Quais são as artimanhas que os legalistas fariseus mais fazem numa vida, numa igreja, ou numa denominação? Como eles entram e quem são eles? Além disso, por que são eficazes?
Encontramos pelo menos três armas usadas pelos legalistas para conturbar a igreja de cristo – são elas: heresias doutrinárias, perseguição eclesiástica e hipocrisias pessoais. Vamos analisar aqueles que perturbam e distorcem o evangelho.
O período que Paulo esteve em Éfeso e a subseqüente viagem através da Macedônia até Corinto são marcados, entre outras coisas, pela “preocupação… por todas as igrejas” (2ª Co 11.28). Essas palavras não expressam, simplesmente, a constante preocupação do apóstolo pelas igrejas cristãs, mas também fazem referência aos grandes problemas que surgiram nas comunidades, como provam Gálatas, Colossenses, Filemon. Os escritos paulinos nos deixam bem claro, acerca de posições polêmicas no campo missionário. A controvérsia a respeito da lei e de sua validade trouxe um transtorno para Paulo.
Em primeiro lugar, Paulo defende a autenticidade do evangelho pregado aos gálatas, insistindo que sua missão a havia recebido de Deus por meio de Jesus Cristo e não de homens.
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gl 1.1).
Com isso, ele se defende de uma acusação (1.10). É necessário que Paulo utilize da autoridade do nome de Cristo e de Deus Pai, que são formulações de fé, para combater seus os inimigos do evangelho.
Deus “chamou” os gálatas, por meio do Evangelho de Cristo para o novo estado salvício (1.6 5.8), para o estado da “graça de Cristo” ou de “Deus” (1.6; 2.21; 5.4). Este estado fundamenta-se unicamente na “cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (6.14). Agora, contudo, existe o perigo de que os gálatas já tivessem caído dessa graça (1.6; 5.4), pelo fato de serem seduzidos pelos judaizantes (1.7; 3.1; 5.10), terem eliminado o escândalo da cruz (5.11), crendo que o evangelho ensinado por Paulo, precisasse de um complemento (5.3; 6.12).
“Admira-me de que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho. O qual não é outro, senão há alguns que vos inquietam e querem transformar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo vindo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema, ou maldito. Assim, como já dissemos, e agora repetimos, alguém que vos prega Evangelho que vá além daquele que recebeste, seja anátema” (isto é, maldito). Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1.6-10).
Paulo estava decepcionado com o fato de muitos recém convertidos estarem seguindo falsos mestres que ensinavam um “outro” evangelho (gr. heteros), isto é, “outro de um tipo diferente”. O evangelho pregado pelos opositores de Paulo era um Evangelho “corrompido, distorcido ou pervertido”. Homens de mente pobre e vazia que queriam mudar o evangelho acrescentado às leis dos judaizantes. O apóstolo foi categórico ao chamar a falsa doutrina desses heréticos de “outro evangelho”, isto é, sem vínculo com Cristo ressuscitado, revelado no Novo Testamento. Este evangelho diferente consistia não somente em crer em Cristo, mas também ligar-se à fé judaica mediante a circuncisão (5.2), as obras da lei (3.5) e a guarda dos dias judaicos (4.10). Estes ensinos envolviam outros ensinos além da justificação pela fé. Falsos ensinos continuam sendo muito persuasivos. Paulo advertiu os gálatas que o evangelho que os pregadores estavam ensinando era “outro” (gr. allos) “um outro do mesmo tipo”. “Outro”, Paulo refere-se ao joio que o diabo semeou no meio do trigo (Mt 13.25-26). O verdadeiro evangelho, que vem de Deus, segundo Cristo, e não ligados com as obras da lei.
A palavra “anátema” (gr. anathema) significa alguém que está sob maldição divina, condenado à destruição e que será alvo da ira divina e da condenação eterna. Aqueles que corrompem o evangelho, Paulo chama-os de “Anátema”, ou “maldito”. O fato de o apóstolo amaldiçoar duas vezes esses hereges mostra a seriedade do assunto. Estavam propagando outro evangelho, privando os cristãos da liberdade com que Jesus nos libertou, transferindo para o homem a honra e a glória que pertence exclusivamente a Deus, oferecendo a salvação por meio de recursos humanos. Eis porque Paulo foi tão contundente com esses hereges.
Malditos (“anátema”) são todos que pregam um evangelho contrário à mensagem que Paulo pregava de acordo com a revelação que Cristo lhe dera (vv. 11-12). Quem acrescenta ou tira algo do evangelho original e fundamental de Cristo e dos apóstolos, ficam sujeitos à maldição divina: “Deus tirará a sua parte do livro da vida” (Ap 22.18-19).
O apóstolo Paulo, inspirada pelo Espírito Santo, revela a atitude, de julgamento e indignação para com aqueles que procuram perverter o evangelho original de Cristo (v. 7) e mudar a verdade do testemunho apostólico. Igual atitude evidenciava-se Jesus Cristo contra os falsos líderes religiosos que rejeitavam em parte a Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e interpretações (Mt 23; Mc 7.6-9).
Os Gálatas eram filhos na fé de Paulo e, além disso, o apóstolo amava de verdade. Paulo estava lidando com algo muito nocivo à igreja. Diante disso ele precisava realmente ser muito duro com eles. Aqui ele deixa claro que não tinha nada pessoal contra eles; o assunto tinha a ver com a verdade do evangelho.
Os fariseus estavam perturbando a outros e distorcendo a verdade enquanto espalhavam heresias doutrinárias. Sua mensagem herética era que os gálatas cristãos deviam permitir que Moisés terminasse o que Cristo havia começado. Em outras palavras, a salvação não vem pela fé apenas ela exige obras. O empreendimento humano deve acompanhar a fé sincera antes que você possa ter certeza da sua salvação. Continuamos a ouvir esse “evangelho diferente” até hoje e ele é uma mentira. A teologia que defende a salvação apoiada no desempenho humano não representa boas novas, e sim, um engano. É heresia. Atingiu o ponto crucial do problema: a situação de distanciamento do Evangelho em que se encontrava a Igreja.
Para os reformadores, somente a Escritura Sagrada tem a palavra final em matéria de fé e prática: Sola fide – fé somente.
A salvação que começa com amor de Deus estendendo-se à humanidade perdida e é em prática pela morte e ressurreição de Cristo resulta em todo o louvor sendo dado a Deus. Mas, a salvação que inclui ritos e práticas humanas, trabalho árduo, esforço pessoal e até mesmo rito religiosos distorce as boas novas porque o homem recebe a glória e não Deus. O problema é que ela apela para a carne.
Paulo está admirado com a susceptibilidade dos gálatas aos argumentos dos oponentes. Eles também foram chamados para o evangelho de Cristo, mas tão depressa mudaram para “outro evangelho”, isto é, um evangelho adulterado. A Bíblia afirma claramente que há um só Evangelho, “O Evangelho de Cristo”, e esse Evangelho nos veio pela revelação de Jesus, e pela inspiração do Espírito Santo. Mas alguns vos inquietam vos perturbam, e querem mudar o Evangelho. O Evangelho é definido e revelado na Bíblia, a Palavra de Deus. Evangelho quer dizer: “Boas Novas de Salvação”.
É notório ver em nossos dias, igrejas que têm surgido por revelações trazidas por anjos, dizendo que são de Deus, mas totalmente fora da Sua Palavra. È por isso que Paulo diz em 2ª Co 11.14 que Satanás se transfigura em anjo de luz. Devemos ter certo cuidado com este tipo de revelação, trazida por “anjos” e, que se encontra fora da Palavra, todavia não é de Deus, senão do Diabo.
Deus ordena os crentes a defender a fé (Jd 3), a corrigir os errados com amor (2ª Tm 2.25-26) e a separarem-se dos falsos mestres, que na igreja negam as verdades bíblicas fundamentais ensinadas por Jesus e os apóstolos (Rm 16.17-18); 2ª Co 6.17). Essas verdades incluem: a salvação pela graça mediante a fé em Cristo como Senhor e Salvador efetuada pela expiação através de sua morte e do Seu sangue (Rm 3.24-25; 5.10).
O Evangelho que Paulo apresenta aos Gálatas (1.9), é o tema central apresentado na forma concreta do evangelho ensinado por Cristo Jesus: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. Faço -vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.10-12).
Os fariseus eram aproveitadores, que procuravam agradar os irmãos da galáxia, na tentativa de persuadi-los a adotar a religião judaica. Eles não estavam preocupados com o bem estar espiritual desses irmãos, antes queriam ser adulados pelos gálatas: “para que vós tenhais zelo por eles”.
Grande parte do clero religioso está sofrendo porque seus líderes não tomam uma posição com respeito às verdades bíblicas. Falta-lhes coragem, hombridade, temor com as coisas santas do Criador. Agem como se a obra de Deus fosse algo sem importância. Mas não sabem que serão condenados pelo pecado de timidez e da mentira (Ap 21.8).
Os legalistas não ensinam às suas congregações a agradar a Deus, porém, são elas ensinadas para agradar o líder e não o Senhor da Igreja que é Cristo. Talvez você pergunte, mas por quê? Experimente a descumprir uma das regras de suas cartilhas para ver o que acontece. Você será disciplinado publicamente. Mas, se você mentir, roubar, deixar de dar o dízimo, falar mal do irmão não enfrentará nenhuma disciplina. Bem o que fala Jesus para os fariseus: “Vocês engolem um camelo, mas escoam um mosquito. Infelizmente os fariseus procedem desta maneira. Isso é lamentável. As congregações precisam aprender a temer a Deus, as sãs doutrinas, uma verdadeira adoração a respeitar uns aos outros, não se corromper com o pecado. Os ministros têm esse dever de ensinar as coisas certas e têm esta responsabilidade, e não há qualquer dúvida sobre isso. Mas, a tragédia é que existem inúmeros “ministros” que procuram o favor e procura agradar a qualquer preço os homens através de suas regras nominativas e extra-bíblicas”.
A grande maioria dos líderes labuta para defender seus cargos, seus interesses, suas tradições. Os ministros foram chamados para uma vocação santa e digna, mas para ministrar as Verdades da Santa Palavra de Deus e defender a Noiva de Cristo contra os ataques do diabo e de seus ministros. Todavia, isto não é priorizado se as mensagens são apenas bajulações de comodismo, deixando de lado a pregação genuína do Evangelho.
Na falta de entendimento do sentido do evangelho, por outro lado, cria-se uma igreja imatura que dificilmente experimentará um crescimento normal não sendo capaz de transmitir o evangelho de forma que faça sentido ao restante do grupo. Um dos grandes desafios que temos perante nós hoje é aprender com o nosso passado e pregar um evangelho que faça sentido na sociedade.
A falta de critério sadio e benéfico no corpo de Cristo tem trazido sérios prejuízos á Igreja, pois estão deixando de lado a Palavra de Deus para seguir suas regras, conceitos pessoais e denominacionais.
Os acusadores do apóstolo diziam que Paulo procurava agradar aos gentios pregando-lhes uma mensagem e, da mesma forma, aos judeus, pregando outro evangelho. O apóstolo declara que seu compromisso era com Deus, e não com os homens (v. 10).
“Aquilo que anunciamos a vocês não se baseia em erros ou em má intenção; e também não tentamos enganar ninguém. Pelo contrário, sempre falamos como Deus quer que falemos, porque ele nos aprovou e nos deu a tarefa de anunciar o evangelho. Não queremos agradar as pessoas, mas a Deus, que põe à prova as nossas intenções” (1ª Ts 2.3-4 - NTLH).
A mensagem de Paulo era fiel, verdadeira e sem engano. A sua doutrina era sã, pura e inalienável, pois seu compromisso era com Deus e não com os homens.
Uma grande falha da igreja nos dias de hoje, é a tendência de algum líder que procura acomodar o evangelho as doutrinas humanas (tradições) como meio de salvação. O apóstolo Paulo sabia que isto acabaria destruindo a mensagem de Cristo. Paulo esforça-se para mostrar aos crentes que o simples evangelho é suficiente para suprir as necessidades deste mundo. É tudo que o ex-fariseu Paulo tem usado em qualquer ocasião no estabelecimento do reino de Deus. Ele prega nada mais do que Jesus Cristo crucificado, morto, mas ao terceiro dia ressurreto.
Uma situação semelhante existe hoje. Há pregadores que aceitam as hipóteses e as especulações tradicionalistas ou filosóficas tais como humanismo, legalismo, liberalismo de doutrina, sem questioná-las, colocam o Evangelho dentro de suas idéias. A mistura deste todo não é Evangelho, mas sim, uma distorção da verdade, feita pelos homens. O Evangelho de Cristo não deve ser de modo algum, acomodado a qualquer sistema humano.
Todo e qualquer movimento religioso que põe a revelação particular e a experiência pessoal acima da revelação divina através da Bíblia Sagrada, cai em graves erros de interpretação da doutrina cristã. É o que está acontecendo com determinadas igrejas cristãs nos dias atuais. Vão além do que está escrito: Paulo estava percebendo que a exigência de guardar a lei na igreja dos gálatas estava além do Evangelho, isto é, adulterando o Evangelho genuíno de Jesus Cristo. Quaisquer ensinamentos, doutrinas ou idéias originados em pessoas, ou revelações, que não estejam expressos e mediante a Palavra de Deus, não podem ser incluídas no Evangelho. Misturá-los com o conteúdo original do Evangelho é transtornar ou adulterar o Evangelho, e esses não herdarão o reino de Deus. (1ª Co 6.9-10).
“Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a Palavra de Deus; antes recomendamos à consciência de todo o homem na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2ª Co 4.2).
Certas aberrações surgem por ministros sem formação básica da Palavra de Deus ou pseudo-revelação. O apóstolo Pedro ao escrever a sua segunda epístola diz:
“Ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para própria destruição deles. Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, decaiais da vossa própria firmeza” (2ª Pe 3.16-17).
Para os líderes que recebem o ministério de ensino Deus se compromete em revelá-los, mas para aqueles que se intrometem naquilo que não são chamados se torna difícil de entender e por sua ignorância deturpam as Escrituras para sua própria condenação. Pedro o apóstolo que aprendeu com o Mestre dos mestres, traça-nos um caminho para não sermos enganados: “crescei na graça e no conhecimento”.
Muitos que estão em liderança pensam que estão agradando a Deus,mas na realidade estão perdidos dentro de sua própria religião. Por quê? Porque não têm o discernimento das Santas Escrituras para ensinar os outros. Para termos uma boa interpretação precisamos do auxilio do Espírito Santo e do auxílio externo que é a hermenêutica bíblica. Além disso, o líder precisa ter uma chamada, o conhecimento correto e a experiência com Deus para não ser reprovado e, por fim, condenado ao lago de fogo. Pedro admoesta a igreja para estar de sobreaviso e não cair nas heresias dos insubordinados e heréticos que terão um fim trágico.
A segunda carta de Pedro foi escrita para avisar do perigo de divisões na igreja, causado por falsos mestres, que nela viriam introduzir-se no futuro.
“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até a ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição” (2ª Pe 2.1).
O diabo falhou ao tentar a igreja primitiva por ataque externo através das injúrias, injustiças e abusos das autoridades pagãs do Império Romano. Agora, o apóstolo prediz uma tentativa de destruição interna, quando escreve: “haverá entre vós falsos mestres”.
O grande apóstolo,antes do seu martírio em 68 a.D., numa última tentativa, escreveu à igreja despertando-a ao dever de guardar a sã doutrina. Pedro não desejava pregar uma nova doutrina, mas simplesmente exortá-los a estarem vigilantes e bem armados para que ninguém viesse arrastá-los pelo erro destes insubordinados, levando-os a cair da alcançada graça em Cristo, (2ª Pe 3.17). Para evitar este perigo eles precisam “crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (3.18).
O crente deve ter um bom conhecimento da Palavra de Deus, para não ser vítima de heresias. Por isso, cada crente deverá estudá-la com amor e dedicação, de modo sistemático, com a ajuda do Espírito Santo.
[...] Nem sempre é fácil distinguir princípios salutares no legalismo carnal. Todavia, sejamos corajosos para reconhecer: considerável parte da tradição observada em muitas igrejas não passa de um cristianismo mal assimilado, que aflora em invencionices. Seo que está na Palavra é o bastante para tornar-nos idoneamente crescidos, então, para que dogmatizar um jugo espiritual incrustado de ordenanças meramente humanas? Mesmo admitindo isto, não dever-se-ia, porventura, dar ouvidos a imutável voz divina? “Tudo o que eu te ordeno, observarás, nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Dt 12.32). Se você já ouviu alguém dizer que fulano morreu amarrado e queimado em um acidente de carro sem poder sair, a dor no inferno para os falsos ensinadores será a mais terrível que se possa imaginar. Não existe comparação aqui neste mundo e, mesmo muitos sabendo que irão para lá, não aceitam a verdade da Palavra de Deus como ela é. Mudar o Evangelho é um dos piores pecados contra Deus é comparado ao pecado de feitiçaria.
A fé que muitos aceitam está direcionada a uma ortodoxia estéril; tão inútil quanto uma nuvem sem chuva. Talvez esta seja a explicação do angustiante caos em que vivem certos crentes. A graça de Deus é tanto a raiz quanto o alvo da experiência cristã. Se você deseja chegar ao porto seguro da maturidade, rejeite veementemente o sinuoso atalho dos rudimentos carnais. Trivialidades legalistas são incompatíveis com uma crescente vida com Deus” [DR. ISMAEL SANTOS].
Embora se passasse quase dois mil anos, as perturbações continuam. Quase todos os cultos que se podem nomear são um culto de salvação por obras. O apelo é para a carne. Você aprende que, se obedecer toda a cartilha e regras imposta pela igreja, se você se apresentar sempre nos cultos de paletó e gravata, então as suas obras e esforço árduo irão fazer com que Deus sorria para você. O resultado, repito, é a glória do homem, porque você acrescentou algo à sua salvação. Todavia, a doutrina herética das obras corre o mundo e sempre correrá, porque este é o trabalho do diabo usando os falsos mestres para desviar o salvo do caminho certo.
Este tipo de evangelho é legalista, farisaísmo, fanatismo. Desperte para o fato de que ele o colocará numa síndrome de escravidão sem fim. O verdadeiro evangelho da graça, porém, libertará a você. Ficará livre para sempre!
Geralmente é difícil reconhecer um falso mestre apenas pela sua aparência. Apresentando como crente sincero e fiel, não fala de uma religião diferente, mas alega que tem uma revelação mais profunda da verdade. O falso mestre é astucioso; ele infiltra-se no meio dos crentes sem ser notado como tal. É preciso, pois estar atento para não ser atingido pelo mesmo. O segundo indicio de falsidade dos enganadores, dado pelo apóstolo é sumário dos seus ensinos. A mensagem dos enganadores geralmente é uma perversão da verdade impregnada na linguagem da igreja.
O crente, especialmente o obreiro, tem o direito de examinar aquilo que procura entrar em sua casa e atingir sua família. Isso inclui não somente falsos ensinos, mas também a má literatura e visitantes que danificam o fundamento espiritual do lar. Qualquer coisa que afaste a família de Deus não deve ter acolhida em casa.
A Bíblia ensina a família para não permitir que os falsos mestres entrem em sua casa, pois eles introduzirão aí suas doutrinas errôneas. Paulo também lamenta que falsos mestres enganosamente se infiltraram em certas casas, pervertendo a fé de muitos.
A melhor maneira de proteger as nossas famílias de ensinos errôneos além de evitar os falsificadores da Palavra de Deus, é viver em comunhão com aqueles que vivem e ensinam a verdade bíblica.
Aqueles que são de Deus receberam d’Ele entendimento sobre a verdade.
“Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em Seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (João 5.20).
Aos Colossenses 2.6-7, Paulo insiste que devemos andar de acordo com o evangelho, a fim de ficarmos arraigados, edificados e firmados na Palavra de Deus. Entretanto, a mensagem dos agentes de Satanás é sempre contra tudo o que cremos, pregamos e praticamos. Às vezes há alguns pontos aparentemente comuns entre nós e eles, e nisso reside o perigo, visto que é por onde tais ensinos se introduzem.
Concluímos que repetidas advertências não serão suficientes para afastar a ameaça do tradicionalismo e legalismo. Precisamos ser vigilantes, devemos diariamente rogar a Deus por sua proteção. A história da igreja confirma nossa conclusão. Faltando perseguição e líderes consagrados e comprometidos com a Palavra, a igreja não tem força própria para se reformar. Jesus a comparou a uma figueira que, ainda que tivesse a aparência, idade e tamanho para produzir fruto, nada de valor tinha para oferecer a seu dono (Lc 13.6-9). O viticultor, perdendo a paciência, manda cortar a figueira. Só o fruto satisfará o Senhor da Igreja (v. 9). Por isso, Lutero sabiamente reconheceu que a Igreja necessita de reforma constante. A organização eclesiástica que combate todo o incentivo divino que a levaria a voltar à prática das primeiras obras (Ap 2.5), que Deus levante homens consagrados para combater os heréticos e ensinar a Palavra da Verdade corretamente. Amém!
Pr. Elias Ribas
Blumenau – SC.
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