Muitos ocidentais têm
dificuldade para entender a atração da idolatria no mundo antigo. O que poderia
haver de tão atraente em um pedaço inanimado de madeira ou um bloco de pedra?
Idolatria extrema parece
tão tentadora quanto suco de beterraba. É possível encontrar alguém por aí que
ame um copo viscoso de extrato de vegetal, mas essa tentação não é algo que
pese demais em nossos corações.
Mas a idolatria fazia muito
sentido no mundo antigo. E se houvéssemos vivido há dois ou três milênios, é
quase certo que fosse muito tentadora a todos nós. Em seu comentário sobre
Êxodo, Doug Stuart explica a atração da idolatria em nove pontos. Você
provavelmente vai querer guardar essa lista para futuros sermões ou estudos
bíblicos.
1.
A idolatria era garantida.
A fórmula era simples.
Entalhe um deus de madeira ou pedra e o deus entraria na estátua. Agora que
você tem um deus perto de você, você pode conseguir a atenção dele (ou dela)
rapidamente. Seus encantamentos, juramentos e oferendas sempre serão notados.
2.
A idolatria era egoísta.
Uma mão lava a outra, você
agrada os deuses e eles te agradam. Eles querem comida e sacrifícios; você quer
bênçãos. Faça o que for preciso e eles estarão obrigados a te agradarem.
3.
A idolatria era fácil.
A idolatria primitiva
encorajava as atividades religiosas vazias. Faça o que quiser com sua vida.
Desde que você apareça regularmente com seus sacrifícios, tudo está bem.
4.
A idolatria era conveniente.
Não era difícil encontrar
novos deuses no mundo antigo. Eles eram muito acessíveis. As estátuas podem
ficar em casa ou serem carregadas pra onde você for.
5.
A idolatria era normal.
Todo mundo fazia. Era assim
que as mulheres engravidavam, as colheitas cresciam, os exércitos conquistavam.
A idolatria era como energia elétrica: nada do mundo antigo funcionava sem ela.
6.
A idolatria era lógica.
As nações são diferentes.
As pessoas são diferentes. Suas necessidades e desejos são diferentes.
Obviamente, deve haver divindades diferentes para cada gosto. Como um deus só
poderia cobrir todos os aspectos da vida? Você não come sempre no mesmo
restaurante, não é mesmo? Quanto mais opções, melhor. Cada um pode estar certo
em algum ponto.
7.
A idolatria era agradável aos sentidos.
Se você quer ser especialmente religioso, é de
grande ajuda poder ver o seu deus. É difícil impressionar as pessoas com um
deus invisível.
8.
A idolatria era indulgente.
Os sacrifícios aos deuses
nem sempre requeriam sacrifícios do adorador. Você poderia comer as sobras da
comida ou beber o resto da bebida. A generosidade aos deuses faz sobrar mais
pra você.
9.
A idolatria era sensual.
Todo o sistema era marcado
por erotismo. Rituais se tornavam orgias. Sexo na terra muitas significaria
sexo no céu, e sexo no céu significava muita chuva, grandes colheitas e
multiplicação dos herdeiros.
Você
consegue enxergar a atração da idolatria?
“Vejamos, eu quero uma
espiritualidade que me dê muito, me custe pouco, seja fácil de ver, fácil de
fazer, tenha poucos limites éticos ou doutrinários, me garanta sucesso, me faça
me sentir bem e não ofenda aqueles próximos de mim”. Isso fala muito.
Queremos hoje as mesmas
coisas que eles queriam. A diferença é que vamos atrás de formas diferentes.
Nós queremos uma fé que nos
faça conseguir as coisas e alcançar o sucesso (teologia da prosperidade).
Queremos um discipulado que
seja conveniente (igreja virtual).
Queremos uma religião cheia
de rituais (cristianismo nominal). Ou uma espiritualidade que encoraje a
expressão sexual de qualquer forma (LGBTS).
Todos nós queremos seguir a
Deus de uma forma que faça sentido para os outros, nos faça sentir bem e seja
fácil de enxergar e de entender.
Desde o Éden até os postes
de Aserá e os banquetes romanos, a idolatria foi a grande tentação ao povo de
Deus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. E uma olhada ao seu redor, e
para dentro de si mesmo, lhe dirá que ainda é.
Traduzido por Filipe Schulz
| iPródigo.com
Por Litrazini
Graça e Paz
Moacir Neto - Lidiomar Granatti
http://www.reflexoesevangelicas.com.br
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