Muitas pessoas tentam esquivar-se de uma consagração pessoal a Cristo, expressando a ideia de que, se uma hipótese não puder ser provada cientificamente, ela não é verdadeira, ou não merece ser aceita. E como ninguém pode provar a divindade de Jesus cientificamente, nem sua ressurreição, então os indivíduos do século XXI têm mais o que fazer do que aceitar Cristo como Salvador ou acreditar em sua ressurreição.
Frequentemente, em aulas de Filosofia ou História, é-me proposta a seguinte questão: "Você pode provar o fato cientificamente?" Em geral, eu respondo: "Bem, não; não sou cientista." Então são ouvidos risos pela classe, e várias vozes que murmuram: "Então não venha falar sobre isto", ou "Está vendo? Querem que aceitemos tudo pela fé" (querendo dizer fé cega).
Recentemente, numa viagem de avião, eu conversava com o passageiro que viajava a meu lado, dizendo-lhe por que eu acreditava que Cristo é quem ele disse ser. O piloto, que fazia sua ronda de boas-vindas, ouviu parte da conversa. "Mas aí existe um problema", disse ele. "Qual é?" indaguei. "Ninguém pode provar isto cientificamente", replicou.
O nível a que desceu a moderna mentalidade humana é estarrecedor. Por alguma razão, agora no século XXI, existem inúmeras pessoas que apóiam esta ideia de que, se não é possível provar-se uma noção qualquer cientificamente, então ela não é verdadeira. Bem, essa ideia é que não é verdade! Há um problema em provar-se qualquer coisa acerca de pessoas ou eventos históricos. Precisamos entender a diferença entre prova científica e o que eu denomino prova histórica judicial. Deixe-me explicar.
A prova científica baseia-se na demonstração de que algo é fato pela repetição do experimento em presença do indivíduo que o questiona. Existe então um ambiente controlado onde se podem fazer observações, chegar a conclusões e testar hipóteses empiricamente.
"O método científico, ou como quer que seja definido, é dependente da avaliação de fenômenos e experimentos, ou de observação repetida". O Dr. James B. Conant, antigo diretor da Universidade de Harvard, escreve: "A ciência consiste numa série de conceitos inter-relacionados e em esquemas conceituais, que surgiram como resultantes de experimentos e observações, e podem produzir outros experimentos e observações."
Uma das principais técnicas do moderno método científico é testar a veracidade de uma hipótese pelo emprego de experimentos controlados. Por exemplo; alguém diz: "O pau-ferro não flutua na água." Então eu levo a pessoa à cozinha; encho a pia de água a 25°C e deixo cair ali dentro um pedaço de pau-ferro. Observamos o fenômeno, compilamos os dados, e a hipótese é averiguada empiricamente: "O pau-ferro flutua."
Mas se o método científico fosse o único meio de se provar qualquer coisa, você não poderia provar, por exemplo, quem foi à aula ou ao trabalho hoje pela manhã, ou que almoçou. É totalmente impossível repetir tais eventos numa situação controlada.
Então, vemos aqui o que é a prova histórica, que se baseia na demonstração de que um fato realmente ocorreu, sem qualquer dúvida possível. Em outras palavras, é possível chegar-se a um veredicto com base em provas concludentes, isto é, não há uma fundamentação séria e razoável para se duvidar da decisão a que se chegou. Esta prova estriba-se em três tipos de testemunho: oral, escrito e de evidências (tais como um revólver, uma bala, uma caderneta). Usando o método judicial de determinar o que sucedeu, você pode provar claramente, sem qualquer sombra de dúvida, que esteve na aula hoje pela manhã: seus colegas o viram, você tem suas anotações, e o professor lembra-se de tê-lo visto.
Portanto, o método científico só pode ser aplicado quando se deseja provar experimentos que podem ser repetidos; não é um método que se presta a provar ou não as questões relativas a pessoas ou eventos históricos. O método científico não responde a perguntas tais como: "Será que George Washington existiu mesmo?" "Martin Luther King era defensor dos direitos humanos?" "Quem foi Jesus de Nazaré?" "Robert Kennedy foi Secretário da Justiça dos Estados Unidos?" "Será que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos?" Estes fatos situam-se fora da esfera da prova científica, e precisamos colocá-los no plano da prova judicial.
Em outras palavras, o método científico, que se baseia na observação, na obtenção de informações, na formulação de hipóteses, em deduções e na verificação experimental, para se descobrir e explicar regularidades empíricas da natureza, não fornece respostas para perguntas tais como: "Você pode provar a realidade da ressurreição?" ou "Você pode provar que Jesus é o Filho de Deus?" Quando alguém se apoia no método judicial, precisa verificar a fidelidade dos testemunhos.
Um fato que me tem preocupado de forma toda especial é a verdade de que a fé cristã não é uma fé cega, uma crença ignorante, mas, antes, uma fé inteligente. Toda vez que, na Bíblia, uma pessoa é chamada a exercitar fé, trata-se de uma fé inteligente. Em João 8, Jesus diz o seguinte: "E conhecereis a verdade", e não "ignorareis a verdade". Perguntaram ao Senhor: "Qual é o maior dos mandamentos?" E ele respondeu: "Amar o Senhor teu Deus de todo o coração, e todo o entendimento." O que acontece com a maioria das pessoas é que elas param no coração. Os eventos acerca de Cristo nunca chegam à sua mente. Recebemos uma mente renovada pelo Espírito Santo para conhecer a Deus, tanto quanto um coração para amá-lo e uma vontade para escolhê-lo.
Precisamos ativar estas três áreas para termos um relacionamento pleno com Deus, e glorificá-lo realmente. Não sei o que você pensa, mas quanto a mim, meu coração não pode regozijar-se com algo que minha mente rejeita. Meu coração e mente foram criados para operarem em harmonia um com o outro. Nunca ninguém foi chamado a cometer suicídio intelectual, ao confiar em Cristo como seu Salvador e Senhor.
Trecho do livro “Mais que um carpinteiro”, de Josh McDowell
* Josh McDowell estará no templo central da Assembleia de Deus no Recife (PE), transmitindo a palestra “Amor, sexo e relacionamento”, no próximo dia 12 de maio, como parte da sua turnê pelo Brasil.
FONTE:A-BD
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