domingo, 10 de junho de 2012

Aula 12 - O JUIZO FINAL


Texto Básico: Ap 20:7-15

17/06/2012

“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”(Ap 21:8).

INTRODUÇÃO

Após o Reino de Cristo na Terra por mil anos, e com Satanás fora do cenário, ocorrerá o “Juízo Final”, que diante do Trono Branco representa o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução dos Seus atos de justiça. O que está assentado sobre o Trono é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ninguém, exceto a Igreja e os integrantes da Primeira Ressurreição, escapará do julgamento final. Lá estarão senhores e servos, sábios e indoutos, ricos e plebeus. Lá a justiça divina será aplicada a todos. Será o momento em que serão julgados todos os ímpios que se rebelaram contra Deus, em todos as eras, bem como aqueles que não aceitaram o sacrifício de Jesus Cristo em prol da Salvação da humanidade.

I. O QUE É O JUIZO FINAL

Na Bíblia inteira, Deus é visto como Justo Juiz. Ele pronunciou juízos, nos tempos antigos, contra Israel, e também contra as nações. No fim dos tempos não vai ser diferente. Todo ser humano devia se preocupar com esse momento, pois fora da Salvação em Cristo, indubitavelmente, enfrentará esse momento que, infelizmente, nele só haverá um veredicto: a condenação eterna (Ap 20:15).

1. O Juízo final. O “Juízo Final” será o julgamento a que serão submetidos os incrédulos de todas as eras, que foram ressuscitados, na consumação de todas as coisas(Ap 20:5). É chamado também de “Juízo do Trono Branco”, porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de um “Grande Trono Branco”. Ocorrerá depois do término do reino milenial de Cristo, depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, este julgamento é explicitamente mencionado, pela primeira vez, por Daniel (Dn 7:9,10). Era algo de pleno conhecimento dos judeus, como mostra Marta, irmã de Lázaro, ao se dirigir ao Senhor, quando este chegou a Betânia quatro dias após a morte de seu amigo(João 11:24). Terá como objetivo retribuir a cada um segundo as suas obras(Ap 20:11-15). A Igreja - a Universal Assembleia dos Santos (Hb 12:23) - não será submetida ao Juízo Final, por haver crida na eficácia da morte e da ressurreição do Filho de Deus.

O Novo Testamento menciona cinco categorias de Julgamentos definitivos:

a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Este julgamento não envolve salvação ou perdição, pois todos os crentes que forem arrebatados estarão salvos, mas serão julgadas as obras com vistas à entrega de recompensas, do “galardão”. Nesta oportunidade, muitos serão surpreendidos, pois Deus conhece o coração do homem (1Sm 16:7) e sabe a qualidade de tudo o que está sendo feito em Sua obra, não atentando para a aparência. Diante disto, muitos que, aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada receberão, porquanto suas obras serão consideradas como palha, como madeira, sem condição de resistir ao crivo divino; e outros, que, aparentemente, nada teriam feito pelo Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio, sem alarde, mas com dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.

b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será salvo. Aqui, de imediato, vemos uma diferença entre quem fez parte do arrebatamento e quem não fez. Enquanto que o julgamento da Igreja não envolve salvação ou condenação eternas, os demais julgamentos têm em vista o destino eterno dos indivíduos. Na Igreja vitoriosa e glorificada, os crentes não correm risco de perder a vida eterna, conquistada pela fé em Cristo Jesus, mas, tanto em Israel quanto entre os gentios incrédulos, o julgamento divino envolve a possibilidade concreta e bem provável de se viver eternamente sem Deus e sem salvação. É o remanescente que será salvo (Rm 9:27), porque se arrependerão de seus pecados e aclamarão a Jesus como o Messias (Zc 12:10).

c) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedom. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Este julgamento terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo. Neste julgamento, serão ressuscitados apenas aqueles que desfrutarão o milênio com Cristo, os bem-aventurados que completam o número daqueles que tomam parte da primeira ressurreição (Ap 20:6). Os demais indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso Profeta, que já terão sido lançados vivos no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado naquela oportunidade(Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente ao término do Milênio.

d) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).

e) Julgamento do Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da amento das Nações) e a de Ap 20:15(Julgamento Final ou do Trono Branco) se referem a um só acontecimento, ou seja, para estes ensinadores, haverá um único julgamento, que eles denominam de Juízo Universal. Isto, porém, não se sustenta diante de uma análise, mesmo superficial, da Palavra de Deus. Entretanto, seja como for, para o crente salvo não haverá julgamento para condenação, pois conforme afirmou o Senhor Jesus em João 5:24: “... quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”. Também Paulo afirmou: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...” (Ro 8:1). Nossos pecados já foram julgados na Cruz do Calvário, na Pessoa de Jesus Cristo – Ler Is 53:5.

Veja a seguir as diferenças entre esses dois julgamentos, que impossibilitam torná-los um só acontecimento:

Em Mateus não há nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião dos eleitos (Mt 24:31). Enquanto em Apocalipse há uma ressurreição de todos os incrédulos.

Em Mateus o julgamento é de nações viventes. Em Apocalipse é dos mortos.

Em Mateus as nações são julgadas. Em Apocalipse não trata de entidades nacionais, pois o céu e a terra fugiram e, já que as nações estão confinadas à Terra, o mesmo acontecimento não poderia ser descrito.

Em Mateus o julgamento é na Terra. Em Apocalipse o céu e a Terra fugiram.

Em Mateus não há livros a ser consultados. Enquanto em Apocalipse os livros são abertos, o livro da vida é trazido, e os que não se encontram nele são lançados no lago de fogo.

Em Mateus o julgamento ocorre no retorno de Cristo à Terra. Em Apocalipse ocorre após o fim dos mil anos da presença de Cristo na Terra.

Em Mateus aparecem duas classes de pessoas, os justos e os incrédulos. Em Apocalipse apenas os incrédulos aparecem.

Em Mateus alguns foram para o reino e outros para o castigo. Em Apocalipse nenhum dos que são julgados vai para a bênção, mas todos vão para o castigo eterno.

Em Mateus o juiz está sentado no “trono da sua glória” (Mt 25:31). Em Apocalipse Ele está sentado no “Grande Trono Branco”.

Em Mateus a base do julgamento é o tratamento dos irmãos. Enquanto em Apocalipse o julgamento se baseia nas suas obras.

Em Mateus a vinda de Cristo precede o julgamento. Em Apocalipse nenhuma vinda é mencionada.

Em Mateus a sentença é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a causa do julgamento. Em Apocalipse não há nenhum julgamento até que ocorra cuidadoso exame dos livros.

Em Mateus não há um milênio precedente, pois há o registro dos que passaram fome, sede, nudez, doença, aprisionamento e foram estrangeiros. Em Apocalipse uma era milenar precede o acontecimento (Ap 20:5).

Essas considerações parecem suficientes para apoiar a afirmação de que não se trata de um único e mesmo julgamento, mas de duas partes separadas do plano de julgamento de Deus.

II. O JULGAMENTO DA BESTA (ANTICRISTO), DO FALSO PROFETA (SEGUNDA BESTA) E DO DRAGÃO (SATANÁS)

1. O Juízo sobre o Anticristo e o Falso profeta. Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na Batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”. Amém!

2. O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; Em Apocalipse, é pós-milenar.

Depois de recrutar um exército de rebeldes ímpios, o Diabo marchará contra Jerusalém, a cidade do Grande Rei, “a cidade amada”. Mas fogo descerá do céu vindo de Deus e consumirá as forças hostis (cf Ap 20:9).

Pode parecer surpreendente que Satanás conseguirá reunir um exército de incrédulos no final do milênio. É importante lembrar, porém, que todas as crianças geradas durante o reinado de Cristo nascerão com a natureza gentílica, pecadora, e precisarão ser salvas. Nem todos aceitarão a Cristo como Rei legítimo. Os rebeldes se dispersarão por toda a Terra, procurando afastar-se o máximo possível de Jerusalém, a capital do Governo de Cristo.

Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.

III. A INSTALAÇÃO DO TRONO BRANCO

Lançado o diabo no lago de fogo e de enxofre, cessará o tempo histórico e será instalado o Grande Tribunal, também conhecido como o Grande Trono Branco, a ser presidido por nosso Senhor Jesus Cristo - “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros”(Ap 20:11,12).

1. O Grande Trono Branco. O Grande Trono Branco simboliza o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução de seus atos de justiça. É Grande por causa das questões envolvidas, e é Branco devido a perfeição e pureza dos veredictos que ali serão dados. Os ímpios, os incrédulos, aqueles que morreram sem Cristo, de todas as épocas, os grandes e os pequenos, estarão postos em pé diante do Juiz para serem julgados.

a) O Juiz que irá presidir este Julgamento. O Senhor Jesus Cristo, o Justo Juiz, conduzirá esse último Julgamento. Ele foi designado pelo Pai para essa missão. Assim diz o texto Sagrado: “Mas Deus [...] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17:31). Ele mesmo expressou: "E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo" (João 5:22).

Portanto, no Juízo Final, todos estarão em pé ante o trono (Ap 20:12, ARA), mas haverão de se prostrar diante do Justo Juiz para receber a sentença (João 5:22,23). Todos aqueles que não quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda, durante a Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá pleno cumprimento o que diz Filipenses 2:10,11: "para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai".

b) O Local e o tempo do Julgamento Final. Pela Bíblia sabemos o local e o tempo dos outros Julgamentos. Sabemos que o Julgamento dos nossos pecados foi realizado na Cruz do Calvário, no ano 29 d.C. O Julgamento de nossas obrasserá realizado no Céu, diante do Tribunal de Cristo, após o Arrebatamento da Igreja. O Julgamento da Nação de Israel será realizado na Terra, durante a Grande Tribulação. O Julgamento das Nações - Mateus 25:31-46 - será realizado na Terra, no término da Grande Tribulação e antes do Milênio. Todavia, ninguém pode determinar o local em que será realizado o Julgamento Final. Não será no Céu e não será na Terra, pois, estes fugiram da presença daquele que estava assentado sobre o Trono Branco - “... e não se achou lugar para eles”(Ap 20:11). Sabe-se, somente, que será depois do Milênio.

c) Os réus do Julgamento. Fica evidente pelo texto de Apocalipse 20:11-15 que esse é um julgamento dos chamados “os mortos”(Ap 20:12,13) – “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras”.

Não há nenhuma referencia aos vivos. Assim, podemos afirmar que, no Julgamento Final, diante do Trono Branco, estarão todos os mortos ímpios de todos os tempos, não importa quando, onde ou como tenham morrido. Ninguém será esquecido na terra, no mar, no inferno (hades), em lugar nenhum – “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram...” (Ap 20:5). Estes, ao ressuscitarem, receberão um corpo dotado de vida eterna, porém, não será um corpo de glória como os que receberam os salvos. Será um corpo sem glória “... para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12:2). Conforme afirmou o Senhor Jesus: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5:29).

d) A base do Julgamento. Esse Julgamento, ao contrário de uma concepção popular errada, não tem por finalidade apurar se aqueles que o enfrentam serão salvos ou não. Todos os que devem ser salvos já foram salvos e entraram no seu estado eterno. Os que serão abençoados eternamente já entraram na sua bênção. Esse é antes um julgamento das más obras dos incrédulos - “[...] E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”(Ap 20:12).

e) O resultado do Julgamento. Nesse último grande Juízo não serão proferidas duas sentenças, como ocorreu no Julgamento das Nações (Mt 25:46). Haverá uma única condenação para os ímpios (Ap 20:15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5:24: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida" (ARA). Portanto, o salvo em Cristo tem a vida eterna hoje e não será julgado mais quanto ao pecado (cf. Rm 8:1,33,34), a menos que se desvie do caminho da justiça (2Pe 2:20-22; Mt 24:13; Ap 3:5).

O resultado desse julgamento fica bem claro em Apocalipse 20:15: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. A eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14).

2. Os livros do juízo final - “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida...”(Ap 20:12). Naquela ocasião, vários livros serão abertos e tudo o que está gravado no coração dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um (Rm 2:16).

Os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20:12). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (Sl 139:16; Ml 3:16; Sl 56:8; Mc 4:22). E aquele cujo nome não constar do Livro da Vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20:15).

Conforme ensina o pr. Ciro Sanches Zibordi, o Livro da Vida éo registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12:1; Ap 13:8; 21:27), “desde a fundação do mundo” (Ap 17:8). Os outros livros contêm um registro detalhado das obras dos incrédulos. Nenhum dos presentes no julgamento do Grande Trono Branco encontra-se registrado no Livro da Vida.

De acordo com a Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim, terem os seus nomes riscados do Livro da Vida do Cordeiro (Ap 3:5). Em Êxodo 32:32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: "Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro".

Alguns, ainda, afirmam que “Deus relacionou toda a humanidade no Livro da Vida e só risca quem não recebe a Cristo como Salvador”. Não obstante, a promessa "de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida" (Ap 3:5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt 24:13).

Em Filipenses 4:3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores "cujos nomes estão no Livro da Vida", porém antes ele asseverara: "estai sempre firmes no Senhor, amados" (Fp 4:1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: "Quem vencer" (Ap 2-3). A manutenção no nome de alguém no Livro da Vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3:5). Somos filhos de Deus hoje (João 1:11,12), mas devemos atentar para o que diz Apocalipse 21:7: "Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho" (ZIBORDI, Ciro Sanches – Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD).

IV. O JULGAMENTO DOS MORTOS

Diante do Trono Branco estarão todos os mortos que não fazem parte da Primeira Ressurreição. Em Apocalipse 20:13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há. Jesus também afirmou que "vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz" (João 5:28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para comparecer diante do Trono Branco.

O Senhor Jesus falou sobre Duas Ressurreições: uma ele chamou de Ressurreição da Vida, e a outra de Ressurreição da Condenação - “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram mal, para a ressurreição da condenação”(João 5:28,29). Nesta passagem bíblica fica claro que uma é a Ressurreição dos Justos e a outra é a Ressurreição dos Ímpios. Os justos ressuscitarão primeiro, por isto chamamos a ressurreição dos justos de Primeira Ressurreição. Os ímpios somente ressuscitarão depois do Milênio, diante do Trono Branco, e para o Julgamento Final, por isto chamamos a ressurreição dos ímpios de Segunda Ressurreição (ler Ap 20:5).

Na Primeira Ressurreição, os salvos ressuscitarão num corpo glorificado, conforme o corpo de Cristo(Fp 3:21). Na Segunda Ressurreição, os ímpios ressuscitarão num corpo imortal, porém, sem nenhuma glória, sem qualquer beleza, “para vergonha e desprezo eterno”(Dn 12:2). Esta Segunda Ressurreição acontecerá numa única etapa. Todos os ímpios, de todos os tempos, ressuscitarão e comparecerão diante do Trono Branco, para o Julgamento Final.

Instalado o Tribunal, ante o Grande Trono Branco, onde estará assentado Jesus Cristo – não como Salvador, mas como Juiz -, serão chamados os réus, que são todos os homens e mulheres que ainda não tiverem sido julgados até então. Nesse momento da chamada dos acusados, haverá a ressurreição geral dos mortos, ou seja, a chamada “ressurreição do último dia”, mencionada por Marta quando abordada por Jesus no dia da ressurreição de Lázaro em Betânia. Essa ressurreição será uma ressurreição em carne, ou seja, Deus promoverá a reunião da matéria e restabelecerá os corpos daqueles que, durante toda a história da humanidade, viveram sobre a face da Terra e desprezaram deliberadamente e conscientemente a oferta de Deus para trazer o ser humano ao estado original da criação, ou seja, à comunhão eterna com o seu Criador.

Esta é uma das provas bíblicas de que ressurreição não se confunde com reencarnação, pois se Deus irá retomar toda a matéria de que foi criado o ser humano que viveu durante toda a história da humanidade dos locais em que eles morreram (Ap 20:13), isto é uma demonstração de que se morre apenas uma vez sobre a face da Terra(cf Hb 9:27), ao contrário do que afirmam os reencarnacionistas. Ainda mais, não há notícia de que venha a ser ressuscitado qualquer corpo que venha de outro planeta, a comprovar, também, que a teoria reencarnacionista, que sustenta a vida em outros planetas para justificar o crescimento populacional, não tem qualquer fundamento bíblico.

A Sentença - ou o Resultado deste Julgamento: “... E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:14-15). São com estas palavras, e com esta afirmação, que será encerrada a Ata do Julgamento Final. Assim, os ímpios, os réus do Julgamento dos Mortos, estarão no “lago de fogo” enquanto viverem, e, viverão eternamente - “... de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”(Ap 20:10). Chamamos isso de a “segunda morte”, que significa a separação eterna de Deus.

“O sinistro fato do castigo eterno para os ímpios é a maior razão para levar o Evangelho a todo o mundo, e fazer o máximo possível para persuadir as pessoas a arrependerem-se e a aceitarem a Cristo antes que seja tarde demais” (Nota da Bíblia de Estudo Pentecostal).

V. O JULGAMENTO DA MORTE E DO INFERNO

O pastor Ciro Sanches Zibordi explica com muita substância este assunto. Diz ele: Segundo a Palavra de Deus, a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo (Ap 20.13,14).

O vocábulo "morte", na passagem em análise, tem sentido figurado; trata-se de uma metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles. Há pessoas cujos corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões, etc. Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (cf. I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz.

No entanto, para que alguém compareça ao julgamento em seu estado pleno - espírito, alma e corpo -, estes elementos terão de ser reunidos. Daí a ênfase de que "a morte" e também "o inferno" darão os seus mortos. O termo "inferno" aqui é hades, também empregado de forma metonímica. Em outras palavras, assim como a "morte" dará o corpo, o Hades dará a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade, alma+espírito).

Todos os sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados (cf. João 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os injustos aguardam a sentença definitiva (cf. Lc 16.23). Nenhuma alma salva em Cristo se encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Nesse caso, os mortos salvos durante o Milênio ressuscitarão antes do Juízo Final, mas não para comparecerem diante do Justo Juiz como réus (cf. João 5.22-29).

Com base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase "a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo" (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos perdidos - que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na "segunda ressurreição", a da condenação (João 5.29b) -, depois de ouvirem a sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo.

A frase "a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo" (Ap 20.14) tem uma correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (ARA). Ou seja, as almas ("o Hades") e os corpos ("a morte") serão lançados no Geena. Depois disso, nunca mais haverá morte, o último inimigo a ser vencido (I Co 15.26) (ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD).

CONCLUSÃO

À luz da Palavra de Deus, o Senhor anuncia a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam, pois tem determinado um Dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do Senhor Jesus Cristo (At 17:31). Como vimos nesta aula, o resultado desse julgamento é a separação eterna de Deus. É descrito por João: “E aquele que não foi escrito no Livro da Vida foi lançado no lago de fogo”. Esta advertência não pode passar despercebida. É clarividente que o visto de entrada para o Céu é: ter o nosso nome escrito no Livro da Vida. Isso significa aceitar a Jesus como Salvador e Senhor. Portanto, viver de forma que agrademos a Deus é, sem dúvida alguma, uma motivação para que não sejamos partícipes do Juízo Final, pois nele não serão julgados aqueles que receberam a Salvação em Cristo Jesus e foram fiéis até o fim.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Antonio Gilberto – Calendário do Apocalipse.
Ciro Sanches Zibordi - Teologia Sistemática Pentecostal.
Caramuru Afonso Francisco – O julgamento Final.
J.Dwight Pentecost – Manual de Escatologia


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