Meu caro Pr. Milvio Santos.
Tenho acompanhado o seu programa de televisão e confesso que estou preocupado. Eu me lembro quando você ainda era pastor de uma denominação pentecostal e membro da equipe de liderança da igreja local onde seu parente era o pastor presidente. Lembro de como você discursava contra a Teologia da Prosperidade, inclusive chamando os que a seguem de “palhaços”, “imbecis” e “idiotas”; esse é o seu jeitão de falar.
Mas ultimamente vejo que você mudou o discurso por conveniência simplesmente para se tornar a bola da vez. Hoje percebo que em seus programas só você e sua esposa pregam, aconselham, só você e ela aparecem. Há algumas exceções, mas a oportunidade sempre é dada apenas às estrelas dos púlpitos estadunidenses que aparecem em seu programa apenas para pedir mais dinheiro para sustentar o seu luxo pessoal. São pessoas como Mike Murdock e Morris Cerullo.
Como é triste você realizar pedidos apelativos para que pessoas de boa fé financiem seu estilo de vida, bem como a sua pregação que é um tremendo desserviço à Igreja de Deus. É triste ouvir você pregando o anti-evangelho ao afirmar que a prosperidade é a rubrica da vez. Vejo como você esqueceu o genuíno Evangelho que ordena o negar-se a si mesmo pela morte diária para com o pecado e para com o mundo. Você contraria, com sua pregação e vida, aquilo que Paulo diz em 2 Coríntios 4:
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se nã o vêem são eternas.
Tenho certeza de que Deus irá cobrar muito caro esta atitude, uma vez que os sinais do reino, que apontam para a glória de Deus e sua obra redentiva, são maculados pelas suas mentiras. Fico pensando como a maioria da população evangélica é ingênua em manter os seus bens de consumo como, por exemplo, o jatinho particular, as viagens aos Estados Unidos (destino preferido da maioria dos tele-evangelistas), as empresas destinadas à publicação etc.
Milvio, o Evangelho que conheço é totalmente oposto ao seu. O Evangelho que conheço desafia a vida, mas o seu a acomoda. O Evangelho que conheço mortifica a vaidade da carne, mas o seu a robustece. O Evangelho que conheço centraliza Jesus, mas o seu o marginaliza. O Evangelho que conheço glorifica a Deus, mas o seu o manipula. O Evangelho que conheço age contra o pecado, mas o seu o desconsidera. O Evangelho que conheço lança o olhar para a eternidade, mas o seu o seculariza.
Oxalá você, meu amigo, acorde deste sonho de Peter Pan, negando o crescimento da fé. Do contrário, sobrará apenas o pesadelo da desonra, dos açoites multiplicados e da rejeição eterna do Senhor Jesus.
Que você e seus seguidores acordem!
OBS: Esta carta é uma obra de quase ficção, qualquer semelhança com pessoas ou eventos não terá sido mera coincidência!
Sola Scriptura.
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