quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

É possível ser cristão e evolucionista?

Você crê na Bíblia Sagrada? Acredita que Deus é o Criador de todas as coisas? O que pensa sobre a narrativa da Criação e o Dilúvio? Este realmente aconteceu, ou o que está escrito em Gênesis é pura ficção?

Há um grupo de cristãos, na atualidade, que diz crer em Deus, mas não aceita a narrativa de Gênesis. Para eles, é possível conciliar fé em Deus e teoria da evolução. E confiam tanto em seu conhecimento, a ponto de considerarem refutável a descrição bíblica do Dilúvio. Eles dizem, por exemplo, que a arca, nas dimensões apresentadas na Bíblia, só poderia ser construída nos dias de hoje, pois seria necessária a ajuda da engenharia moderna e de centenas de pessoas.


Afirmam os “evolucionastes cristãos” que Noé e sua família não conseguiriam percorrer todos os continentes em busca das espécies de animais. Além disso, asseveram que seria impossível manter os animais na arca sem as técnicas zoológicas modernas. Os animais estavam fora de seu habitat. Como sobreviveriam? Como alimentar todas as espécies?


Os 
evolucionistas cristãos também argumentam que o ciclo hidrológico de evaporação que provoca a chuva é incapaz de prover uma quantidade de água que inundasse toda a extensão da Terra. E questionam: “A biologia considera extintas as espécies que possuem algumas centenas de exemplares. De que maneira um casal de cada espécie garantiria a subsistência das criaturas?”

Como se vê, as questões apresentadas pelos que abraçaram o “cristianismo evolucionista” (ou o “evolucionismo cristão”), o que é um jugo desigual, priorizam o raciocínio. A fonte de autoridade deles não é a Bíblia Sagrada, e sim o darwinismo e as teorias do biólogo Francis S. Collins, diretor do Projeto Genoma Humano. Este, a despeito de declarar-se cristão e contestar o ateu Richard Dawkins — famoso por suas críticas ácidas a quem acredita em Deus —, defende a possibilidade de ser cristão e evolucionista, ao mesmo tempo.


Em sua obra 
A linguagem de Deus (Editora Gente), Collins declarou: “A mais importante e inevitável falha da afirmação de Dawkins, de que a ciência obriga ao ateísmo, é que isso vai além das evidências. Se Deus se acha fora da natureza, a ciência não pode confirmar nem negar a existência dele. Portanto, o próprio ateísmo deve ser considerado uma forma de fé cega, pois assume um sistema de crenças que não pode ser defendido com base na razão pura”. Esse famoso cientista rejeita o ateísmo, mas aceita o darwinismo.


Seria possível o casamento entre o cristianismo e o darwinismo? De modo nenhum! Isso — repito — é um jugo desigual, visto que a Bíblia é a regra de fé, de prática e de vida do cristão que se preza. Seja este erudito, seja leigo, jamais deve negar que o Deus Todo-poderoso, além de ser o Criador, está no controle de todas as coisas. O que é a ciência ante a inerrante e inspirada Palavra do Senhor? O que é a teoria da evolução diante das Escrituras?


Quanto ao Dilúvio, o Todo-poderoso, como controlador da natureza, certamente guiou os animais à arca. O poder de Deus é ilimitado; não se restringe a leis pretensamente científicas. Se fôssemos analisar a narrativa de Gênesis pela razão apenas, e não pela fé, não só o Dilúvio seria impossível. Teríamos de negar todos os milagres ali registrados. Mas o crente espiritual discerne bem tudo (1 Co 2.14-16).


No que diz respeito à construção da arca, a Bíblia diz que Deus deu a planta a Noé, com todas as medidas. Além disso, capacitou-o com sabedoria e lhe deu todas as condições necessárias para construir a embarcação e abrir nelas os animais (Gn 6.13-22). Como Noé conseguiu levá-los à arca? Considerando que não havia a atual divisão continental, as espécies estavam concentradas, em grande quantidade, na região da Mesopotâmia. Quem as conduziu à embarcação? Noé? Não. O próprio Criador.


Segundo o relato bíblico, o Senhor ensinou a Noé como poderia preservar as espécies dentro do barco (Gn 6.16-20). E a sabedoria de Deus é infinitamente superior às técnicas zoológicas da atualidade. Tanto é verdade que, das espécies mais frágeis, como as aves, o Criador ordenou que se apanhassem sete casais, o que garantiria, de qualquer forma, a continuidade dessas criaturas sobre a terra após o devastador Dilúvio (Gn 7.2-8).


Respeito muitíssimo o biólogo Francis S. Collins, suas pesquisas ligadas ao Projeto Genoma Humano e toda a comunidade científica. Mas nunca aceitarei a falácia de que o cristianismo pode negar inspiração plenária das Escrituras e continuar sendo chamado de cristianismo. Ou cremos, de todo o nosso coração, que a Bíblia é a Palavra de Deus, ou nos prendemos a um jugo desigual com os infiéis (2 Co 6.14-18) e abraçamos a falsamente chamada ciência (1 Tm 6.20).


Amém?


Ciro Sanches Zibordi

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