Se a vida fosse tão simples como a soma de dois mais dois...
Será que essa conta bate? |
Por Gutierres Fernandes Siqueira
O cartaz acima foi compartilhado por milhares de evangélicos no Facebook. Mas eu resumiria a mensagem do cartaz em uma única palavra: ingenuidade.
Bem, se eu interpretei direito o cartaz, então temos o seguinte: a) Uma vida devassa e regada a baladas e “mundanidades” resulta em solidão no final da vida. b) O namoro casto e crente resulta em um casamento duradouro e, sendo o melhor, uma garantia de companhia no final da vida.
É verdade? Eu respondo: nem sempre!
A vida não é uma soma simples. A nossa vida é mais complicada do que admitimos. Não é uma mera lei de “causa e efeito”.
Mas você pode argumentar que a minha frase acima contradiz Gálatas 6.7-9, que diz:
Opa, a leitura atenta do texto paulino não ensina uma “lei de causa e efeito”. O que Paulo nos ensina é a “lei da semeadura”. Se a “lei da semeadura” fosse uma simples “causa e efeito” a semente jogada na terra sempre geraria frutos, mas sabemos que a semeadura não é tão simples assim (cf. Marcos 4. 1-9).
O êxito de uma semeadura depende de uma semente plantada, é óbvio, mas também de uma terra boa, limpa, regada etc. E tudo isso na medida certa, ou seja, nem mais nem menos. O agricultor sofre com a seca e com a chuva demasiada e sofre com a terra com pedras ou excessivamente adubada.
Portanto, achar que um simples namoro cristão resultará em uma velhice equilibrada é pura ingenuidade. Alguns até pensam que o “sacrifício da virgindade” resultará em bênçãos contínuas de Deus sobre o casal “fiel”. O namoro casto e cristão é só o primeiro desafio desse casal, mas não o único. A velhice sossegada dependerá de vários percalços vencidos no decorrer da vida em casal. E, muitas vezes, até o nascimento de um filho pode gerar crise em um casamento.
Veja que é justamente isso que Paulo fala no contexto: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos”. Portanto, de nada adianta começar um namoro cristão e terminar com um casamento pagão. É semente jogada em terra estéril, como diz a parábola do semeador, cujo contexto é a pregação do Evangelho, quando escreve: “Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz” (Marcos 4. 5-6).
Eu, pessoalmente, conheci dois casais que todos adjetivavam como “abençoados” e eram frutos de “namoros exemplos”. Mas, infelizmente, são dois divórcios que aumentaram as estatísticas de “separações não amigáveis”. E foram divórcios dolorosos. E ambos foram escolhas erradas de um dos pares. O par que foi vítima certamente pensava que o seu casamento cristão seria todo esse sofrimento? É claro que não, mas a escolha errada do cônjuge foi como a contingência de uma chuva forte que destrói toda a plantação que uma primeira chuva, na medida, ajudara a regar.
A vida humana é batalha contínua. A semeadura precisa destruir inúmeras barreiras. Não é um processo como a soma de dois mais dois.
E o casal “baladeiro” acabará na solidão? Depende. A vida de arrependimento e a misericórdia do Senhor vivem de quebrar a lei da semeadura, pois uma semente podre é substituída por uma semente sadia. É a graça trazendo vida onde havia colheita de morte (cf. Efésios 2. 1-9). Não é à toa que Jesus escreveu: "Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos” (Mateus 20. 16).
Semeadura contínua? Sim. Ingenuidade com a complexidade da vida? Nunca!
Bem, se eu interpretei direito o cartaz, então temos o seguinte: a) Uma vida devassa e regada a baladas e “mundanidades” resulta em solidão no final da vida. b) O namoro casto e crente resulta em um casamento duradouro e, sendo o melhor, uma garantia de companhia no final da vida.
É verdade? Eu respondo: nem sempre!
A vida não é uma soma simples. A nossa vida é mais complicada do que admitimos. Não é uma mera lei de “causa e efeito”.
Mas você pode argumentar que a minha frase acima contradiz Gálatas 6.7-9, que diz:
Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.
Opa, a leitura atenta do texto paulino não ensina uma “lei de causa e efeito”. O que Paulo nos ensina é a “lei da semeadura”. Se a “lei da semeadura” fosse uma simples “causa e efeito” a semente jogada na terra sempre geraria frutos, mas sabemos que a semeadura não é tão simples assim (cf. Marcos 4. 1-9).
O êxito de uma semeadura depende de uma semente plantada, é óbvio, mas também de uma terra boa, limpa, regada etc. E tudo isso na medida certa, ou seja, nem mais nem menos. O agricultor sofre com a seca e com a chuva demasiada e sofre com a terra com pedras ou excessivamente adubada.
Portanto, achar que um simples namoro cristão resultará em uma velhice equilibrada é pura ingenuidade. Alguns até pensam que o “sacrifício da virgindade” resultará em bênçãos contínuas de Deus sobre o casal “fiel”. O namoro casto e cristão é só o primeiro desafio desse casal, mas não o único. A velhice sossegada dependerá de vários percalços vencidos no decorrer da vida em casal. E, muitas vezes, até o nascimento de um filho pode gerar crise em um casamento.
Veja que é justamente isso que Paulo fala no contexto: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos”. Portanto, de nada adianta começar um namoro cristão e terminar com um casamento pagão. É semente jogada em terra estéril, como diz a parábola do semeador, cujo contexto é a pregação do Evangelho, quando escreve: “Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz” (Marcos 4. 5-6).
Eu, pessoalmente, conheci dois casais que todos adjetivavam como “abençoados” e eram frutos de “namoros exemplos”. Mas, infelizmente, são dois divórcios que aumentaram as estatísticas de “separações não amigáveis”. E foram divórcios dolorosos. E ambos foram escolhas erradas de um dos pares. O par que foi vítima certamente pensava que o seu casamento cristão seria todo esse sofrimento? É claro que não, mas a escolha errada do cônjuge foi como a contingência de uma chuva forte que destrói toda a plantação que uma primeira chuva, na medida, ajudara a regar.
A vida humana é batalha contínua. A semeadura precisa destruir inúmeras barreiras. Não é um processo como a soma de dois mais dois.
E o casal “baladeiro” acabará na solidão? Depende. A vida de arrependimento e a misericórdia do Senhor vivem de quebrar a lei da semeadura, pois uma semente podre é substituída por uma semente sadia. É a graça trazendo vida onde havia colheita de morte (cf. Efésios 2. 1-9). Não é à toa que Jesus escreveu: "Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos” (Mateus 20. 16).
Semeadura contínua? Sim. Ingenuidade com a complexidade da vida? Nunca!
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