamente prometida pelo Senhor.

O que estes propagadoresda “Teologia da Prosperidade” esquecem de dizer aos seus ouvintes é que, emvindo a prosperidade material solicitada, o "novo rico" não será umsenhor de riquezas, não será sequer o proprietário dos bens que o Senhor lheconceder.

A mensagem do “evangelho da prosperidade” fazquestão de alardear que Deus tem obrigação de nos dar bens e uma vida regalada,pois "Deus é o dono de toda prata e de todo o ouro" e que nós somos"filhos do rei", o que, em parte, é uma realidade e uma verdadeconstante das Escrituras, mas não dizem que, quando ganharmos toda estaprosperidade, o Senhor continua sendo Senhor, continua sendo o "dono detodo o ouro e de toda a prata", assim como, também, continua sendo o"Rei dos reis" e "Senhor dos senhores", ou seja, aocontrário do que querem fazer crer os evangelistas da prosperidade, ser rico,ser próspero materialmente não é um privilégio ou um direito do cristão, mas,muito mais do que isto, é uma obrigação a mais que o servo do Senhor assumediante do seu Deus. Quem tem riquezas, passa a ser mordomo destas mesmasriquezas diante do Senhor e, como tal, assume muitas outras obrigações.

1. Deus, aFonte de todo bem. Num mundo dominadopela obsessão do ter e pelo amor ao dinheiro, o cristão apresenta-se comoalguém que sabe que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendoprestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado paraadministrar.

Deus é a fonte de todo bem, é o Criador detodas as coisas, razão porque todas as coisas lhe pertencem – “Do Senhoré a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam”(Sal24:1). Ninguém é dono de nada; tudo pertence a Deus, incluindonossa vida e nosso corpo(cf 1Co 6:19). Portanto, Deus é o Senhorde todo bem e que o homem é mordomo de seus bens. O mordomo tem que administrarde acordo com a vontade de seu Senhor, caso contrário dará conta do mau uso quefizer dos bens que lhe foram confiados.
Infelizmente, nestestempos pós-modermos em que vivemos, o homem tem transformado a sua vida numaconstante e frenética busca pelos bens materiais, como se a sua vida terrenafosse perene. A Teologia da Prosperidade inverteu os pólos ecolocou o objeto no lugar do sujeito. E o que é pior: acabou por transformar osujeito em objeto. Deus foi transformado em um objeto e o ser humano emmercadoria. O homem foi "coisificado" para se transformar em umamercadoria vendável. A busca pelo poder, fama e riqueza converteu-se noprincipal objetivo desta geração perdida.
Muitas pessoas pensam: “Ah! Se eu morassenaquele bairro, em um apartamento duplex; se eu trabalhasse na empresa quegosto, e tivesse o carro dos sonhos, eu seria feliz!”. Pensam que a felicidadeestá nas coisas. Pensam que a felicidade está no ter. Assim, só se preocupamcom o que é terreno e correm atrás de ilusões. Se essa teoria fosse verdadeira,os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. No entanto, a experiência provao contrário. A riqueza tem sido fonte de angústias. Os ricos vivem tencionadospelo desejo insaciável de ganhar sempre mais e com o pavor de perder o queacumularam. Muitas pessoas que ceifam a própria vida são abastadasfinanceiramente.
O dinheiro não produzcontentamento. O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração e não dodinheiro na mão. O contentamento nunca provém da posse de objetos externos, masde uma atitude interna para com a vida. Alguém disse acertadamente que ocontentamento não ocorre quando todos os nossos desejos e caprichos sãosatisfeitos, mas quando restringimos nossos desejos às coisas essenciais. Ocontentamento significa uma suficiência interior que nos mantém em paz apesardas circunstancias. O apóstolo Paulo disse: “[...] aprendi a viver contente emtoda e qualquer situação”(Fp 4:11).

2. Despenseiros de Deus. Para quepossamos entender o que a Bíblia diz a respeito da conduta do ser humano frenteaos bens materiais é imperioso verificarmos a primeira declaração da revelaçãode Deus ao homem. Em Gn 1:1, a Bíbliadeixa claro que Deus criou os céus e a terra, o que repete em Gn1:31-2:3. Assim, tanto no início quanto no término dorelato da criação, a Palavra não deixa qualquer dúvida de que Deus é o Senhordo Universo, ou seja, o dono de tudo. Assim, não deve causar espanto adeclaração do salmista (Sl 24:1), segundo aqual “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nelehabitam”. Com efeito, por ter criado o mundo e tudo o que nele há, Deus é olegítimo dono de todas as coisas. Se isto é assim, o homem é apenas umadministrador da criação. Com efeito, ao criar o homem e a mulher, Deus concedeua eles o domínio sobre toda a criação(Gn 1:26,28), domínio este que não representa senhorio, mas uma autoridade,uma autorização para administrar a criação terrena (observemos que no mandatodado ao ser humano por Deus não se incluem as criações celestiais. É por issoque o salmista afirma que o homem foi feito pouco menor do que os anjos(Sl8:5).

Partindo destepressuposto, não pode o homem achar-se dono de coisa alguma sobre esta terra edeveria comportar-se desta maneira, ou seja, plenamente consciente de que éapenas um administrador daquilo que Deus lhe deu. É exatamente esta aconsciência do cristão, a de que é apenas um mordomo, um despenseiro de Deus (1Co4:1,2; Tt 1:7; 1Pe 4:10).

II. A PROSPERIDADE E O SUSTENTO PESSOAL


Apenas os seresespirituais não precisam comer, vestir-se e ter onde se abrigar, como é o casodos anjos. Mas nós, seres humanos, precisamos subsistir em um mundo que possuiregras próprias. Precisamos de abrigo onde reclinar nossas cabeças, comida paramanter ativo nossos corpos e vestimentas, para que estejamos protegidos dasintempéries naturais, como frio e calor. Deus não despreza essa situação, e nosproporciona o sustento pessoal por meio do trabalho digno.

1. As carências humanas. Carência éalgo que todos nós já experimentamos, e cada um respondeu a ela de maneiradiferente. Ela não acontece apenas no âmbito material. As necessidadesfinanceiras, as adversidades do dia a dia, a doença, a derrota profissional, asperdas, a solidão são apenas algumas das muitas facetas da carência que abatemo ser humano. Porém, por trás de todas está a pior manifestação desse problema:a carência emocional e espiritual.

A Bíblia nos forneceinúmeros exemplos de vidas que mergulharam em situação de carência extrema.

Abraão experimentou a carência de filhos. Tudo o que o velhoPatriarca possuía era uma promessa do Senhor (ler Gn 17:1-6). Porém, Abraãodecidiu confiar que ela se cumpriria, em vez de concentrar-se no problema, eviu sua carência se transformar em fartura.

Poderíamos falar dacarência de Jó. Lemos na Bíblia que ele era um homempróspero, com filhos e filhas, justo e temente a Deus. Porém, seu impériodesmoronou, seus filhos foram mortos, e o que era um corpo saudável tornou-seenfermo. Jó não compreendia o motivo de tanto sofrimento, de tanta carência.Contudo, ele tinha plena convicção de sua fé em Deus. Ele confiava nEle de umamaneira superlativa; tanto que fez a seguinte declaração: “Ainda queele[Deus] me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diantedele”(Jó 13:15). E sabemos o resultado da sua fidelidade a Deus. O Senhorlhe concedeu tudo novamente: restaurou a saúde, os negócios, a família. E, maisimportante do que essas bênçãos, foi o conhecimento que Jó obteve de Deus aovivenciar toda aquela situação em que Ele converteu a carência em fartura; daía declaração do patriarca: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, masagora eu te vejo com os meus próprios olhos”(Jó 42:5 NTLH).

Em fim, poderíamosfalar situação dramática do profeta Elias. Ele viveu umperíodo de extrema carência por ele mesmo profetizado, em que não haveria chuvanem orvalho. Até mesmo o ribeiro de Querite já havia secado(1Reis17:7). Sem chuvas, não havia mais água, produtos agrícolas nem rebanhos. Osmantimentos do povo tinham se esgotado, e a escassez se espalhava pela terra deIsrael.

Deus vendo a carênciadramática de Elias mandou-o à cidade de Sarepta e ali ficasse, afim de ser sustentado por uma viúva (1Reis 17:9). Deus poderia ter encaminhadoElias ao homem mais rico do local, com uma profecia que anunciasse a Suavontade e convencesse o homem a manter Elias até quando fosse necessário. MasDeus ordenou que o profeta buscasse o destino mais improvável, a casa maishumilde – uma viúva sem eira nem beira. O texto bíblico diz que a situaçãodaquela mulher era tão crítica, que ela estava prestes a preparar sua últimarefeição e aguardar, com o único filho, a morte (ler 1Rs 17:8-16).

Por que Deus enviou oprofeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldadee escassez muito maior que a experimentada por ele? Deus não age com basenaquilo que queremos, nos planos que fazemos e que consideramos os maisracionais e lógicos. A lógica de Deus não é, nem de longe, parecida com anossa. Ela leva em conta nossa obediência e nossa fé, e também o fato de Deusser onisciente, onipotente, onipresente, enquanto a nossa lógica consideraapenas superficialmente as coisas, por meio de nossa visão limitada.

Por que Deus nosconduz a pessoas tão ou mais carentes, necessitadas e desprovidas que nós nosmomentos de escassez, como fez com Elias? A lógica divina nos responde: paraque possamos aprender a depender somente do Senhor, e de mais nada ou ninguém.Este é o milagre planejado por Ele.

Quando, em meio a umagigantesca necessidade, Deus nos coloca diante de alguém com uma necessidademaior ainda e afirma que de tal pessoa virá a ajuda, é porque o milagre estásendo preparado, o milagre da dependência total do Senhor. E você sabe por queo Senhor age dessa maneira? Porque assim podemos servir como instrumento parasolucionar o problema do outro e, ao mesmo tempo, resolver o nosso. Aconteceudessa forma com Elias. Enviado a alguém que sofria com extrema carência, foiinstrumento de Deus para resolver as dificuldades da viúva e do filho dela e,consequentemente, teve suas necessidades supridas.

2. O cuidado divino. O Eterno, oGuardador da nossa vida, é tão preocupado conosco que realmente não precisamosestar ansiosos por nada. É uma honra para Ele assumir todas as nossaspreocupações. Por isso Pedro diz: "lançando sobre ele toda a vossaansiedade, porque ele tem cuidado de vós"(1Pe 5:7).

Quando Rute procurouansiosamente um campo de cereal maduro para poder sobreviver com sua sogra,está escrito: "Por casualidade entrou na parte que pertencia aBoaz" (Rt 2:3). Isso foi mero acaso, ou foi o Senhor que a dirigiu?Quando Rute voltou para sua sogra Noemi com bastante cevada e lhe contou tudo,será que ela disse: "Oh, que coincidência!"? Não, ela sabia muito bemque isso fora o cuidado de Deus por elas e se regozijou, dizendo: "Benditoseja ele [Boaz] do Senhor, que ainda não tem deixado a sua benevolência nempara com os vivos nem para com os mortos" (Rt 2:20). A graça e o fielcuidado de Deus estavam por detrás da vida dessas duas mulheres. Portanto, nãodevemos andar ansiosos por nada desta vida, pois o Pai Celeste está atento atodas as nossas necessidades.

A Bíblia está cheia de exemplos daprovidência de Deus para com o Seu povo e para com os Seus filhos:

·       Israel esteve por 40 anos no deserto. Nuncafaltou pão e água aos israelitas, e suas sandálias não se gastaram nos seus pés(Dt 29:5). Quando Josué e Calebe entraram na Terra Prometida, ainda tinham nospés as mesmas sandálias que usavam quando saíram do Egito!

·      Nenhum pardal cairá no chão sem o consentimentodo Pai. Alguém disse: "Deus participa do funeral de cada pardal".Quanto mais preciosos somos nós do que um pardal (Lc 12:6 e Mt 10:29)?!

·        Ele veste os lírios no campo com glória eesplendor maiores que a glória de Salomão (Mt 6:28-30).

·        Ele que se preocupa com cada boi, quanto maiorcuidado tem de nós (1Co 9:9-10)!

·        Ele conta os cabelos da nossa cabeça, e nossaslágrimas são recolhidas por Deus e inscritas no Seu livro (Mt 10:30 e Sl 56:8).Qual pai ou mãe já fez isso, alguma vez, com seus filhos?

·        Aquele que nos guarda não dormita nem dorme (Sl121:3-4).

·        Ele nos compreende mesmo sem palavras, disse orei Davi (Sl 139:2).

·        Ele é tão grande que entregou Sua vida por nós(João 10:11), e não cuidaria de nós todos os dias?

·        E em Hebreus 13:5 lemos: "De maneiraalguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei".

·       Não estamos expostos ao destino cruel, nementregues ao acaso. Pelo contrário, está escrito que Ele – por amor do Seu nome– nos guia pelas veredas da justiça (Sl 23:3).

III. A PROSPERIDADE NA AJUDA DO PRÓXIMO


Deus quer que nós,além de sermos justos em tudo, amemos a beneficência. O Salmo 41:1,2 diz oseguinte: “ Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará nodia do mal. O Senhor o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra,e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos”.
Provérbios 19:17 diz: “Ao Senhor empresta o quese compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício”. Em outras palavras,quem ajuda o pobre está na verdade, emprestando a Deus; por isso, há bênçãosfinanceiras reservadas por Deus àqueles que se compadecem dos menosafortunados.
O texto de Efésios6:8 enfatiza: “cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo,seja livre”. Em Tiago 4:17 lemos: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o nãofaz comente pecado”.
Como você age quando vê um necessitado? Vocêcompartilha o quê com ele? Jamais diga: “eu sou pobre; vou pedir esmola paradois?”. Jamais fale assim, porque senão você continuará sofrendo desse jeito.Certo pregador disse o seguinte: “Aquilo que você faz aos outros, Deus fará avocê”. Então, quando você abençoar alguém, prepare-se, porque Deus iráabençoa-lo.  Se você pensa que pobredeveria apenas receber, observe o que Paulo disse da igreja da Macedônia: “Também,irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a suaprofunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seupoder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deramvoluntariamente”(2Co 8:1-3). Observe neste texto que os cristãos pobres daMacedônia ajudaram os mais pobres da Judéia. Portanto, o fato de alguém serpobre não o torna isento da responsabilidade de contribuir financeiramente comoutros em pior situação.
1. Um mandamento divino. Na lei de Moisés foi bem especificado que o fundamento, a essênciado relacionamento de Deus com o homem é o amor e que este amor não se limitavatão somente ao interior do homem que aceita Cristo, mas que se espraia aossemelhantes, tanto que Jesus fez questão de complementar a inquirição do doutorda lei com uma afirmação extremamente relevante: “...amarás o próximo como ati mesmo” (Mt 22:39). O amor ao próximo é determinado pelo Senhor, é seumandamento – “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros,assim como eu vos amei”(João 15:12). Quando amamos o próximo da forma determinada na Palavra de Deus,melhoramos sensivelmente o ambiente em que vivemos.

Amar o próximo não é apenas ajudar alguém do ponto-de-vista material, mas,sobretudo, levar este alguém a uma vida de comunhão com Deus, a um equilíbrioem todos os aspectos da sua vida. Medidas emergenciais serão necessárias, comonos mostra a parábola do bom samaritano, mas é extremamente necessárioque levemos o próximo a entender que deve, sobretudo, amar a Deus, para quetambém ame o próximo, como nós o amamos.

Amar o próximo não é dizer a alguém que o ama, mas um amor que se mostra poratitudes concretas, por ações efetivas, por obras. Amor ao próximo não é amorde palavra nem de língua, mas amor por obras e em verdade (1João 3:18). ParaTiago, a fé sem as obras mantém-se no campo da teoria e para nada serve: “Seum irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano,e qualquer dentre vós lhes disser: ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem,contudo, lhe dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?”(Tg2:15,16, ARA). O apóstolo Paulo exorta-nos a praticarmos o bem e a sermos ricosem boas obras(1Tm 6:18).

Amar o próximo é sentir compaixão por ele, ou seja, sentir a sua dor, como sefosse nossa e, assim, suprir as necessidades imediatas do nosso semelhante,lembrando que ele é tão imagem e semelhança de Deus quanto nós. O individualismo e o egoísmo têm dificultado, e até impedido, gestos deamor ao próximo, até mesmo entre cristãos. Quem é o nosso próximo? É qualquer ser humano, como bem nos explicitou Jesus na parábolado bom samaritano (Lc 10:30-37), e este amor supera todo e qualquer preconceito, toda e qualquerbarreira, toda e qualquer tradição.

2. Quando contribuímos para ajudar o próximo, nossa ofertaglorifica a Deus. A generosidade da igreja promove aglória de Deus, pois aqueles que são beneficiários do nosso socorro glorificama Deus pela nossa obediência. O apóstolo Paulo escreve: “Visto como, naprova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão,quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para elese para todos”(2Co 9:13, ARA). Paulo destaca dois pontos importantes nesseversículo:

a) Quando a teologia se transforma em ação, Deus é glorificado. Os judeus crentes glorificaram a Deus ao ver que os gentios nãoapenas confessavam a teologia ortodoxa, mas também agiam de maneiraortoprática(2Co 9:13a).

Jesus falou dosacerdote e do levita que passaram ao largo ao verem um homem ferido(Lc10:31,32). Não basta ter boa doutrina, é preciso colocar essa doutrina emprática. Os crentes da Judéia glorificaram a Deus não apenas porque os gentioscreram, mas, sobretudo, porque obedeceram.

Warrem Wiersbe relatao caso de um cristão rico que, em seu culto doméstico diário, orava pelasnecessidades dos missionários que sua igreja sustentava. Certo dia, depois queo pai terminou de orar, o filho pequeno lhe disse: “Pai, se eu tivesse seutalão de cheques, poderia responder as suas orações”(Comentário bíblicoexpositivo, v. 5.2006:p.867).

b) Quando o amor deixa de ser apenas de palavras Deus églorificado. Os gentios contribuíram comliberalidade não apenas para os crentes da Judéia, mas, também, para outrosnecessitados (2Co 9:13b). Eles não amaram apenas de palavras, mas de fato e deverdade (1João 3:17,18). O amor não é aquilo que se diz, mas o que se faz.

CONCLUSÃO


Nesta lição,aprendemos que não podemos perder o foco da verdadeira prosperidade. A questãonão é somente prosperar, mas para quê prosperar. O nosso trabalho,dinheiro e bens não devem ser usados apenas para o nosso deleite pessoal, mas,prioritariamente, atender aos propósitos do Senhor. Enfim, a busca pelos bensmateriais deve ser com vistas à satisfação de Deus e não a uma incessantecorrida pelo prazer, pelo luxo e pela auto-suficiência. A ética cristã pregaque não há que se buscar o lucro máximo, mas, bem ao contrário, deve-se buscaro suficiente para se ter uma vida digna, uma vida sossegada, mas sem a “febredo ouro” que tem dominado o mundo de hoje. Diz o sábio Salomão que devemos,sempre, buscar a “porção acostumada de cada dia”(Pv30:8,9) e ninguém melhor do que Salomão para nosafirmar que a posse de riquezas em demasia não representa bem algum para a almahumana. Que Deus nos ajude.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD –Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Caramuru AFONSOFrancisco – A mordomia cristã das finanças.

Rev.Hernandes Dias Lopes – Dinheiro, aprosperidade que vem de Deus.

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