Postagem Republicada.
Por: Ângelo S. Monteiro
Por: Ângelo S. Monteiro
Você alguma vez já paroupara pensar sobre o que é música sacra ou profana? Já pensou na diferença entreambas as classificações, e no que consiste essa diferenciação? Bom, voudiscorrer um pouco sobre este tema tão controverso no quesito opinião.
Talvez em seu ser interior eintelectual você já esteja dizendo que a música profana é aquela tocada nomundo não evangélico, todavia, somos obrigados a reconhecer que praticamentetoda música tocada na igreja também é tocada no ambiente extra-evangélico. Logo,uma música não pode ser considerada profana simplesmente pelo fato de os gostospessoais não coadunarem com o ritmo ou amelodia tocada. Destarte, para afirmar se uma música é profana ou sacra,precisamos, acima de tudo, nos despojarmos do nosso gosto musical pessoal, poiscaso contrário, a qualificação será redondamente incoerente.
Se analisarmos o contextohistórico e cultural que envolve as origens de algumas denominaçõesevangélicas, principalmente as mais conservadoras, perceberemos que alguns doshinos hodiernamente aceitos, já foram alocados no “Index hymnus Prohibithorvm”, Indice dos Hinos Proíbidos. Concernente aisto, se percebe que o conceito de sagrado e profano, vai se alterando com opassar do tempo e pelo modelar das ideologias humanas.
O primeiro aspecto que deve ser consideradoantes de definir uma música como sacra ou profana é o cultural e tradicional.Pense em um hino tocado segundo a melodia de Israel. Obviamente que você nãovai se escandalizar, e derrepente pode até ser que goste do estilo. Todavia, seesta mesma melodia for desenvolvida em uma congregação árabe, obviamente quevai proporcionar um resultado final muito diferente, devido a toda a rivalidadee contraste entre ambas as nações e culturas. Neste aspecto, quem determina sea música é profana ou não é o grupo local. Entretanto, o crivo avaliativo, conformeafirmei inicialmente não pode consistir unicamente em meus gostos pessoais.Pare e pense: qual será o estilo musical usado nas igrejas cristãs da Jamaica?
O segundo aspecto a ser considerado nesteprocesso de distinção entre o sagrado e o profano é a identificação dopropósito para o qual tal estilo musical foi desenvolvido, pois alguns estilossão desenvolvidos com o intuito único e exclusivo de ser absolutamente profano.Este é o caso da “lambada” surgida na década de 70, a qual em seu âmago procuradespertar a sensualidade, simulando através da dança uma relação sexual.Destarte, a partir desta conotação, esta música é profana, pois seu propósitocriativo não é nobre, mas pelo contrário, visa promover o adultério, afornicação, a lascívia e a luxúria, que são pecados. Portanto, caso o cristãoimbuta neste estilo musical uma letra, mesmo que extremamente cristã, a músicacontinuará sendo profana, pois seu propósito original não condiz com arealidade evangelica.
Outro caso do mesmo tipo que merece destaque é ocaso da timbalada, que foi um ritmo forjado nos terreiros de macumbaobjetivando prestar adoração a satanás. Assim sendo, não basta pegar esteestilo e travesti-lo com uma letra evangélica e proclamativa das grandezasdivinas e enquadrá-la no rol dos hinos evangélicos, pois, indepentende destapré-disposição em assim qualificá-la, ela continuará sendo profana. Lembre-seque Nadabe e Abiú morreram ao trazer fogo estranho perante o Senhor (Nm 26.61).
Um terceiro aspecto a ser observado é a questãodo plágio, onde comumente se pega uma composição secular e sua melodia, que,sabe-se lá sob qual inspiração foi desenvolvida, e simplesmente se adapta aocontexto “gospel” trocando-se palavras e inserindo duas ou três vezes o nome deJesus e aparentemente fica “tudo bem”, temos uma nova música evangélica. Este émais um caso, que, embora a letra apresente uma mensagem “evangélica” não desqualificatal composição da condição de profana, pois sua origem e propósito sãodistintos do verdadeiro louvor a Deus.
Ainda um quarto aspecto deve ser levado emconsideração antes de se definir uma música como sacra ou profana, que é aidentificação da fonte de onde o dito “louvor” está brotando. Imagine o hino denúmero quinze da Harpa Cristã: “foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi,meus pecados castigados em Jesus......” sendo interpretado por Bob Marley(supomos que ainda estivesse vivo) em um Show de Reggae, e o público em plenaeuforia ocasionada pelo uso indiscriminado da maldita erva, levantando as mãose cantando em conjunto o mesmo refrão. O que dizer disso? A música continuariasacra, a exemplo do que ocorre quando é entoada em um dos cultos de louvor aDeus? Evidente que não. Ou imagine ainda, que a mesma canção fosse interpretadapor um desses grupos de axé, com suas bailarinas indecentemente vestidasrebolando e catando: “Oh quão cego andei, e perdido vaguei, longe, longe domeu Salvador....”. O resultado é absolutamente o mesmo.
Então perceba que o que determina e deve definirse uma música é profana ou sacra, não são as minhas ideologias, nem meus gostospessoais por esse ou por aquele determinado ritmo, mas, a intenção de umcoração puro e de lábios limpos, que independentemente do ritmo executado,considerando as ressalvas anteriores, objetivam simplesmente adorar a Deus enão satisfazer apenas as emoções e motivações humanas.
Fraternalmente em Cristo,
Ângelo S. Monteiro
Soli Deo Gloria
Soli Deo Gloria
Nenhum comentário:
Postar um comentário