domingo, 5 de fevereiro de 2012

Meu dia deveria ter 34 horas


"Aumentem a carga de trabalho dessa gente para que cumpram suas tarefas e não deem atenção a mentiras." Êxodo 5:9
"O tempo não para", já dizia a música, e nós corremos junto com ele. A vida moderna - ou pós-moderna, sei lá - nos impõe um ritmo louco, uma correria que não deixa a gente prestar atenção em muita coisa. Trabalhamos cada vez mais, já que a sociedade e o sistema exigem sempre mais de nós, mais lucro, mais disposição, mais produtividade, mais tempo.
No versículo que eu transcrevi no início do post, vemos o faraó aumentando a carga de trabalho dos hebreus para que não tenham tempo de dar atenção e de refletir sobre a palavra de Deus que Moisés trazia, a que o faraó chamou de "mentiras". E todos nós já lemos e ouvimos sobre como as muitas tarefas do cotidiano não nos deixam ter tempo para orar, ler a Bíblia, fazer devocionais, enfim, gastar tempo com Deus. Disso todo mundo já está careca de saber.

O que muitos crentes ainda não perceberam é que não é só o trabalho secular - ou "do mundo", termo que eu detesto - mas também as tarefas feitas na igreja sugam o nosso tempo. Tem irmão que passa a semana inteirinha dentro da igreja trabalhando na obra do Senhor. É reunião de oração, vigília, reunião de alguma associação qualquer, culto jovem, visitação, reunião de líderes, etc, etc e etc. É tanta coisa para se fazer na igreja que não sobra nem um tempinho para sentar no sofá, pegar a Bíblia e estrudá-la, não só ler uns versículos, mas meditar no que leu. E para meditar, precisa-se de tempo.
E digo mais: não sobra tempo também para ficar junto das pessoas importantes para nós. Ver TV com a família, contar algumas piadas, ajudar os filhos na lição da escola, coisas do tipo.Como é que eu vou conversar com minha filha sobre seu novo namoradinho se o ensaio do coral começa às 18 horas e eu saio do trabalho às 17 e meia?
Não estou dizendo que devemos abolir as tarefas eclesiáticas, muito pelo contrário. Elas são uma grande oportunidade de servir a Deus. Mas é preciso haver prioridades. Aprendi na EBD que há uma hierarquia: primeiro Deus, depois a família e depois a igreja. E aprendi na minha curta vida que o equilíbrio é sempre a melhor opção; nem tanto ao céu, nem tanto à terra, mas o caminho do meio.
Existem muitas maneiras de servir a Deus. E uma delas é usando bem o seu tempo.

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