segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Evangélicos acreditaram, fizeram campanha e votaram na Dilma.


Evangélicos acreditaram, fizeram campanha e votaram na Dilma... agora reclamam por a presidente Dilma está descumprindo suas promessas

Senador Magno Malta assistindo o discurso
de Dilma na campanha 
 
Quem não lembra do senador Magno Malta fazendo discurso em favor da candidata Dilma? Quem não lembra a jornada que ele fez por vários estados fazendo campanha para a mesma? Do mesmo modo, todos devem lembrar do Pr. Marcos Feliciano, na época candidato à deputado federal, ele chegou a fazer uma postagem exlusiva em seu site apoiando e defendendo a presidente Dilma. Agora, o então deputado já chegou a ir à plenária cobrar publicamente a quebra das promessas de campanha de Dilma.

Vejam alguns trechos da postagem do Pr. Marcos Feliciano, intitulada: Porque Dilma?

"Fui convidado para conhecer a Ministra Dilma e como pastor pude discernir suas intenções, e no tempo que passei com ela pude ouvir com clareza de sua boca seu compromisso com os cristãos do Brasil em defender a vida e continuar defendendo os avanços que trouxeram prosperidade ao País.

Foto divulgação. 


Agora como Deputado Federal eleito firmei com ela e seu partido, junto com outras dezenas de líderes evangélicos, religiosos e representantes de diversos segmentos da sociedade, o compromisso que os temas que tentam polemizar sua campanha neste momento, serão tratados com o devido respeito e clareza, não deixando brechas para que a igreja e a família sejam feridos.

Dilma nos disse que a liberdade religiosa continuará sendo respeitada. Assumiu publicamente ser a favor da vida, mencionando sua posição sobre o aborto. Infelizmente a internet, tem sido um campo aberto e perigoso para disseminação de orientações, equivocadas e distorcidas, em sua verdade, tentando confundir o eleitor cristão com emails e vídeos editados, que atribuem a Dilma situações que levam os Cristãos a terem medo de seu governo..." ( 


Agora vejam abaixo como está a situação entre a bancada evangélica e presidente Dilma. Percebam que as promessas de Dilma feita aos evangélicos que a apoiaram estão sendo descumpridas uma a uma. 

Presidente eleita com apoio de lideranças evangélicas não dá sinais que pretende honrar promessas de campanha:
  • Não mandar ao Congresso ou sancionar qualquer legislação que impacte a religião, como legalização do aborto e casamento homossexual.
  • Tratar o aborto como questão de saúde pública, atendendo às mulheres que tenham abortado e enfrentem risco de morrer.
  • Sancionar o projeto de lei complementar 122 (que criminaliza a homofobia) apenas nos artigos que não violem a liberdade de crença, de culto e de expressão e as demais garantias constitucionais individuais.
  • Fazer da família o foco principal de seu governo.
  • Não promover iniciativas que afrontem a família.
  • Fazer leis e programas que tenham a família como foco.
  • Defender a convivência entre as diferentes religiões.
  • Manter diálogo com as igrejas.
Para quem não lembra, essas são algumas promessas que a presidente Dilma Rousseff fez ao longo da campanha eleitoral em 2010. Elas estão relacionadas ao tema “Família e Religião”.

De modo geral, muitas das promessas de campanha ficaram esquecidas e algumas já foram parcialmente cumpridas. Mas com o lançamento dos candidatos que irão concorrer a cargos eletivos este ano, parece que os evangélicos foram envolvidos em vários compromissos que não estão sendo honrados pela presidente nem pelos seus aliados políticos.

Isso tem causado mal estar de maneira especial entre os políticos evangélicos de todo o país. O motivo é claro, as contradições são muito grandes para quem dizia há menos de dois anos atrás que manteria o diálogo com as igrejas.

O primeiro grande embate foi o chamado “kit gay”, material que seria distribuído em escolas de todo o país para combater o preconceito contra os homossexuais. A proposta era de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e hoje pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo.

Magno Malta, líder do PR no Senado já anunciou que vai mobilizar os evangélicos para derrotar Fernando Haddad. “Nós [religiosos] vamos derrotar o Haddad e qualquer um que acredite em ‘kit gay’ e aborto”, disse Malta, um dos expoentes da bancada evangélica.

Parte da motivação de Magno Malta é a fala do ministro Gilberto Carvalho (Secretario-Geral da Presidência) durante o Fórum Social realizado em Porto Alegre.

Na ocasião, foi divulgado que Carvalho pretende unir o PT e outros partidos em uma batalha ideológica contra evangélicos pelo “domínio” das classes C e D.

Em seu discurso, ele lembrou “Estive na campanha do ex-presidente Lula buscando apoio do povo evangélico. E também, com a presidenta Dilma, em intensa maratona, viajei por todo o Brasil reunindo expressivas lideranças religiosas. Apoio decisivo e importante para a Vitória no segundo turno”.

Ao mesmo tempo, ressurgiu o debate sobre o aborto, um dos temas que pautou parte da disputa de 2010 entre Dilma Rousseff e José Serra.

O motivo é a nomeação de Eleonora Menicucci para ser ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Menicucci é conhecida por defender a legalização do aborto. Numa de suas primeiras entrevistas como ministra, ela reafirmou sua posição e chamou o aborto de “problema de saúde pública”, comparando-o ao combate à dengue e às drogas.

Vários políticos ligados às alas evangélicas e católicas se manifestaram e chegaram a pedir que ela não fosse empossada.

A ministra voltou atrás no dia seguinte, mas o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi para a plenária cobrar publicamente a quebra das promessas de campanha de Dilma. 
Popout.
Silas Malafaia, que apoiou Serra na eleição, escreveu no Twitter: “O PT está dando um tiro no pé atacando os evangélicos. Eles vão se ferrar”. Malafaia tem se manifestado para protestar contra o Projeto de Lei 122, desarquivado no Senado, em fevereiro de 2011, pela senadora Marta Suplicy, do PT, com a assinatura de 27 senadores.

PL 122 criminaliza qualquer ação, opinião ou crítica que venha a ser interpretada como discriminação ou preconceito quanto ao homossexualismo no Brasil, com pena de 2 a 4 anos de prisão.

Em suma, as questões principais que afligiram os evangélicos durante as últimas eleições e que, inclusive, causaram divisões, uma vez que as principais denominações escolheram um lado ou outro em 2010, continuam preocupando.

Dilma prometeu “Fazer leis e programas que tenham a família como foco” e “Não promover iniciativas que afrontem a família”. Parece que seus ministros ou não sabem disso ou já esqueceram as promessas de campanha. A frequência com que os conflitos entre evangélicos e o governo atual tem entrado em rota de colisão indica que o assunto está longe de terminar e provavelmente não será pacífico nas discussões das eleições deste ano.

Segundo a Frente Parlamentar Evangélica, nas eleições de 2010, a bancada cresceu de 46 deputados (9% do total) para 68 deputados (13,2%). Isso significa um aumento de mais de 50% de uma eleição para a outra. No Senado, dos 81 senadores, apenas 3 se declaram evangélicos: Walter Pinheiro (PT-BA), Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PR-RJ).

Embora não sejam todos do mesmo partido, se fossem reunidos em um só, seria o terceiro maior do Congresso. Ficariam atrás de PT e PMDB, e empatados com o número de parlamentares do PSDB.
Fonte: Gospel Prime

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