quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

EBD – Lição 10: Uma Igreja verdadeiramente próspera

EBD – Lição 10: Uma Igreja verdadeiramente próspera:

EBD2012

Pb. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD


INTRODUÇÃO
O que significa ser igreja? Essa pergunta deveria ser feita por toda agremiação que se diz cristã. Nem todas as igrejas que se dizem cristãs podem ser consideradas como tais de acordo com o parâmetro bíblico. Há quem defenda a prosperidade financeira como o critério de uma igreja verdadeira e abençoada por Deus. Na aula de hoje estudaremos a esse respeito, ressaltando que, uma igreja próspera é aquela que se pauta em conformidade com a Bíblia, a Palavra de Deus.

1. A VERDADEIRA IGREJA
A igreja – ekklesia em grego – é uma assembleia edificada por Jesus (Mt. 16.18), é um corpo que tem Cristo como cabeça (I Co. 12.17; Cl. 1.18), chamada para estar fora dos valores do mundo (Rm. 12.2) e composta por pessoas de todas as etnias e línguas (Cl. 3.11; Ap. 7.9). Os que estão em Cristo é uma nova criação (II Co. 5.17), participante de uma natureza divina (II Pe. 1.4), revestida do amor, o elo perfeito (Cl. 3.12-14) com o propósito de manifestar as grandezas daquele que a chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (I Pe. 2.9). A igreja de Cristo é peregrina no mundo (Ef. 2.14-18), é cidadã dos céus, espera ansiosamente a Jesus Cristo (Fp. 3.20), por isso, não ama o mundo, já que está alicerçada no amor do Pai (I Jo. 2.15-17). Uma das marcas da igreja verdadeira é a comunhão – koinonia em grego – expressão exemplificada pela igreja de Jerusalém (At. 2.42), fundamentada no relacionamento comum em Cristo (I Co. 1.9). Essa koinonia inclui partilha tanto material quanto sacrificial (II Co. 8.1-5), sobretudo, sensibilidade para as necessidades dos domésticos da fé (Gl. 6.10). A unidade também é uma das características centrais da verdadeira igreja. A tendência humana, em razão do pecado, é criar facções, mas o desejo de Cristo é o de que todos sejam um (Jo. 17.11), que todos estejam unidos em um só pensamento e parecer (I Co. 1.10), ainda que na diversidade de dons e ministérios (I Co. 12-14; Rm. 12; Ef. 4; I Pe. 4.10). A divisão na igreja é problemática porque significa dividir a Cristo (I Co. 1.13), é uma demonstração de que seus membros não compreenderam as implicações do ministério (I Co. 3.5-20). A igreja é uma família, sendo Cristo o Primogênito entre muitos irmãos (Rm. 8.29), uma noiva que busca a pureza para o Seu amado (I Co. 11.2; Ap. 19.7), feita santa e inculpável (EF. 5.26,27).

2. A MISSÃO DA IGREJA VERDADEIRA
Ao contrário do que argumentam os adeptos da Teologia da Prosperidade, a missão precípua da igreja verdadeira é o crescimento espiritual, atingindo a plenitude de Cristo (Ef. 4.13). Para tanto ela deva se pautar pelo evangelho, a Palavra de Deus, que é o leite espiritual puro que conduz ao crescimento (I Pe. 2.2), que ilumina o caminho e guarda contra a tentação (Sl. 119.105) e purifica do pecado (Ef. 5.26), portanto, deva ser encorajada à santidade, à abstenção da imoralidade (I Ts. 4.4-8). A verdadeira igreja está em movimento, ela segue fazendo discípulos de todas as nações (Mt. 28.19), sendo testemunha fiel de Cristo, no poder do Espírito Santo (At. 1.8). Como corpo de Cristo, a igreja encarna-O (Cl. 1.15-20; 2.9), atuando em amor, não se deixando moldar aos padrões do mundo (Rm. 12.1). Sendo assim, a agenda da igreja não pode ser a do mundo, tendo em vista que sobre este impera Satanás (Ef. 6.10-18). A agenda da igreja não pode se alicerçar apenas em aspectos morais, denunciando o pecado, precisa também fazer o bem (At. 10.38), lembrando que Deus é Pai das misericórdias e Deus de toda consolação (II Co. 1.3-5). Talvez a igreja não seja capaz de modificar as estruturas sociais, mas poderá alterá-lo, agindo como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). Essa deva obedecer às autoridades (Rm. 13.1-13) e interceder por elas para que viva uma vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito (I Tm. 2.1-4), mas, em alguns casos, se fará necessário que a igreja resista a sistemas injustos (At. 4.19), isso quando Cesar ultrapassar seus limites (Mt. 22.21). Como consequência sobrevirá sobre ela a perseguição, que a conduzirá à bem-aventurança (Mt. 6.10) e ao sofrimento por amor a Cristo (II Tm. 3.12; I Co. 12.26; Hb. 13.3).

3. PROSPERIDADE VERDADEIRA DA IGREJA
Uma igreja verdadeiramente próspera é semelhante à igreja de Filadelfia, para qual o Senhor Jesus lhe dirigiu uma carta (Ap. 3.7-13). Ela sabe que Cristo conhece as suas obras, pois não nega o Seu nome através das ações (Ap. 3.8). Mesmo se encontrando ao redor de uma sinagoga de Satanás, não se deixa contaminar pelos benefícios mundanos (Ap. 2.9; 3.9), antes permanecer fieis à palavra, perseverante na doutrina, por isso será guardada na hora da provação (Ap. 3.10). Satanás é o enganador, e tem ludibriado muitas igrejas com suas propostas mundanas, resistidas por Cristo no monte da tentação (Mt. 4.1-11). Quando o Senhor vier arrebatar a Sua igreja, muitas daquelas agremiações religiosas que se dizem cristãs, mas que não se alicerçam na Palavra, antes seguem os anseios do mundo, ficarão para trás (II Ts. 2.9-12) A igreja verdadeira, entretanto, será levada para estar com Cristo, retirada do mundo por Deus antes da Tribulação (Jo. 14.1-3; I Ts. 4.13-18; I Co. 15.50-57). As “igrejas” da Teologia da Ganância já receberam seus galardões, tendo em vista que investem apenas no reino temporal. Mas a igreja verdadeiramente próspera colherá seus frutos na eternidade (Ap. 3.12). As “igrejas” pseudopentecostais se assemelham à igreja de Laodiceia, que também recebeu uma carta de Cristo (Ap. 3.14-22). As obras dessa igreja são conhecidas, pois nem são frias nem quentes, sem caráter ou identidade cristã, por isso será vomitada da boca do Senhor (Ap. 3.15,16). Instalada em uma cidade financeiramente próspera, a igreja de Laodicéia dispunha de uma medicina considerada avançada para a época, e da manufatura de roupas de lã, mesmo assim, Jesus a ela se dirige como pobre, cega, miserável e nua. Aconselha que essa compre, dEle, ouro refinado no fogo, roupas brancas para cobrir as vergonhas, e colírio para ungir os olhos e poder enxergar (Ap. 3.15-17).

CONCLUSÃO
Uma igreja verdadeiramente próspera não é aquela que tem uma arquitetura arrojada, instalações modernas, cadeiras confortáveis, sistema de condicionamento de ar. Uma igreja verdadeiramente próspera não é aquela que tem um patrimônio vultoso, que chama a atenção dos políticos pela sua imponência. Uma igreja verdadeiramente próspera é aquela que ama ao Senhor, que se pauta pela Sua Palavra, que O ama e que demonstra esse amor através da comunhão entre os irmãos. Uma igreja verdadeiramente próspera não prioriza as bênçãos terrenas, que o ladrão rouba e a traça corrói, mas as riquezas celestiais em Cristo Jesus, o qual se manifestará, ao Seu tempo, para dar o Seu galardão conforme lhe apraz.

BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. A. Igreja: forma e essência. São Paulo: Vida Nova, 2007.
MULHOLLAND, D. M. Teologia da Igreja. São Paulo: Shedd Publicações, 2004.

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