segunda-feira, 30 de abril de 2012

SEGUNDA CARTA A IGREJA EM ESMIRNA




ESMIRNA A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR



Avançamos agora para a segunda carta enviada a outra das igrejas da Asia, em que, como antes, observamos: O prefácio ou inscrição em duas partes.1. O sobrescrito, contando-nos a quem foi mais direta e energicamente dirigida:“...ao anjo da igreja que está em Esmirna”, um lugar bem conhecido naquelaépoca pelos mercadores, uma cidade de muito comércio e grande opulência, talveza única das sete cidades que ainda é conhecida pelo mesmo nome, mas já não éconhecida pela igreja cristã que foi devastada pelo maometismo.

O sobrescrito, contendo mais um dos títulos gloriosos do nosso SenhorJesus, “...o Primeiro e o Ultimo, que foi morto, e reviveu”, tomado do capítulo1.17,18. (1) Jesus Cristo é o Primeiro e o Ultimo. A nós é permitido um pequenoperíodo neste mundo, mas o nosso Redentor é o primeiro e o último. Ele é oprimeiro, pois por meio dele todas as coisas foram criadas, e Ele estava antesde todas as coisas com Deus e era Ele mesmo Deus. Ele é o último, pois todas ascoisas foram feitas para Ele, e Ele será o Juiz de tudo. Esse certamente é otítulo de Deus, de eternidade a eternidade, e é o título de um que é o Mediadorimutável entre Deus e o homem, Jesus, o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Ele foi o primeiro, porque por Ele foi posto o fundamento da igreja noestado patriarcal; e Ele é o último, porque por meio dele será trazida a pedrafinal e será colocada no final dos tempos. (2) Ele foi morto, e reviveu. Elefoi morto, e morreu por nossos pecados; Ele está vivo, e ressuscitou para anossa justificação, e Ele vive para sempre para fazer intercessão por nós. Elefoi morto, e ao morrer obteve a salvação por nós; Ele está vivo, e por meio dasua vida aplica essa salvação a nós. “Se nós, sendo inimigos, fomosreconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais seremos salvos pelasua vida”. Relembramos a sua morte a cada Ceia do Senhor; sua ressurreição evida, a cada domingo.

Nos dias em que a igreja de Smirna recebeu a carta de Jesus, ela viviaem grande aflição por causa das grandes perseguições que enfrentava. Nos diasde hoje não se fala mais, em nosso país, de perseguições em virtude da fé queprofessamos como aconteceu antes, não só aqui, mas em vários lugares no iníciodesta obra. Atualmente a Igreja é considerada e reconhecida. Muitos que nosperseguiam e escreveram contra nós, querem agora manter bom relacionamentoconosco, e o nome “pentecostal” é cobiçado até por aqueles que pouco têm a verconosco. Jesus, porém, advertiu que este tempo é mais perigoso do que o tempo dasperseguições (Lc 6.26).
O tópico da sua carta a Esmirna, em que após a declaração comum daonisciência de Cristo e do perfeito conhecimento que ele tem de todas as obrasdos homem e especialmente das suas igrejas, Ele observa:

Enquanto o Brasil goza de total liberdade religiosa, existem milhões decrentes em várias partes do mundo que sofrem torturas, prisões e morte porcausa de sua fé em Jesus. Nesta lição vamos estudar a mensagem de Jesus para aigreja sofredora.

A BIBLIA FALA DE SOFRIMENTO POR CAUSA DAFÉ

1. Sofrimento na conversão. A conversão, às vezes, é acompanhada de perseguições.Quando Jesus salva alguém do mundo (Jo 15,19), libertando das tradições (I Pe1.18), o inimigo e seus seguidores começam a rugir (I Ts 2.14-16; II Co2.1-11).

Muitos crentes têm sofrido, seja no ambiente de seus familiares (Mt10.35,36), no colégio, no lugar de trabalho, na vizinhança, etc. Diz a Bíbliaque “por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22).

2. Sofrimento por erro doutrinário. As doutrinas errôneas trazem sofrimento. Os crentesem Smirna sofreram por causa de doutrinas erradas. Em Smirna havia religiosostão fanáticos que Jesus os chamou de “Sinagoga de Satanás” (Ap 2.9). Foram elesque incitaram a população a perseguir os autênticos seguidores de Jesus.

3. Sofrimento como cumprimentoprofético. As perseguições são partedo cumprimento das profecias. A palavra profética avisa que nos últimos temposhaverá perseguições por causa da fé (Lc 21.12; Mt 24.9, 10). Este sinal tem-secumprido de modo surpreendente em várias partes do mundo. E como será nofuturo?

TIPOS DE SOFRIMENTO DO POVO DE DEUS

Na Sua carta à igreja em Smirna, Jesus usa várias expressões, paradesignar o sofrimento do Seu povo,

1. Tribulação. Fala de adversidade, aflição no sentido físico, queos Seus servos haveriam de sofrer por causa da sua fé. O Espírito lhesrevelava, ainda, que viriam mais sofrimentos (Ap 2.10). Além da tribulação porcausa da fé, existiriam também aflições por motivos de finanças, enfermidades,acidentes, catástrofes, morte, etc. Todavia, Jesus tem uma palavra deconsolação para todos (II Co 1.3-6),

2. Pobreza (Ap 2.9). Jesus fala aqui da pobreza material sofrida peloscrentes por serem rejeitados no trabalho. Quando o chefe de família é preso oudemitido por causa da sua fé em Jesus, a família sofre privações. Jesus, porémescreveu: “TU ES RICO” (Ap 2.9). O sofrimento é recompensado pela riqueza dasbênçãos que o acompanham (I Ts 1.5; II Co 6.10).


3. Blasfêmia (Ap 2.9). Jesus menciona aqui os sofrimentos morais, queconsistem sempre em ser alvo de críticas, mentiras, etc. Paulo disse: “somosblasfemados, até ao presente temos chegado a ser como lixo deste mundo, e comoa escória de todos” (I Co 4.13).

JESUS CONHECE OS PROBLEMAS DA SUA IGREJA

1. “Eu sei as tuas obras, e tribulação”(Ap 2.9). Nos momentos de sofrimento,às vezes podemos pensar: Por que Deus não guardou ou não impediu que seusservos sofressem tanto? Mas Jesus disse: “EU SEI”. Ele sofreu mais do que todosos seus seguidores, e afirmou: “CONVINHA que se cumprisse tudo o que de mimestava escrito” (Lc 24.44).

O caminho da redenção passou pelo vale do sofrimento. Mas ainda existeum “resto de aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja”, para sercumprido (Cl 1.24).
Lembre-se de que Deus, muitas vezes, mostra o seu poder, e foi o quefez livrando os três moços do forno de fogo ardente (Dn 3.23-29); Daniel, dacova dos leões                            (Dn 6. 21- 27); Pedro, da mão de Herodes (At 12.1-11), etc. Porém, Elemesmo permitiu que Estêvão fosse apedrejado (At 7.58,59); João Batista,degolado (Mt 14.10,11); e Tiago, morto (At 12.2).

Deus pode, portanto, permitir o sofrimento, ou impedi-lo, ou dizer:“Até aqui virás, e não mais adiante” (Jó 38.11; Sl 89.9).

2. Jesus é o Cristo Redivivo. Jesus mandou que João escrevesse o seguinte: “istodiz o primeiro e o timo, que foi morto, e reviveu” (Ap 2.8). Com isto Eleestava dizendo: “Eu sofri e venci”. Assim a vitória de Cristo se constitui nopenhor da nossa própria vitória.

JESUS CONDUZ A SUA IGREJA A VITÓRIA

1. Não temas (Ap 2.10). O medo é o inimigo que prejudica a fé. Enquanto Pedroconfiou na palavra de Jesus, caminhou por cima das ondas do mar, porém tevemedo e começou a afundar-se (Mt 14.30,31). O medo afasta o crente de suatranqüilidade à sombra do Onipotente (Si 91.1,2). Nada temas!

2. “Nada vos fará dano algum” (Lc 10.19;Hb 13.6). Jesus falou da vitória emmeio às tribulações da vida (Ap 2.11). O poder do inimigo é limitado (Mt10.28). Ele não vai além do que Deus permite.

3. A tribulação como plano divino. A Bíblia mostra claramente que o sofrimento estádentro do piano de Deus (Rm 8.28).

Será possível? Jesus disse a Pedro, que ele, pela sua morte,glorificaria ao Senhor                         (Jo 21.19). Paulo afirmou desejar que Jesus fosse glorificado pelo seucorpo, seja através da vida ou da morte (Fp 1.20).

A morte de Estêvão teve como resultado a salvação de Saulo (At 8.1;26.14). A história da Igreja mostra que o sangue dos mártires é a semente doEvangelho.

4. Deus nos faz triunfar. É Deus quem nos faz triunfar na adversidade. Emconseqüência, Ele, que enviou um anjo a fim de confortar a Jesus noGetsêmani (Lc22.43), mandou também outro anjo para ajudar a Paulo em meio às perseguiçõessofridas em Corinto (At 18.6) e às amarguras dum naufrágio (At 27.23), é omesmo que dá força para suportarmos as tribulações da vida, hoje (I Co 10.13).

FIEL ATÉ A MORTE

1. Fidelidade a Jesus. Ele sempre nos foi fiei (I Co 1.9; Ap 19.11) e esperafidelidade de nossa parte também (Sl 101.6).

Quando Poli carpo, bispo da igreja em Smirna, 60 anos após a carta deJesus, estando em julgamento, foi interrogado se queria renegar a Cristo paraevitar o martírio, respondeu: “Em 90 anos Jesus sempre me foi fiel. Comopoderia eu negá-lo?” Policarpo foi queimado vivo, mas permaneceu fiei até ofim.

2. Fidelidade diante dos irmãos. O exemplo de fidelidade diante de nossos irmãos écoisa importante. Paulo escreveu: “Muitos, tomando ânimo com as minhas prisões”(Fp 1.14), querendo dizer que os sofrimentos e perseguições que afligem umirmão servem de estímulo e encorajamento a outros, sejam eles já maduros na féou ainda iniciantes.

3. Fidelidade até a morte. Que é a morte para o crente? Não é a entrada para aglória? Se testificarmos que não temos medo da morte, devemos ser fiéis aindaque a morte seja a exigência da demonstração da nossa fidelidade.

RECOMPENSA DO VENCEDOR FIEL

1. O vencedor será glorificado. Os que padecem pelo nome de Jesus, com Ele viverão (IITm 2.11), e serão glorificados (Rm 8.17) e recompensados com “grande galardão”(Mt 5.10,11).

2. Coroa da vida para o vencedor. O vencedor receberá a coroa da vida (Ap 2.10). Depoisda batalha final, todos os que lutaram com Cristo serão coroados. A entrega dascoroas terá lugar diante do Tribunal de Cristo, logo após o arrebatamento (IICo 5.10; Rm 14.10; Ap 22.12).

Conclusão


Morar em Esmirna no primeiro século não seria fácil para o discípulo de Jesus. Além das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e mais poderosa. A idolatria oficial, juntando areligião à força do governo, prometia uma perseguição perigosa aos cristãos dacidade, tentando-os a abandonarem a sua fé para melhorar as suas circunstânciasou até para evitar a morte violenta. 

Paravencer esta tentação, teriam que acreditar no poder daquele que já venceu amorte. Mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas somente semantivessem sua confiança no eterno Senhor, “o primeiro e o último, queesteve morto e tornou a viver”.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1989

ComentárioBíblico Mathew Henry  - Novo TestamentoEdição Completa

ESTUDO  PARA COMPLEMENTO

QUANDO A PERSEGUIÇÃO ATINGE O FIEL == Apocalipse2.8-11

A linha foi traçada na areia. A guerra está declarada. O inferno, em sessão oficial; e a Igreja, sob ataque. O reino de Satanás empenha-se numa batalha sem quartel contra a Igreja de Jesus Cristo. As forças do inferno estãoconvocadas contra o povo de Deus. Violenta tempestade arma-se no horizonte.

Em ação, a Igreja Batista de Hamilton Square, em São Francisco. Ao sereunirem para o culto de domingo à noite, em 19 de setembro de 1993, aquelescrentes sabiam que muita coisa haveria de acontecer. Apenas não imaginavam comque intensidade! O orador seria Lou Sheldon, um sincero oponente da legislaçãopró-homossexual da Califórnia. Como presidente da Coalizão de ValoresTradicionais, em 1989, Sheldon havia revolucionado os costumes domésticos doscasais de São Francisco.

Sua visita fez da igreja um campo de batalha. Dois jornaispró-homossexuais noticiaram a visita de Sheldon, provocando uma avalanche de telefonemasà igreja. Ativistas ameaçaram atrapalhar. E realmente atrapalharam. O cultotornou-se campo de batalha. Aproximadamente 100 desordeiros invadiram a áreaexterior do templo, controlando-a totalmente.

Furiosos, eles negavam o acesso dos crentes ao templo. Verificou-se atéviolência física. Uma irmã foi arrancada da porta da igrejas por essesativistas. A polícia limitou-se a assistir aqueles atos de vandalismo. Osbaderneiros arrancaram a bandeira da igreja para hastear a dos homossexuais.Crianças foram molestadas e destratadas. Obscenidades, proferidas.

Quando o culto teve início, gays furiosos começaram a esmurrar asportas do santuário, convidavam os fiéis a orgias sexuais. Enquanto os crentescantavam, aqueles vândalos atiravam ovos e pedras nas janelas. O pastor foiatingido pelos estilhaços, e precisou de escolta policial para deixar a igreja.

Era como estar em Sodoma e Gomorra.
Mas isto aconteceu na América. Continuarão tais agressões contra aigreja? E se outras minorias resolverem agir de igual modo? Já é a perseguiçãodos últimos dias?
Uma coisa está clara. Jesus avisou-nos de que isto aconteceria antes desua vinda: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão;e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt 24.9).

Antes de sua crucificação, Jesus já nos havia advertido: “Se o mundovos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vósfosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo,antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (Jo15.18,19). O apóstolo Paulo fez igual advertência: “Sabe porém isto: que nosúltimos dias sobrevirão tempos trabalhosos... E também, todos os que piamentequerem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.1,12). A linha foitraçada na areia. Os lados escolhidos. E a guerra declarada. O inferno está emguerra contra o céu.

Esmirna, a segunda igreja a receber a carta de Cristo, sabia disto. Elarepresenta os cristãos perseguidos em todos os tempos e cenários culturais.
Façamos uma viagem à velha Esmirna.

O Cenário

Esmirna era a mais bela cidade da Ásia Menor. Era a coroa docontinente. Próspero centro portuária, possuía um pitoresco cenário natural.Fazia fronteira com o Mar Egeu, sendo ladeada por uma montanha circular chamadaPagos. A bela montanha era contornada pela Rua do Ouro. Nela, haviam templospagãos e edifícios públicos que lhe davam a aparência de uma coroa. As ruas bempavimentadas e delineadas por arvoredos, acentuavam-lhe a beleza. Seus prédioseram conhecidos como a coroa de Esmirna; assemelhavam-se a um colar dediamantes.

Séculos antes, Alexandre, o Grande, determinara fazer de Esmirna acidade-modelo da Grécia. Sua vida cultural florescia. As artes, educação,filosofia e ciência. Tudo florescia. Ela ostentava magnífica biblioteca e ummonumento ao seu mais ilustre filho - Homero. Aqui, achava-se também o maiorteatro da Asia. Seu orgulho e beleza estavam gravados em suas moedas.

Localizada a 40 milhas ao norte de Éfeso, possuía um porto natural ondefrotas inteiras abrigavam-se de ataques e tormentas. Ela ocupava o segundolugar nas exportações, sendo superada somente por Efeso. Era o grande eflorescente centro do comércio internacional. Esmirna tinha fortes laços comRoma. Quando seis cidades competiam pelo privilégio de construir um monumento àcapital do império, foi Esmirna a escolhida. Sua fidelidade a César eraindiscutível.

Conseqüentemente, era um próspero centro do culto ao imperador.Naqueles dias, César era como um Deus para o povo. A sua imagem, esculpida emmármore, eram queimados incensos.
Todos eram convocados, anualmente, a jurar fidelidade ao imperador. Oque se recusasse a fazê-lo, era preso e executado ao fio da espada. Esmirna erao berço do paganismo.

Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus. Todos os deuses eramabertamente adorados em Esmirna. Mas, nesta perversa cidade, havia um pequenorebanho de Cristo. Arrancados a esse sistema diabólico, fizeram-se Igreja deDeus. Em Esmirna não era fácil ser cristão. Muitos eram perseguidos e mortospor sua fé. Ser chamado de cristão, aqui, era sobremodo perigoso.

Esmirna significa myrh - fragrância usada para se fabricar perfume.Quando esmagada, a casca da myrh exala doce aroma. Esta é a precisa descriçãoda igreja. Quanto mais esmagada pelo mundo em virtude de sua fé em Cristo, maiso aroma de seu testemunho exala. Diante da oposição, a fragrância daquelaigreja espalhara-se por toda a Asia Menor. Se Éfeso era como São Paulo - líderno comércio e na indústria, Esmirna era como o Rio de Janeiro - um centrocultural de primeira grandeza.

O Remetente

Jesus identifica-se a esta perseguida e atribulada igreja de maneiradramática. Encoraja-a; enaltece-lhe o espírito. E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro eo último, que foi morto, e reviveu... (Ap 2.8).

Aquele que É Eterno

Jesus é o primeiro e o último. Este título lhe declara a eternidade.Antes que o tempo existisse, Jesus já existia. E Ele existirá depois que todasas coisas se findarem. Da eternidade a eternidade, Ele é. Nada pode limitá-lo.Ela revela sua natureza a Esmirna para que esta, em meio ao sofrimento, tenhauma perspectiva eterna. Em meio às lutas, lembremo-nos de que Jesus já existiaantes do tempo. O que aqui sofremos é insignificante se comparado à glóriaeterna que nos aguarda.

Aquele que Vive

Jesus é aquele que foi morto e reviveu. Ele transpõe a eternidade. ComoDeus eterno, invadiu o tempo e a história no ventre da virgem. Tornou-severdadeiro homem. Tomou a forma de servo e viveu a vida sem pecado. Falsamenteacusado como criminoso, foi suspenso entre o céu e a terra entre dois ladrões.Mas obediente até morte, Deus o ressuscitou triunfantemente.

Sua vitória sobre a morte é também a nossa vitória. Grande encorajamentopara esta igreja sofredora! Eles também sofriam injustiças de Roma. E àsemelhança de Cristo, mantinham-se obedientes e fiéis até a morte. Mas a mortenão pode deter os santos. Um dia, os mártires ressuscitarão triunfalmente: suavitória é eterna.



O Pecado

Não há repreensão para Esmirna. Nenhum membro é censurado. Embora nãohaja igreja perfeita aos olhos de Cristo, diante de quem todas as coisas estãoexpostas e descobertas, Esmirna não apresenta nenhuma falha gritante.Imagine-se, agora, em Esmirna, ouvindo esta carta. No momento da repreensão,nenhuma censura. Nenhuma! Apenas favor e aprovação do Cristo.

O Sofrimento

Jesus agora conforta sua igreja. Perseguida e pura, não necessita decorreção, mas de encorajamento. Diz-lhe o Senhor:

Eu sei as tuas obras, e tribulação, epobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são,mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eisque o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados, e tereisuma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.9,10).

Assim Jesus inicia a sua carta: “Eu sei as tuas obras”. Sei ou conheço(oida, no grego) é o conhecimento adquirido pela própria experiência. Eaprender algo através do envolvimento pessoal. E também apreciar, respeitar ouvalorizar a qualidade de uma pessoa ou coisa.

Ao declarar: “Eu sei a sua tribulação”, Ele está dizendo: “Seiexatamente o que está se passando. Já passei por isto. Sei como se sente. Seicomo é ser falsamente acusado, molestado e cuspido. Sei o que é ser açoitado,escarnecido e morrer de maneira injusta. Sei o que está sofrendo, e valorizograndemente a sua lealdade”.
Jesus fala sobre cinco diferentes níveis de perseguições sofridas por Esmirna:governamental, econômica, física, religiosa e satânica.

Perseguição Governamental

Esmirna sofria sob a tirania de Roma. Mais adiante, Jesus identificatal tribulação como prisão ou encarceramento. A palavra tribulação (thlipsin,no grego) é muito radical. Literalmente, significa esmagar um objeto,comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada, e seu sangue, extraído.Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve ador duma mulher ao dar filhos à luz.

Em Esmirna, os crentes eram dolorosamente esmagados sob as rígidascláusulas da lei romana. Eram arrancados de suas casas, capturados nas feiraslivres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso impériosobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seustestemunhos com o próprio sangue.

Quando a igreja foi fundada em Jerusalém, era Israel quem lhe avultavacomo ameaça, e não Roma. Além do mais, vigorava naqueles dias a paz romana,obrigando todas as possessões imperiais a observarem rigoroso ordenamento.
Embora cada país conquistado pudesse conservar seus próprios líderes ecostumes, tinha de prestar cega obediência ao imperador. Aparentemente nadahavia mudado. O povo ainda gozava certas liberdades políticas, religiosas eculturais, mas lá estava o Império Romano pronto a reprimir qualquerindisciplina.

Mas tudo mudou repentinamente. Em 67 d.C., um louco chamado Nero subiuao trono de Roma. Temendo perder o trono, Ele matou suas três primeiras esposase a própria mãe. Sob sua insanidade, as chamas da perseguição foram inflamadascontra a igreja. Nero culpou os cristãos por muitos de seus erros políticos.Foi esta a perseguição mencionada nas duas epístolas de Pedro.

Mas Nero morreu cedo, proporcionando momentâneo refrigério à igreja. Em81 d.C., porém, outro insano assume o poder. Domiciano era mais cruel que Nero.E logo uma segunda onda de perseguição levanta-se contra os cristãos. Esta é aperseguição a que Jesus se refere na carta a Esmirna.

Ao expandir-se, Roma conquistou muitos territórios e países, gerandogrande diversidade de línguas e culturas no império. Como unificar tantasdiversificações? Como consolidar tantos movimentos nacionalistas? Algunsdestes, contra Roma. A adoração ao imperador foi a resposta. Uniria o império,pois obrigaria cada cidadão romano a prestar, uma vez por ano, pública lealdadediante do busto de César. Para a grande maioria dos cidadãos romanos, isto nãoera problema. Afinal, já adoravam a vários deuses. O que era mais um deus? Maspara os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. Não podiamassentir nesta idolatria. Ao invés de declarar: “César é Senhor”, os primeiroscristãos bravamente confessavam: “Cristo é Senhor! Como resultado, passou aigreja a sofrer dolorosamente.

O historiador H. B. Workman: “Tornar-se cristão significa granderenúncia. Aquele que seguir a Cristo tem de contabilizar o custo, e estarpreparado para pagá-lo com a própria vida. A declaração do nome de Cristo jáera um crime, O nome significava tortura e ser lançado às feras. No caso dasdonzelas, a infâmia era pior que a morte”.
A perseguição governamental não cessou. Estamos perdendo a liberdadereligiosa. Nossa liberdade espiritual vem sendo diariamente fraudada.

No Alasca, em 1987, alguns estudantes foram advertidos a não usar apalavra Christmas (Natal), por conter ela o nome de Cristo. Nem nos cadernos,podia a palavra ser encontrada. Tampouco estavam autorizados a enviar cartõesde Natal a seus colegas de escola.Um casal da igreja que recentemente pastoreei,foi a Rússia ensinar táticas bíblicas aos professores de escolas públicasdaquele país. Achei isto maravilhoso. Eles tiveram de viajar meio mundo parapartilhar valores cristãos, o que não puderam fazer em Little Rock, Arkansas.Quanto tempo ainda falta antes que enfrentemos o tipo de perseguição a que eramsubmetidos os cristãos do primeiro século?

Perseguição Econômica

Houve também perseguição econômica contra a igreja em Esmirna. FoiJesus quem o revelou: “Eu sei a tua tribulação e pobreza” (Ap 2.9). A palavrapobreza (ptocheian, no grego) denota alguém tão desprovido de bens, que nadachega a possuir. Ele não está apto a ganhar nem mesmo ninharias; acha-se àmercê da caridade humana.
Assim, Esmirna. Tão pobre que não podia fazer o mínimo orçamento. Nãotinham nada. O motivo? Os teólogos da prosperidade responderiam: “Esmirnaestava fora da vontade de Deus. Tudo o que tinham a fazer era decretar abênção. Estavam vivendo indignamente. Deus os queria ricos.”

Mas, deveriam eles ser repreendidos por sua pobreza? Não! Eram pobresporque
estavam na vontade de Deus. Prosperidade financeira não é a vontade deDeus para todos. Por isto é difícil ser cristão. Pode custar até mesmo aprosperidade financeira.
Não se esqueça de que Esmirna era uma das mais prósperas cidadesdaqueles dias. Não havia baixas no mercado, nem recessão. Os negócios cresciam.Lá, qualquer pessoa podia prosperar. Mas os homens de negócios cristãos eramdespedidos de seus empregos. Suas lojas, violadas e saqueadas; seus pertences,roubados. Tudo porque confessavam que Jesus Cristo é Senhor, e não César.

A analogia mais próxima que temos é a grande perseguição dos judeus naAlemanha nazista. Suas viagens eram restritas. Suas lojas, vandalizadas. Seuslocais de adoração, maculados; e suas propriedades, confiscadas. Eramhumilhados, estigmatizados, caluniados, molestados e agredidos fisicamente.Privavam- nos do básico para o dia-a-dia. Tudo isto por sua identidadereligiosa.

A mesma pressão econômica começa a atingir os cristãos na América e emoutros países ocidentais. O preço para se fazer negócios como cristão aumentaconsideravelmente. Enquanto escrevia este capítulo, recebi o telefonema de doishomens de negócios de nossa igreja. Dois homens respeitados e que ocupamposições proeminentes em companhias importantes.

O primeiro contou que seria forçado a demitir-se devido a sua fé emCristo. O dono da companhia, questionando-lhe a lealdade, perguntou-lhe: “Suaigreja é mais importante que este negócio? Sua fé é mais importante que suacarreira? Se assim for, está no lugar errado”.

O segundo relatou algo similar. Como chefe de operações de umacorporação em Little Rock, enviou cartões de Natal a seus clientes. Os cartõescontinham o nome de Cristo ao lado do da companhia. Com isto, os ímpios ficaramofendidos: “Levaremos o problema aos diretores da empresa. Estamos ofendidospor você nos haver enviado o cartão com o nome de Cristo. Isto custará o seuemprego!” Ambos os incidentes ocorreram em Little Rock, Arkansas, mas logoestará se repetindo em sua cidade.

Perseguição Religiosa

Jesus identifica outro nível deperseguição - a religiosa: “Eu sei... a blasfêmia dos que se dizem judeus e nãoo são, mas são a sinagoga de Satanás”(Ap 2.9).

O nó continua apertando. Em Esmirna, havia uma grande comunidadejudaica que hostilizava fanaticamente o cristianismo. Tal fúria já forademonstrada no apedrejamento de Estêvão em Jerusalém (At 7). Cheios de ódio, osjudeus tramavam agora contra os nascidos de novo. Não satisfeitos, também blasfemavamcontra os crentes.

Eles acusavam os cristãos de comerem carne humana, numa referência àSanta Ceia. Acusavam-nos ainda de perversões sexuais por causa do ósculo santoe da ênfase que estes davam ao amor fraternal. Conseqüentemente eram acusadosde incesto e orgias sexuais. A Igreja, segundo eles, era ateísta por não adorara César. Era politicamente infiel. E por requerer absoluta fidelidade a Cristo,era acusada de separar famílias. Mas estes acusadores eram a sinagoga deSatanás, instrumentos do demônio. Usados pelo inferno, faziam oposição ao povoe ao plano de Deus. Da mesma forma, a igreja hoje pode esperar semelhanteperseguição, não somente do governo, mas também dos cristãos apóstatas que nãopassam de sinagogas de Satanás.

O diabo também vai à igreja. Ele diz: “Tenho alguns pregadores, queroouvi-los falar. Tenho alguns corais, quero ouvi-los cantar. Tenho algunsdiscípulos com os quais quero compartilhar meus planos”. Há igrejas que nãopassam de redutos de Satanás. Não pregam o verdadeiro Evangelho. Negam aEscritura, menosprezam a ressurreição de Jesus Cristo. Promovem alicenciosidade. Abandonando a Palavra de Deus, ordenam homossexuais aoministério cristão. Permitem todo tipo de perversão. Estas sinagogas de Satanásperseguirão em breve a verdadeira Igreja de Deus.

Perseguição Física

Jesus também alertou quando àperseguição que Esmirna haveria de sofrer:
Nada temas das coisas que hás depadecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejaistentados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel ate’ a morte, edar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).


A questão não era se iriam sofrer. Mas quando e o quanto? Jesusgarantiu que mais sofrimento estava por vir. Ele não oferece livramento, masavisa que o diabo lançaria alguns na prisão. As prisões romanas eram lugareshorríveis. Ninguém queria ser lançado nelas. Os presos ou eram mortos pelasautoridades penitenciárias, ou torturados e arremessados às ruas. Ninguémdurava muito tempo numa prisão romana.

O governo era muito ocupado para pajear criminosos; nada queria gastarcom a sua alimentação. Caso o prisioneiro fosse cristão, a situação piorava.Era mõrto, ou surrado e atirados à rua.
Esmirna sofreu fisicamente! Os oficiais romanos invadiam as casas, eprendiam os crentes diante do olhar aflito de seus familiares. Arrastavam-nosàs prisões, fazendo deles público exemplo. Não dissera Jesus que teriamtribulação de dez dias? Alguns eruditos têm especulado sobre estes dez dias.Simbolizam dez perseguições gerais? Ou dez estágios na história da igreja? Paramim, tratam-se de dez dias literais. Afinal, ninguém conseguia permanecer pormuito tempo nas celas romanas. Dez dias pareciam dez anos.

Misericordiosamente, o Senhor estabelece limites para nosso sofrimento.A prova não vai além do que podemos suportar. Se o Senhor diz dez dias, não háforças na terra capaz de prolongar-nos o sofrimento. Para os cristãos deEsmirna, Jesus recomenda: “Sê fiel até a morte”. Alguns deles pagariam com avida o preço de seguir a Cristo. Mesmo em face ao martírio, Jesus é taxativo:“Sê fiel até a morte”.
Se os oficiais romanos viessem até você, e o intimassem: “César ouCristo?”. Você ficaria com Jesus? A resposta tem de ser sim. Deus nos darágraça para fazer tal confissão. Enquanto isto, permaneçamos fiéis a Ele.

Perseguição Satânica

Finalmente, Jesus dissera que Esmirna enfrentaria perseguição dopróprio diabo. Como aqueles cristãos viviam para Cristo, seriam atacados pelasinagoga de Satanás. Estariam em guerra contra o próprio inferno. Decididamente,não lutavam contra a carne, e sim contra os principados, potestades, príncipesdas trevas e hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef6.11,12). Por trás de toda perseguição, acha-se o próprio Satanás. Por trás doimperador romano, o demônio, que despejava sua fúria contra os crentes. Muitoscristãos foram presos, e outros, condenados à morte.

Estes crentes sofreram, simultaneamente, de cinco maneiras diferentes.Foram atacados política, econômica, religiosa, física e satanicamente. Afinal,como escreve Paulo “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus,padecerão perseguições” (2 Tm 3.12). Não se engane! Custa caro ser cristão.Nalguns lugares, mais que em outros. Com as pressões do final dos tempos, aperseguição contra a igreja crescerá ainda mais. Por todo o mundo, igrejas eindivíduos serão convocados a sofrer mais que nunca.

Não há repreensão para Esmirna. A outra exceção foi Filadélfia, quetambém sofria perseguição. A lição é muito clara: a perseguição purifica a igreja!Se o mundo o perseguisse, você jamais amaria as coisas que ele oferece. Casocontrário: haveria de se contaminar com o mundo. Se você fosse trancado numamasmorra romana, você deixaria seu primeiro amor? Provavelmente não.Negligenciaria a oração diante da morte? Não!

Se o mundo o atacasse, você teria problemas em amar outros crentes?Ficaria grato diante da morte? Enfrentemos o fato: não manejamos bem aprosperidade. Basta ligar o rádio para ouvir pregadores da teologia daprosperidade despejando sua descontrolada luxúria. Dizem eles: “Deus fará devocê um milionário se tiver fé e confiar nele!”
Todavia, a maior bênção que poderia acontecer à causa de Cristo,atualmente, seria a perseguição. Disse alguém certa vez: “O problema com oscrentes de hoje é que ninguém mais quer matá-los. Tal perseguição levar-nos-iaàs bases essenciais do que significa ser um genuíno seguidor de Cristo”.

Que conselho Jesus tem para a igreja sofredora? Apenas dois lembretes:“Nada temas” e “Sê fiel até a morte”. E que alguns daqueles cristãos achavam-seamedrontados e perigosamente enfraquecidos. A fórmula para não se temer aohomem é temer a Deus. Tema a Deus e não precisará temer o homem! O temor a Deuscomeça com a visão de Deus, cultuada com o entendimento de sua impressionantesantidade. Submeta-se a sua soberania. Dobre os joelhos diante de sua justiça.Seja consumido pela grandeza divina.

Mais a frente Jesus diz: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa davida”. Ao enfrentar a morte, os crentes eram encorajados a serem fiéis. Nãopodiam voltar atrás e negar o nome de Cristo. Nem todos são chamados a ser ummártir. Mas todo discípulo precisa estar pronto a fazer tal sacrifício.

Nossa voluntariedade em morrer por Cristo é a última prova de nossalealdade a Ele. Não estamos prontos a viver até estarmos prontos a morrer.Crentes que morrem por sua fé em Cristo são recompensados. A coroa da vida osespera. Esta coroa (stephanos, no grego) é o galardão da vitória que recebiamos atletas vencedores. Sua lealdade até a morte trar-lhe-á esta coroa. Eis aquiforte motivação para se permanecer fiel a Cristo. Uma coroa especial está aespera de todo aquele que pagar o último preço por seguir a Cristo. É isto queDeus pede que façamos: “Não temas” e “Sê fiel”.

O Alerta

Apesar da violenta perseguição, os vencedores obterão grande vitóriasobre o mundo. Jesus conclui com um alerta para se ouvir e considerar estamensagem:

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espíritodiz às igrejas (Ap 2.11a).

Todo ouvido precisa estar alerta ao que Jesus diz. São palavras fortesque precisam ser obedecidas. Preste bastante atenção. Guarde bem estasverdades. Mathew Henry escreve: “A evidência clara de nosso amor por Cristo é aobediência às suas leis... o amor é a raiz, e a obediência, o fruto”.

Conta-se que Henrique III, que reinou no século XI, cresceu enfadado davida da corte e das pressões oriundas da realeza. Por isto, pediu a ummonastério que o acolhesse a uma vida de reflexão. Mas o superior domonastério, frei Richard, fez-lhe a seguinte ponderação: “Majestade, estásciente de que a regra aqui é a obediência? Isto será difícil para um rei”.Henrique III respondeu: “Estou ciente. Pelo resto de minha vida ser-te-eiobediente, já que Cristo é o teu Senhor”.

“Então direi o que deves fazer, volveu-lhe o frei Richard: Volta para oseu trono, e serve fielmente no lugar onde Deus te colocou”. Quando HenriqueIII morreu, alguém disse: “O rei aprendeu a reinar sendo obediente”.
Também precisamos ser obedientes ao que o Espírito manda que façamos.Seja você contador, professor, mãe ou pai; sirva a Deus onde Ele o colocou.

A Promessa

Para o que ouve e obedece ao que o Espírito diz, Jesus faz estapromessa estarrecedora:

“O que vencer não receberá o dano dasegunda morte” (Ap 2.11b).

Todos os verdadeiros cristãos são vencedores (l Jo 5.5). E estes nãoserão danificados pela segunda morte.

A primeira morte é física; é a separação da alma do corpo. A segunda éespiritual; é a separação da alma da vida eterna. A morte espiritual resulta emeterno tormento no lago de fogo. E a punição eterna (Ap 20.10).

Os verdadeiros cristãos jamais experimentarão a segunda morte. Dizemque, ou nascemos uma vez e morremos duas, ou nascemos duas e morremos uma vez.Mas os cristãos enfrentam a primeira morte sem medo. A segunda não tem podersobre nós. Podemos visualizar a morte física sem nada temer - mesmo enquantosomos torturados por amor a Cristo - sabendo que ela levar-nos-á maisrapidamente à presença de Deus.

A mensagem à Esmirna é um alerta para que sejamos completamentededicados a Jesus Cristo, mesmo enfrentando a perseguição e a luta. Enquanto omundo torna-se escuro, a Igreja há de brilhar. Agora é o tempo de se levantarpor Jesus Cristo. Custe o que custar! Destaquemos um homem para enfatizarmosesta verdade. No segundo século, achava-se no pastorado de Esmirna um homemchamado Policarpo que, conforme a história, chegara a conhecer pessoalmente aoapóstolo João, de quem ouviu estas palavras: “Sê fiel até a morte”.

Em 155 d.C., Policarpo foi chamado à presença do procônsul em Esmirna.Este ordenou-lhe, então, que renunciasse a Cristo, e declarasse fidelidade aCésar. Policarpo respondeu: “Tenho servido ao Senhor Jesus por 86 anos. Ele temsido fiel a mim. Como posso ser infiel a Ele, e blasfemar contra o nome de meuSalvador?”

O procônsul insistiu: “Jura pelo nome de César, ou te dilacera- rei ealimentarei os animais. O pastor, entretanto, encontrava-se sereno: “Entãoentrega-me aos animais. Tu não podes mudar-me o coração. Declaro que soucristão até a morte. Enfurecido, o procônsul condenou o bispo Policarpo sob aalegação de haver este cometido grande traição contra Roma.

Na arena de Esmirna, a multidão achava-se sedenta de sangue. Oanticristianismo havia envenenado a cidade. Policarpo foi entregue a turba enfurecidaque, não satisfeita, buscava fixá-lo com pregos à pira de madeira. O santohomem não se importa: “Deixai os pregos.
Aquele que me dá forças para suportar as chamas, dar-me-á forças paranão recuar do poste. Vós me tratais com o fogo que queima por pouco tempo e érapidamente extinto. Mas não conheceis o fogo que aguarda os fracos nojulgamento vindouro e a punição eterna.

O que estais esperando? Fazei o que quiserdes de mim”. Quando a madeirafoi colocada ao redor de seus pés, Policarpo olhou para os céus e disse:“Senhor, Deus Todo-poderoso, Pai do amado Filho, Jesus Cristo, agradeço-te poreste dia e por esta hora que me dás. Pois assim, poderei estar entre osmártires que compartilharam do cálice de Cristo. Com eles, ressuscitarei para avida eterna!”

Ele curvou a cabeça, e disse: “Amém!”, e o fogo o consumiu.
Policarpo foi fiel até a morte. Não temeu o mundo, e sim a
Deus. E grande a sua recompensa no céu.
Que assim possa suceder com você e comigo. Quando a perseguiçãoatingir-nos, não temamos o mundo, mas a Deus, e somente a Deus.
Custe o que custar.


FONTE== Livro:- Alerta Final – Steven J. Lawson

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