sábado, 14 de abril de 2012

DESIGREJADOS, UM EXEMPLO A SER SEGUIDO?




Por Marcio de Souza
Um pastor renomado no cenário paulistano, declarou que os desigrejados são um exemplo para quem congrega em igrejas tradicionais. A afirmação é controvertida e desanimadora pra quem como eu acredita na Igreja. Ao afirmar que a enormidade de pessoas que não congrega na igreja tradicional (formalmente) está correta em suas posturas antiliderança (ele chama isso de rejeitar os desmandos das estruturas de poder eclesiástico) o nosso amigo aí, avaliza o modelo de igreja sem um líder formal.
Isso no mínimo é perigoso, visto que o modelo de Igreja de Atos por exemplo nos mostra pastores coordenando a Igreja, abrindo eleições para diaconato, ajudando o povo a se organizar para que haja igualdade e institucionalizando o que não dá pra permanecer informal, senão vira bagunça.
Outra afirmação desse senhor é que os desigrejados “rejeitam a incoerência”. Rejeitar a incoerência sem congregar não seria uma incoerência? Além disso, a colocação foi no mínimo infeliz em comparar a intensidade de rejeitar incoerência com a mesma intensidade com que buscam a Deus. Ato falho, no mínimo. Como posso ser intenso sendo brasa fora do braseiro como diriam os irmãos pentecostais?
Não concordo com tanta informalidade e creio que nem a Bíblia assim o faz. Se fosse diferente, se Deus desprezasse a autoridade e a instituição, não levantaria apóstolos, mas deixaria a doutrina da igreja nas mãos de qualquer um que apenas simpatizasse com o evangelho, já que rejeitar a incoerência significa em outras palavras rejeitar a autoridade não haveria necessidade na formação do canon por exemplo do quesito apostolicidade, seria necessário apenas o quesito “coerência”. Tem coisa mais incoerente?
O discurso de que não importa se você congrega na “Cristo em casa” ou na igreja formal o importante é que você tenha uma cabeça boa é muito bonito, mas nada eficaz, visto que, na maioria das vezes o ser humano é o que o meio faz dele. A comunhão com gente imperfeita que vive buscando melhorar comunitariamente é essencial para uma fé saudável e o convívio com gente amargurada que vive a contestar tudo, desde a postura do pastor até a cor da parede da igreja faz de você um murmurador e não um adorador. Sejamos realistas, andar com gente que acredita no Evangelho de Cristo é andar com gente que acredita na comunhão, na igreja. Não posso desacreditar da Igreja, porque Cristo ainda acredita nela.
E no mais, tudo na mais santa paz!

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