terça-feira, 13 de março de 2012

Síndrome de Burnout

Síndrome de Burnout:

Síndrome de Burnout

Atualmente, com a entrada das novas tecnologias de comunicação no mercado, do acesso rápido e fácil a informações e da exposição constante das pessoas nas redes sociais, o professor passa a ser desafiado em seu papel como educador, pois tem que lidar com uma avalanche de situações novas a cada momento. Seja com uma mídia que o exige constantemente como responsável pelo comportamento dos jovens, seja pela necessidade de se capacitar profissionalmente para atender a uma demanda por dominar as novas tecnologias disponíveis.
A Síndrome de Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais que trabalham com qualquer tipo de “cuidado”, havendo uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional com outras pessoas. Maslach e Jackson (1981) conceituam Burnout como uma síndrome de exaustão emocional que ocorre frequentemente com indivíduos que lidam com pessoas em seu trabalho ou surge como resposta ao estresse ocupacional crônico, relacionando-se a atitudes negativas e de indiferença para com os clientes e para com a própria atuação profissional.
Analisando conceitos e características da Síndrome de Burnout, Borges et al. (2002), sugerem tratar-se de uma síndrome multidimensional, em que a exaustão emocional refere-se a sentimentos de fadiga e redução dos recursos emocionais necessários para lidar com a situação estressora. A despersonalização refere-se a atitudes negativas, ceticismo, insensibilidade e despreocupação com respeito a outras pessoas, e a baixa realização pessoal no trabalho refere-se à percepção de deterioração da autocompetência e falta de satisfação com as realizações pessoais no trabalho. Assim, o Burnout consiste na “síndrome da desistência”, pois o indivíduo nessa situação deixa de investir em seu trabalho e nas relações afetivas que dele decorrem e, aparentemente, torna-se incapaz de se envolver com ele (CODO; VASQUES-MENEZES, 2000).
Codo (1999) afirma não existir uma definição única sobre a síndrome, embora haja consenso entre os estudos desenvolvidos de que seria uma resposta ao estresse laboral crônico, em que o professor envolvido direta e afetivamente com seus alunos sofreria desgaste profundo, não conseguindo romper com a pressão da patologia que o atinge.
A ocorrência de burnout em professores é considerada atualmente um problema social de extrema relevância e vem sendo estudada em vários países. Burnout vincula-se a grandes custos organizacionais, por causa da rotatividade de pessoal, do absenteísmo, de problemas de produtividade e qualidade de serviço prestado (CARLOTTO, 2004). Estudos realizados levaram ao consenso de que ensinar é uma ocupação altamente desgastante, com repercussões evidentes na saúde física e mental e no desempenho dos professores (SILVANY NETO et al., 2000). Porém, no Brasil, apenas a partir da década de 1990 é que se intensificou o número de estudos abordando condições de saúde e trabalho nessa categoria profissional, especialmente em escolas públicas.
Ao relacionar as atividades dos profissionais da educação com a Síndrome de Burnout, Carlotto (2002) afirma que o professor pode ter prejudicado seu planejamento de aula, deixando de realizá-lo com frequência e tornando-o de menor qualidade. O professor apresentaria ainda perda de entusiasmo e criatividade, sentindo menos simpatia pelos alunos e menos otimismo quanto à avaliação de seu futuro.
Para Wood e McCarthy (2002), recentes estudos apontam que professores com risco para o burnout passam a ver seu trabalho inconsistente e sem sentido, conflitando com o que tinham estabelecido como importante papel no início de sua carreira.
Em função dos baixos rendimentos, os professores se obrigam a ter uma carga horária laboral mais elevada. Consequentemente, resta pouco tempo para se aperfeiçoarem ou se atualizarem. Além disso, alunos, pais e a sociedade em geral tornam-se mais exigentes, ao mesmo tempo em que se nota a falta de professores qualificados no mercado. Os que se encontram na função são penalizados com sobrecarga de atividades. Sabe-se que as tarefas de um professor não se restringem ao período em que está em sala de aula, pois há a necessidade de preparar aulas, provas, corrigir e orientar a produção do aluno e participar de reuniões, entre outras atividades burocráticas inerentes à instituição de trabalho (GARCIA; BENEVIDES-PEREIRA, 2003).
Nesse contexto, o presente estudo tem o intuito de estimar a prevalência da Síndrome de Burnout e a incidência da Fadiga em professores da Educação Infantil  em Escolas Públicas do Centro de Barbalha, Estado do Ceará.

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