sexta-feira, 16 de março de 2012

A mensagem de Judas aos líderes cristãos

A mensagem de Judas aos líderes cristãos:
Calma! Esse Judas, não é o Iscariotes, que traiu Jesus. Estamos falando da Epístola escrita por Judas, cujo irmão Tiago, se tornou personagem importante na Igreja Primitiva (Atos 15:13 e Gálatas 1:19). Ambos eram meio-irmãos de Jesus (Mateus 13:55), que só se converteram após a ressurreição de Cristo (João 7:5; Atos 1:14). A Epístola geral de Judas foi escrita como advertência contra aqueles, que ameaçavam solapar e destruir a comunhão dos cristãos por seu caráter e conduta completamente divorciados dos conteúdos do Evangelho de Cristo. A sua carta traz sérias advertências àqueles que usam do púlpito, da tela e do microfone para se autopromoverem, e conselhos sábios aos crentes por eles liderados. É um guia seguro nestes últimos tempos em que o falso, às vezes parece mais real que o verdadeiro. Ultimamente a comunidade cristã tem sido abalada por terríveis decepções, deixando manchas à imagem da igreja evangélica brasileira. Essa epístola traz uma urgente mensagem à igreja neste início de século. Judas abre seu primeiro argumento no livro, fazendo uma afirmação chocante: a maior ameaça à Igreja não vem de fora, vem de dentro dela, conforme o versículo 3. Ele sabe que, conquanto a "fé tenha sido uma vez por todas entregue aos santos" é preciso lutar, batalhar e vigiar para que ela não seja solapada na sua base. No verso 4, ele fala dos "dissimuladores". Dissimular é assemelhar-se no geral e se desassemelhar em coisas específicas. E pior: muitas vezes tais pessoas, assumem posição de influência, tornam-se arcanjos da comunidade, vestem-se de pastores, falam como teólogos, ensinam como mestres e insinuam-se profetas. Judas parte então, para identificar as duas teologias que estão sendo desenvolvidas pelos dissimuladores, que são: a graça barata e o senhorio oco ( verso 4b). A graça de Deus, sempre foi um dos temas teológico mais atacado pelo diabo. No caso em questão, estavam tentanto "transformar em libertinagem a graça de nosso Deus" (verso 4). Isso se dá por duas vias: a do liberalismo comportamental e a do legalismo. O pretexto do barateamento da graça de Deus passa pela idéia que Deus é gracioso e sublime demais para ocupar-se com os banais deslizes humanos. E assim, usa-se a graça de Deus contra o próprio Deus. É a graça conveniente. Evocada para justificar o pecado, não o pecador. Um outro caminho para se transformar a graça de Deus em libertinagem é pela via indireta do legalismo. Alguém pode até achar estranho isso, mas o fim do legalismo é a sensualidade, a neurose ou psicose sexual (Colossenses 2:23). Isso porque o legalismo concebe a vida santa como dependendo do homem e de seus recursos de auto-santificação. E assim, prescinde da graça de Deus. No entanto, como ninguém consegue enfrentar a si mesmo, apenas com suas próprias forças (isso porque trava-se uma guerra na psiquê humana), no final há a falência da moralidade autopatrocinada, e vem o pecado. O legalismo começa independendo da graça e termina em desgraça. No primeiro ardil, os dissimuladores, perventem a graça de Deus. No segundo ardil, eles esvaziam o conteúdo do senhorio de Cristo (verso 4b). Isso acontece de muitas maneiras. Nem sempre eles negam o senhorio de Cristo com palavras. Na maioria das vezes, como diz Paulo “no tocante a Deus , professam conhecê-lo, entretanto o negam, com suas obras” (Tito 1:16). Em outras palavras, eles falam e cantam sobre o senhorio de Cristo, porém sua vida é uma verdadeira apostasia. É por isso, que o dissimulador é mais perigoso para a igreja, do que o herege honesto, capaz de articular teologicamente suas idéias. Já o dissimulador é ortodoxo em termos de “confissão de fé”, mas heterodoxo na “prática”. Tais pessoas, tornam-se perigosíssimas, pois, de modo silencioso, ensinam o povo de Deus a desenvolver uma ponte inconsciente entre a verdade falada e a mentira vivida, racionalizando a “associação da iniqüidade ao ajuntamento solene” (Isaías 1:13b).


Continua...

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