Falar sobre "Liderança Cristã" no atual contexto religioso, representa discorrer sobre algo muito cobiçado, e infelizmente, porque não dizer disputado. Não sou contrário, portanto, ao fato de que Deus escolha alguns para funções de liderança, pois caso mantivesse meu raciocínio nesta vertente, no mínimo estaria sendo contrário a um assunto do qual versa a própria Bíblia Sagrada.
Todavia, a Igreja, dentro da esfera organizacional precisa de pessoas capacitadas e acima de tudo chamadas para exercerem boa e participativa liderança, o que lança reflexos sobre o sadio e natural crescimento da igreja. Não obstante, me parece que é quase geral o pensamento de que a totalidade dos cristãos foram chamados para liderar e não para serem liderados. Caso alguém seja conivente com a proposição supracitada, faz-se para o tal, a seguinte indagação: se todos fossem chamados para serem líderes, quem seriam os liderados? Indo um pouco mais adiante questiono: o que significa para você ser um líder? Será que essa palavra é para você sinônimo de privilégios regado por doses de autoritarismo? Será que para você, ser líder é ter seu ego massageado?
Para muitos, ser um líder cristão é sinonimo de poder e autoridade, a exemplo do exercido pelos chefes e diretores nas autarquias e instituições públicas ou no setor privado. Não é de surpreender que o modelo de liderança adotado em uma grande maioria de nossas igrejas seja o exercido pelas lideranças do meio secular, onde alguns são quase que eternamente superiores, e outros, os quais compõem uma grande maioria, não passariam de massa de manobra a serviço dos seus "senhores" e não do Senhor, como deveria ser.
Com fulcro no que foi anteriormente citado, devo comungar das palavras do Missionário Norte-americano Randall Walker: "É para mim bastante inquietante o fato de que não se vê quase ninguém promovendo seminários, livros ou artigos intitulados: Como ser um servo; Como se tornar um servo verdadeiro; Criados, servos e escravos do Reino; Como servir à sua igreja com mais humildade e mansidão."
No entanto, é muito comum encontrarmos nas pratileiras das livrarias, nas bibliotecas pessoais dos mais diversos tipos de líderes, obreiros e aspirantes ao exercício ministerial, títulos de como se exercer uma liderança "EFICAZZZZ" com muitos resultados os quais devem fazer alusão ao ser pessoal, onde os holofotes possam brilhar mais intensamente sobre aquele que está a frente do grupo, do conjunto, da igreja, etc.
No entanto, é muito comum encontrarmos nas pratileiras das livrarias, nas bibliotecas pessoais dos mais diversos tipos de líderes, obreiros e aspirantes ao exercício ministerial, títulos de como se exercer uma liderança "EFICAZZZZ" com muitos resultados os quais devem fazer alusão ao ser pessoal, onde os holofotes possam brilhar mais intensamente sobre aquele que está a frente do grupo, do conjunto, da igreja, etc.
Diante disto, não pense que sou contrário ao fato de que líderes devam se capacitar e buscar conhecimento, pois caso contrário, seria adverso ao meu próprio ministério. Todavia, defendo por intermédio destas linhas digitadas, a idéia de que antes de sermos líderes, devemos ser servos, e como tal, chamados para servir, a exemplo do que fez nosso Mestre (Mt 20.28): "Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos", e não para sermos servidos, admirados, bajulados, TEMIDOS e tantos outros adjetivos que as pessoas costumam evocar ou requerer para si mesmas, pois afinal de contas igreja não é regida por um sistema monárquico, mesmo que alguns pensem que sim, seus liderados, não são seus empregados e vós não sois seus patrões. Entendo que a voluntariedade de cada lider para trabalhar na obra do Senhor, principalmente daqueles que não recebem um mísero centavo para o exercício de suas funções, deva ser respeitado; logo, coagi-los não é o caminho. Respeito e consideração devem ser ressaltados.
Outro aspecto que acho de importante retratação neste parágrafo, é o fato de que o servo não é chamado para aparecer, para ser visto pelos homens, para mostrar seus dotes e talentos ou para alardoar seus feitos, nem muito menos para provar algo para alguém, mas sim, para realmente fazer, e fazer em prol do reino. Permitam-me idealizar meu pensamento conjecturando sobre os marinheiros de um navio (modelos mais antigos); nos seus porões ficam os marinheiros, os quais são os responsáveis pelo abastecimento das caldeiras que geram força propulsora para a rotação dos motores. Enquanto os marinheiros estão lá embaixo, quando ninguém os vê nem os elogiam, momentos onde seus esforços não são vistos, porém refletidos, e todos os demais passageiros do navio desfrutam de todo conforto oferecido e das belas paisagens naturais que a viagem lhes proporciona, exite um grupo de operários trabalhando nos porões para que o navio continue navegando. Mas, apesar de os ocupantes do navio até negligenciarem a existencia daqueles que estão nos porões, há um que os reconhece, que está ciente das suas existências e valoriza a função que exercem; este é o mestre do barco.
Com base nos fatos, faço o seguinte questinamento: será que haverá uma futura necessidade de mudar-se o título "Líder Cristão" para "Servo-Líder", para que as pessoas possam se conscientizar do papel e função que ocupam ou ao menos devam ocupar? Esta é a minha indagação, pois é preocupante o geral estado que muitas pessoas atingiram, as quais fazem da sua posição um trampolim para requerer privilégios e benefícios, quando por não obterem sucesso em uma vida profissional e secular fazem da igreja o meio para suprir suas frustrações e exercer seu descontrolado autoritarismo, esquecendo-se da verdadeira diaconia cristã.
Caro líder, medite sobre esta breve reflexão!
Fraternalmente em Cristo,
Ângelo dos Santos Monteiro
Soli Deo Gloria
Ângelo dos Santos Monteiro
Soli Deo Gloria
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